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Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 19

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Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 19 Empty Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 19

Mensagem por Lolla Aryan Qua Jun 13, 2012 10:31 am

Tirei Zack de minha cabeça, antes que acabasse pirando.
-Lolla? - Dani me fitou, com um quê de preocupação na voz. - Tá tudo bem?
-Tudo ótimo. - Menti.
Ele sentiu a descrença em minha voz, como sempre, mas não questionou.
-Se você diz... - Ele deu de ombros. - Ah! - Lembrou, de sopetão, e colocou a mão cuidadosamente em seu bolso de trás. - Eu colhi isso pra você. - Ele me estendeu uma bonita flor azul.
-Oh! - Sorri, pegando a flor.
Fitei-a melhor. Ela lembrava um pouco uma rosa, mas não possuía espinhos. Porém, isso não era o que mais me intrigava na planta. Conforme eu a balançava, ela tinha um leve brilho. Como purpurina. Não parecia algo natural.
-Que flor é essa? - Perguntei, curiosa.
-Eu... não faço ideia, na verdade. - Admitiu, sem graça.
-Ela é linda. Obrigada, Dani. - Dei um beijo em sua bochecha,
-Assim como você. - Ele sorriu.
O melhor de quando ele falava essas coisas, era que não parecia de nenhuma forma ensaiado ou artificial. Seu tom era casual, como se ele estivesse falando algo tão simples quanto ‘oi’.
Ele fechou o sorriso quando percebeu o que eu estava olhando.
-Lolla Aryan - Me fitou. - Por que a senhorita está encarando o espaço entre meus dentes? - Ele acusou.
Fiquei vermelha.
-Eu... hmm... - Parei. - Exatamente pelo mesmo motivo que fico olhando seus olhos. Porque é lindo. - Dei de ombros.
-Os olhos eu entendo - Ele concordou. - Mas por que um buraco entre meus dentes é tão interessante? - Ele levantou uma sobrancelha. - E não vem com aquela história de que ‘tudo em mim é lindo’. - Fez uma careta.
Acabei contando.
-É que... bem... - Comecei, sem ter muita certeza. - Sei lá. Eu sempre adorei essas suas pequenas imperfeições porque te deixam... mais humano. - Decidi.
-Mais humano. - Ele repetiu, intrigado.
-É. Te deixa mais como uma pessoa de verdade, e não um galã da capa da Capricho, ou algo assim. - Dei um sorriso fraco. - Algo para me lembrar de que você é real. Que tem espinhas, e tals. E tudo isso consegue te deixar ainda mais perfeito. - Fiz uma careta. - E também tem a minha regra número um sobre garotos que eu criei aos 7 anos.
-Qual? - Ele perguntou, curioso.
-’Todos os garotos lindos se apaixonam pela Ashley.’ - Eu ri.
Ele me encarou, sem acreditar.
-É sério! - Reforcei. - Você é... hmmm... um dos únicos garotos que eu gostei e não se apaixonaram pela Ash. Ela simplesmente atraía minhas paixonites. Eu tinha vontade de esganá-la por isso às vezes.
Ele seria o único. Se não fosse por Johnny. Mas eu não ia falar isso nem ferrando. Dani ainda fazia uma cara estranha. Será que ele estava acreditando em mim?
-...Não faça essa cara! A Ashley é a Ashley. Ela sempre teve mais amigos, sempre foi mais popular... Não que eu ligasse realmente pra isso. Na verdade, ainda não ligo. - Dei de ombros. - Desde que eu não virasse ‘A amiga da Ashley’, para mim estava perfeito. - Eu ri. - E o que São Francisco pensa de mim já deixou de ser problema meu há pelo menos 4 anos. Agora eu só me preocupo com o que três pessoas pensam de mim. - Sorri. - Lucy, Ashley, e você, é claro. O garoto lindo que não se apaixonou pela minha melhor amiga.
-Ela é minha irmã.
-Mas você não sabia disso quando a conheceu. - Não sei porque fiz a pergunta seguinte: - O que pensou? Quando a viu pela primeira vez.
-Ashley? - Ele levantou uma sobrancelha. - Eu não estava olhando para ela. Estava olhando para você, não era?
Mas aí ele percebeu que aquilo retomaria a conversa anterior sobre ele estar omitindo a razão de ter ficado me encarando naquele dia, então mudou de assunto rapidamente.
-...Mas o que importa realmente é que eu estou aqui, e eu amo você. Mais do que qualquer coisa.
-E isso é a única coisa com a qual realmente me importo. - Sorri. - Você não está vermelho. - Percebi.
Isso, claro, fez ele ficar vermelho. Eu devia estar vermelha também. Era estranho falar dessas coisas com o Dani. São coisas que eu nunca tive a intenção de que alguém soubesse. Algo... apenas para mim. O amor sempre foi algo assim em minha vida. Eu nunca pensei em... hmmm... falar pro garoto que gostava dele primeiro.
E realmente nunca fiz isso.
-Não sabia que ficava pensando nessas coisas. - Ele comentou.
-Qual é. Eu passava o dia pensando em você... Ou em quando eu for a pessoa mais influente do mundo. Dois assuntos igualmente importantes - Lembrei. - Na verdade, eu ainda faço essas duas coisas.
-E que tipo de coisas você pensa para quando for famosa? - Ele indagou.
-Ah, sei lá. O que eu direi ao ganhar o prêmio Nobel, como posso ser exemplo pra alguém, o que deve ser escrito no meu túmulo...
-Sério que você pensa nesse último? - Ele fez uma careta.
-Claro! É de suma importância! - Repreendi. - Quando eu morrer, vai me visitar todos os dias?
-Claro que não, Lolla - Ele revirou os olhos. - Quando você morrer, eu vou te buscar. - Corrigiu.
-Acho que me deve isso. - Dei um sorriso bobo.
Era um comentário ridículo, claro. Daniel não precisava dever nenhum favor para fazer algo assim por alguém. Especialmente se esse alguém fosse eu.
Sempre foi assim. Eu nunca soube se Daniel era popular em Nashville. Ele poderia ser, se quisesse. Mas conhecendo Dani, chutaria que ele provavelmente era conhecido por todos, mas conversava com no máximo 5 pessoas amigas de verdade.
E provavelmente alguma bitch da vida. Ai, cala a boca, Lolla Aryan.
Daniel não percebe, ou não gosta de admitir, mas no fundo sabe que ninguém consegue odiá-lo. É a natureza das coisas. Ele convence as pessoas somente com um sorriso, quando eu na verdade preciso de pelo menos 40 palavras para fazer metade do serviço. É um dom natural dele. Mas seu dom também tem a parte ruim. Ele acredita no que as pessoas dizem tão rápido que dá até medo. Nesse quesito, nos completamos. Ele faz a pessoa gostar de nós, de modo que nenhuma porcaria que eu diga estrague isso, e então eu assumo. Mas Daniel indispensavelmente tem de cuidar das primeiras impressões.
Estava dispersa demais em meus pensamentos, e acabei deixando a mochila cair. Uma agenda da Hannah Montana tombou no chão. Droga.
-Eu me lembro disso! - Dani sorriu ao vê-la.
-Daniel Knowles. - Adverti.
E de repente, ele tinha 11 anos de novo.
-Por que nunca me deixou ver isso? Você andava com ela pra lá e pra cá mas nunca deixou que eu ao menos tocasse. - Ele disse, já roubando a agenda de minhas mãos.
-É pessoal, Daniel! - Repreendi. - E velho. Devo ter posto por engano na mochila.
-Se é velho, não deve ter nada que eu não saiba. - Ele deu de ombros.
Mas é claro que tinha. E ele percebeu quando leu a primeira página, cuja dizia claramente 'Diário de Lolla Aryan - 2010'.
Se eu achei que isso ia fazê-lo me devolver, estava equivocada. Apenas aumentou a curiosidade dele.
Dani começou a ler uma página em especial em voz alta:
-”FINALMENTE aquela bruxa loira e azeda foi embora daqui. Pra bem longe, acho. A única coisa que SEI é que ‘bem longe’ não é ‘à sete palmos do chão’ (infelizmente). Daniel continua reclamando do fato de que ela se foi por algum tempo (se as minhas macumbas não funcionarem.). Mas pelo menos abandonou a ideia de sair correndo atrás dela. Caso ele tente, provavelmente não será andando (há não ser que ele tenha um daqueles momentos loucos de idiota apaixonado, ou sei lá). Isso me deixa com a van do acampamento. Vou acabar tendo que subornar Argos, ou furar o pneu da van. Talvez ambos.” - Ele fez uma pausa para rir. - E ele provavelmente não vai pegar um pégaso, já que o bobinho tem medo de altura. Medo é pouco, na verdade. Ele tem um tipo de pavor compulsivo, ou alguma coisa nessa linha. Mas qualquer dia ainda vou fazê-lo ter a sensação de voar... Ai, ai. Enfim. Talvez possamos retomar nossa best friendzice, né? Estou meio perdida no mundo, mas tenho certeza de uma coisa: Ultimamente tenho precisado mais da companhia de Dani do que de oxigênio. E nem preciso dizer o quão idiota isso é. O que estou pensando? Que ele vai simplesmente me beijar amanhã? ...Droga de vida. - Finalizou.
-Isso é MEU diário, MINHA propriedade! - Reclamei.
Ele apenas levantou uma sobrancelha e abraçou o objeto de modo protetor.
-Pufavôô! - Ele pediu, exatamente como Ash faz às vezes.
Acabei cedendo.
-Tá bom. - Bufei. - Mas se mais alguém ouvir falar da existência do meu diário, você vai se ver comigo. - Estipulei.
Ele assentiu, feliz.
-Lolla! - Zack apareceu.
-O que foi? - Perguntei, irritada.
Ele apontava discretamente para Daniel, como se dissesse 'não vou falar nada com ele aqui'.
-Bem, é você que quer falar, e não eu. - Dei de ombros.
Ele levantou uma sobrancelha.
-Vou contar pro Dani de uma forma ou de outra. - Comentei.
Ele deu seu sorriso habitual de 'acho que não'.
Uou. Quanta coisa eu conseguia deduzir pelas expressões dele.
-Dani, ainda sobrou água? - Perguntei, casualmente.
-Acho que sim. Por quê?
-Pega um pouco lá pra mim? Ash não está muito a fim de ouvir minha voz. - Mordi o lábio.
Isso não era totalmente verdade. E nem totalmente mentira u.u
-Claro. - Ele sorriu.
Obviamente Dani sabia de minhas intenções. Mas deve ter deduzido que devia ser algo muito importante. Ou, depois de visitar Johnny, decidiu que Zack não era o maior dos problemas.
Eu apostaria na 2a opção.
Quando Dani saiu, Zack agarrou meu pulso.
-Vem. - Pediu, sério.
-Onde? - Encarei-o.
-Por favor! Juro que não vai se arrepender. Só... preciso de sua ajuda para entender algo. - Ele mordeu o lábio.
O 'não' estava na ponta da língua.
-Se algo ruim acontecer, vou te transformar numa galinha. - Ameacei. - Se bem que não deve fazer muito efeito... - Provoquei e saí andando atrás dele.
Andamos alguns metros.
-Estamos nos afastando demais. - Mordi o lábio.
-Já estamos chegando. - Ele prometeu.
Paramos alguns momentos depois.
-E então? - Cobrei.
-Não vê? - Ele levantou uma sobrancelha. - Olhe em volta.
Olhei. Não via nada estranho. Árvores, terra, Zack... Mas eu não ia de fato admitir que não entendia algo. Então fiquei calada.
-As árvores, Lolla! - Ele disse, como se fosse óbvio.
-Ah, claro. - Disse. - As árvores. Eu já sabia. O que tem as árvores?
Ele revirou os olhos.
-Elas mudaram. E as rochas também. Não é mais a vegetação típica de São Francisco. São plantas de Memphis, ou algo próximo. Vegetação do centro dos EUA.
-Nashville. - Lembrei, automaticamente.
-A capital do Tennesee. - Ele disse, como se eu não soubesse.
Afinal, como Zack Hudson sabia tanto sobre Geografia? A única coisa que eu sei sobre o Tennesee é que a Hannah Montana e o Daniel nasceram lá. Ah, e a Taylor mora lá também.
-Daniel nasceu lá - Achei relevante dizer. - E se forem memórias dele também?
-Então ele deveria vê-las, e não nós.
-E se ele já viu? - Sugeri. - Dani pode esconder coisas, assim como nós.
-Não consigo imaginar seu namorado escondendo alguma coisa. - Zack riu.
-Ele é melhor nisso do que você pensa. - Bufei.
O que não era totalmente verdade. Eu sei quando ele esconde algo. Só não consigo saber o que ele esconde. Mas vou descobrir. Ô se vou.
-Tá, que seja - Zack disse. - Acho que precisamos ficar de olho no seu namorado.
-Ou simplesmente contar a ele o que vimos. - Sugeri.
-E por que faríamos isso?
-E por que não faríamos isso?
-Quer mesmo que seu namorado pense que estamos passando tanto tempo juntos? - Ele deu um sorriso maldoso.
Eu não gosto de Zack dizendo toda hora ‘seu namorado’, ‘seu namorado’. O tom de voz que ele usa estava me dando vontade de seguir a sugestão de Dani e dar uns cassetes nele. E também porque Daniel Knowles não é simplesmente meu namorado. Ele é uma das poucas pessoas que eu confio de verdade, e uma das poucas que realmente me conhece. Ele é meu melhor amigo, e perdê-lo não seria como perder alguém que você gosta. Perdê-lo seria insuportável.
Quando você compartilha tantas coisas com alguém, como eu e Daniel fazemos, tantas experiências, tanta confiança... A pessoa acaba virando parte de você.
‘Seu namorado’ me parece uma descrição fútil demais.
-Você não é problema. - Foi só o que eu disse.
-Mesmo? Não foi o que pareceu quando ele tentou quebrar meus dentes.
-Olha aqui: Eu não sei exatamente quem você é, e nem o que está tentando fazer. Mas quando eu descobrir, eu mesma vou quebrar seus dentes.
-Uou, que divertido. - Zombou. - É claro que você confia em Daniel. Por isso você contou a ele a verdade sobre me conhecer, sobre os flertes, a razão de não me querer na missão, sobre quem é Johnny, a floresta, as visões de quando era pequena, a razão de termos começado a conversar ... Ah, é mesmo. Você não contou! - Ele sorriu de forma quase que cruel.
Me senti como lixo naquele momento. O tipo de pessoa horrível que está dentro de mim mas eu me esforço para manter trancafiada. Mas ao mesmo tempo sentia uma raiva enorme subindo para a minha cabeça. Porém eu sabia que essa raiva logo sumiria e eu ficaria apenas com o gosto ruim na boca.
E Zack parecia alegremente saber disso também.
-Eu menti para protegê-lo! Para proteger a todos! - Me coloquei na defensiva instintivamente.
-Desde quando a mentira protege alguém? - Ele forçou. - Afinal, você queria proteger Daniel, ou apenas você mesma?
-Não é tudo sobre mim.
-Claro que é. Sempre foi. "A famosa Lolla Aryan", princesa.
-Cale-se! - Mandei. Estava à beira de explodir, porém ainda tentava usar a pouca sanidade que me restava. - Você NÃO TEM o direito de falar nada sobre mim, nem de me julgar, e muito menos decidir as coisas pelas quais luto. - Vociferei. - Não sabe nada sobre mim, e eu não suporto pessoas que me rotulam. E tem algo que você precisa saber sobre a loirinha aqui: Eu faço o impossível para atingir o que quero. Acabo com você usando apenas um dedo. E tenho pessoas dispostas a entrar em qualquer luta ao meu lado. O que você tem, Zack?
-Gosta de ameaçar as pessoas, não é? - Ele observou. - Isso faz parte da sua estratégia para mandar em tudo?
Recuei um pouco.
-Gosta de brincar comigo, não é? Isso faz parte da sua estratégia para ser idiota?
-Acha que preciso de uma estratégia para ser idiota? - Ele deu um sorriso desafiador.
-Acha que preciso de uma estratégia para fazer as pessoas fazerem o que digo?
-Afinal, é isso. Por que todos seguem você? Eles pelo menos têm explicação pra isso? - Ele levantou uma sobrancelha.
E foi aí que eu percebi o que a raiva me impedira de ver todo esse tempo. Me senti estúpida instantaneamente.
-Quem é você, Zackary Hudson? - Encarei-o, estupefata. - Primeiro age como um completo tapado e depois vem me dizer sobre vegetações típicas e Geografia? - Levantei uma sobrancelha. - Algo não bate na sua história.
-Vá direto ao ponto.
-Você não é burro, mas quer que todos pensem que sim. Por quê?
-Eu não estou fingindo nada. - Ele corrigiu. - É algo que você, entre todos, deveria entender completamente.
Mas eu não entendia. Não mesmo. Há menos que...
-Primeiras impressões - Deduzi. - Fez isso para se aproximar de mim. Só não entendo como a questão de 'ser burro e idiota' ajudou.
-Bem, você não confia em pessoas mais espertas que você. - Ele deu um sorriso torto. - Quanto mais esperta uma pessoa é, menos confiável ela parece para você.
Uou. Ele definitivamente tinha razão sobre isso.
-Como...? - Parei. - Enfim. Quem lhe disse que você é mais esperto que eu, Zack Hudson?
-Não sou - Ele admitiu. - Mas se eu chegasse falando de 'vegetação característica', você teria me aniquilado.
Eu ouvia atenta o quanto o novato idiota me fizera de boba.
-...Porém, se eu fosse o 'garotinho magoado e idiota', você apenas tentaria ficar longe. Mas, simultaneamente, eu ganharia sua confiança aos poucos. Até que você confiasse o bastante para me seguir em lugares desconhecidos apenas segurando sua adaga com força no bolso. Porque é assim que você funciona, Lolla Alison Aryan.
Uh. Talvez eu estivesse ligeiramente equivocada quanto a Zack não saber nada sobre mim.
-Você... descobriu tudo isso me observando? - Indaguei, intrigada.
-Algumas pessoas valem a pena observar - Ele deu seu sorriso típico californiano 'eu-sou-o-popular-bonitão'. - Você é tão... autêntica, Lolla. Me mudei várias vezes, mas nunca achei alguém como você.
-Isso é interessante, considerando que estava me acusando de ser uma pessoa horrível poucos minutos atrás. - Observei. - Afinal, por que está me contando isso?
-Porque, nesse momento, você me considera muito mais agora que sou um cara inteligente do que quando era o tapado que estragava tudo. - Ele deu um sorriso fraco. - Assim, eu pude te impressionar de uma forma que você nunca imaginou.
Eu não ia conseguir mentir, é claro. Zack Hudson claramente não era o que eu imaginava.
-Você ainda me parece o cara que se acha o popular bonitão.
-Eu sou o popular bonitão! - Ele corrigiu. - Eu não menti sobre essa parte. E eu realmente colava nas provas. E era capitão do time de futebol americano. - Ele me encarou. - Só não sou idiota. Então nem mentalize que sou algum tipo de nerd psicopata problemático.
-Mas, para a sua tristeza, eu não sou do tipo líder de torcida que gosta de populares bonitões. - Dei de ombros.
-Posso te fazer mudar de ideia bem rápido. Afinal, uma coisa eu consegui: Você não consegue me odiar.
-Por quê? - Desafiei.
-Porque somos parecidos a ponto de não conseguirmos conviver - Ele disse. - Compreende, princesa?
-Como Haymitch e Katniss. - Deduzi.
Ele deu um sorriso level Finnick Odair.
E então eu comecei a pensar. A sede por poder, a necessidade de aparecer, a teimosia, o egocentrismo, o jeito como vemos o mundo todo - como uma possível ameaça que deve ser cuidadosamente estudada... Tudo estava lá, naquele garoto.
E isso não fez com que eu gostasse nem um pouquinho mais dele.
-O que vem depois? Vai me oferecer um torrão de açúcar? - Levantei uma sobrancelha.
-Não. - Ele decidiu. Ao invés disso, veio e me deu um beijo na bochecha.
Recuei.
-Está perdendo a noção do perigo, novato? - Cerrei os dentes.
-Ui, que medo. - Ele deu seu sorriso desafiador.
-Devia estar com medo mesmo. Triturarei seus membros com uma faca de manteiga, vingativa e lentamente, porei uma bomba em você e depois vou colocar um óculos 3D pra te ver explodir. - Ameacei.
-Então é assim?
-É.
-Tá.
-Tá.
E então ele chegou mais perto de mim e eu dei um passo pra trás. Ao fazer isso, tropecei em um tronco de árvore e quase caí de cara no chão.
Ele começou a rir.
-Idiota. - Dei um choque nele.
-Que coisa, princesa! Isso devia ser contra a lei.
-Mas não é. Olha que pena? - Fingi tristeza. - Eu te odeio, Hudson.
Depois daquilo, saí andando para longe dali. Precisava de um tempo pra raciocinar.
"Se aproximar de mim"? Qual é. Alguém que criou todo esse esquema tem de ter segundas intenções maiores.
Sentei embaixo de uma árvore e peguei meu caderno de anotações e um lápis.
Ok. Zackary Hudson tinha poder para colocar qualquer um - até mesmo eu - na defensiva, ou levar ao pânico, apenas sabendo os pontos fracos da pessoa.
Mas isso não era tudo. Assim como ele podia colocar a favor, podia colocar contra. E se, por acaso, ele resolvesse abrir qualquer protesto contra mim? Quantas pessoas conseguiria mover?
A habilidade dele com palavras era indiscutível. Mas será que ele teria capacidade para pensar em um plano desses? Eu não duvidava realmente do que ele era capaz.
Era isso. Zack não precisava de uma espada, nem nenhuma arma. Ele desarmava as pessoas com poucas palavras. As perseguia e observava como uma máquina. Fingia de forma espetacular. Sua maior arma era sua voz.
Sem chance de ele ter aprendido isso. Era algo natural, que talvez ele nem se desse conta do quanto era grandioso.
E eu não ia ser a vaca que ia explicar para Zack detalhadamente como ele podia destruir alguém.
Mas se ele era parecido comigo, todo o tipo de coisa egoísta e má passava pela cabeça dele.
Meu coração costuma filtrar essas ideias ruins que vivem aparecendo. Mas considerando ser Zack, eu não teria tanta certeza quanto ao coração dele.
Ele ainda era um idiota. Só que era um idiota extremamente sagaz e astuto.
Eu não conseguiria dizer sobre o que mais ele estava mentindo, ou poderia mentir. Qualquer coisa que saísse da boca dele era duvidosa.
Até Ashley teria de admitir que ele fizera um bom trabalho. E isso considerando que Ashley é de longe a maior enganadora de todo o mundo.
-Sua retardada! Procuramos você por toda parte! - Como se lesse meus pensamentos, Ash apareceu, berrando comigo.
Escondi o caderno e a encarei.
-É. Claro. - Mordi o lábio. - Só precisava de um tempo sozinha.
-’Um tempo sozinha’? - Ela levantou uma sobrancelha. - Daniel está berrando na minha cabeça há pelo menos uma hora que ‘precisamos achar ela’, ‘ela está com problemas’, e blá blá blá. E então eu chego, e você simplesmente ‘precisava de um tempo sozinha’?
A última coisa que eu precisava era de mais alguém me julgando.
-Tá bom, Ashley. - Bufei. - Não me faça sentir pior do que já estou.
-Quer dizer que você está mal? E eu deveria sentir pena de você?
Ah, não. Eu poderia fazer qualquer coisa naquele momento, EXCETO retomar a conversa sobre Zack.
-DANI! - Berrei, feliz, ao ver aquele cabelo loiro bagunçado que ele não parecia achar relevante arrumar.
-Onde você estava? - Ele arregalou os olhos. O tom de sua voz não continha raiva. Era apenas surpreso e preocupado.
Só consegui sorrir ao ver sua reação. Eu poderia fazer a maior bosta do mundo, mas mesmo assim Dani me seguiria e me salvaria. Acreditaria em mim até o fim.
Comecei a pensar. Se fosse o contrário, eu seria tão condolente? Algo em minha cabeça me dizia que não. Mesmo assim, lá estava ele. Eu poderia até ter o maior cérebro, e me preocupar com os outros.
Mas Daniel ainda era o coração de ouro ali. É, bitches. Eu tenho o melhor namorado do mundo. Mais do que eu poderia querer. Mais do que eu ousaria querer. Se eu faço meu conto de fadas, Daniel Knowles será sempre meu príncipe encantado.
-Eu te amo demais, Mr. Charming. - Puxei sua camisa e dei um grande beijo em seus lábios meio rachados. - Arruma esse cabelo. - Reclamei, mas acabei arrumando eu mesma.
-Charming? - Ele levantou uma sobrancelha.
-É. De Prince Charming. Príncipe Encantado. - Sorri. - Talvez eu ande assistindo muito Once Upon a Time. - Dei de ombros.
-Talvez. Mas eu gosto da ideia de ser um 'Prince Charming'. - Ele sorriu, satisfeito.
-Oi, desculpa interromper, mas VOCÊS DOIS TÊM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA MENTAL? - Ash berrou, dando um tapa no rosto do Dani.
-Hmmm... Dislexia, déficit de atenção e hiperatividade. Serve? - Ele levantou uma sobrancelha.
E foi aí que eu percebi o que tinha feito.
-Ah. - Fiquei vermelha. - Desculpe.
-O que...? - Ele me encarou. Percebeu um minuto depois. - Ah, é. Eu odeio esse lugar. - Chutou uma pedra no chão para bem longe.
-Se o bestante foi um aviso, o que vem depois? - Ash mordeu o lábio. - Argh, eu devia ter posto fita crepe na boca de vocês quando tive chance.
Paramos de discutir quando Dani caiu no chão. Ele começou a soluçar, e parecia estar com falta de ar. A cor sumia de seu rosto.
-Ah. Então é isso que acontece. - Ash deduziu. - E agora?
-O... o mini Dani! - Lembrei. - Ele deve estar em perigo. Deuses, me lembre de agradecer a Zack por isso... ugh. Pensando melhor, não me lembre, não. Afinal, é Zack.
-O que...? - Ela me encarou, confusa. Aí lembrei que ela não sabia de nada, e eu não tinha tempo para explicar.
É, esconder coisas dos seus amigos realmente não presta.
-Cuide dele. Eu já volto. - Pedi.
-E o que eu faço?! - Ela parecia desesperada.
-Sei lá. Tenta controlar os batimentos cardíacos, faz boca a boca, não sei. Dá um jeito. Eu já volto.
Saí correndo em direção à floresta de Nashville. Nick apareceu e foi ajudar Ashley.
-Ei, o que houve? - Zack apareceu.
-Temos que achar o mini Dani. Já. - Ordenei.
Ele não fez perguntas. Começamos a procurar, e procurar... Mas ele simplesmente não estava lá. Seria aquilo uma armadilha?
O pânico tomou conta de meu corpo e eu já não conseguia pensar com clareza.
-Que tal ajoelhar e pedir perdão eterno para a Soraya? - Zack sugeriu.
Mas meu ego era simplesmente grande demais pra isso. E eu ainda tinha minha dignidade, oras!
-SUA... SUA VADIA FOREVER ALONE DOS INFERNOS! - Amaldiçoei o céu. - SABE QUEM EU SOU? EU SOU LOLLA ALISON ARYAN. MEU PAI MANDA EM TODOS VOCÊS. VOU TE PROCESSAR E VOCÊ VAI SER DEMITIDA E TRANCAFIADA NO TÁRTARO ONDE É SEU LUGAR, SUA NOJENTA! - Vociferei.
-Lolla. Você não está ajudando. - Zack comentou.
-Ah. Claro. - Baixei a adrenalina. - Vamos voltar.
-E o que espera fazer?
-Talvez eu tenha um plano.
O que era uma lorota enorme, devo dizer. Eu não conseguia nem andar meio metro em linha reta, quanto mais arquitetar um plano.
Mas quando chegamos à pequena enfermaria que Ash havia montado, eu simplesmente desabei. Daniel estava completamente imóvel. Não estava morto, segundo Ashley. Mas faltava bem pouco.
-E então? - Ela me encarou. Eu era sua última esperança. E eu tinha falhado.
Sem dizer uma palavra sequer, me aproximei de Daniel e sentei ao seu lado. Lágrimas escorriam pela minha face. Mas pela primeira vez, eu não tentava negar nem esconder.
-Procuramos em toda parte - Zack declarou. - Não tem jeito.
Eu me recusava a acreditar nisso. Tinha de haver um jeito. Ele devia ser totalmente óbvio, mas eu não conseguia vê-lo.
-Me perdoa - Disse, soluçando, para o garoto cuja vida estava por um fio. - Eu te amo. Esse não pode ser o fim. Por favor, Daniel, você pode me ouvir? - Supliquei. Sem resposta. - Você é meu herói, Charming. E um dia eu espero ser tão bondosa e querida quanto você. Ficaremos juntos. Pra sempre e sempre. Eu prometo.- Declarei.
-O que ela quis dizer com essa última parte? Ela pretende se matar com ele ou o quê? - Pude ouvir Ashley sussurrar.
Isso é bem a cara dela. Tira a adaga do bolso dela, rápido - Meu irmão ordenou.
Em minha defesa, eu não tinha pleno controle de minhas faculdades mentais naquela hora. Não fazia nem ideia do que estava dizendo. Meus hormônios estavam à flor da pele, meu mundo loiro estava morrendo e eu estava... assistindo. Como isso de alguma forma pareceria certo?
Então, fiz a coisa mais desesperada, idiota e inusitada possível: Eu me inclinei e o beijei. Pude sentir o gosto de minhas lágrimas amargas enquanto pressionava meus lábios contra os dele com força. Mas não era só isso. Ele estava...? Não, eu estava louca e carente, apenas isso. Não era possível que ele estivesse retribuindo o beijo.
Depois de alguns momentos, me afastei. Em partes porque ele tinha aberto os olhos.
-Bem vindo de volta, príncipe encantado. - Sorri.
-Como você...? - Zack me encarou, sem acreditar.
-Amor verdadeiro. A magia mais poderosa de todas. - Sorri. Fitei Dani. - Eu definitivamente estou assistindo muito Once Upon a Time.
-Amém. - Ele tentou esboçar um sorriso, mas ainda estava bem fraco.
Fraco, mas vivo. Isso era uma tremenda vitória, na minha opinião.
-Eu pensei que tinha te perdido pra sempre. - Lamuriei, praticamente me jogando em seus braços.
Guardei cada detalhe daquele momento. Como as mãos de Dani eram fortes, mas aconchegantes, o cheiro de amaciante em sua camisa, o tom exato de seu cabelo loiro... Tudo o que se pode imaginar.
-Se eu morresse, iria me visitar todos os dias? - Ele me imitou.
-Claro que não. Se você morresse, eu ia te buscar. - Sorri, lembrando.
-Isso é sorte. Apenas isso. - Zack decidiu, ainda parecendo irracionalmente assustado.
-Não é sorte, Zack. - Corrigi. - É fé. E amor. O que pode ser mais poderoso?
-Do beijo morremos, e do beijo ressuscitaremos. - Ashley filosofou. - Agora separem logo porque eu vou vomitar daqui a pouco. E Daniel está mais para Branca de Neve do que Príncipe Encantado, se formos pensar.
Daniel não pareceu ter gostado muito da comparação. Provavelmente por estar muito delimitado fisicamente para retrucar, a ignorou. Ele me fitou.
-Me salvou duas vezes hoje. - Ele esboçou um sorriso.
-Não! Eu te matei duas vezes hoje! - Corrigi, ainda pálida.
-O que importa é que estamos bem, muito bem, e Soraya deve estar com raiva, muita raiva, então acho melhor sairmos daqui rápido, muito rápido. - Zack se pronunciou.
Era uma boa ideia.
-Então acho que temos que achar o objeto mágico logo, muito logo. - Ash concordou.
-E onde poderia estar? - Dani indagou.
-Bem, costuma estar em locais altos. - Nick bufou.
Fitei Zack.
-Nashville?
-Nashville. - Concordou. - Quem sabe se levarmos Daniel até lá ele reconheça algo e...
-Eu ainda estou aqui. - Dani bufou.
-Sabemos disso, querido. - Sorri. - Consegue andar?
Ele tentou se por em pé, mas a tentativa foi desastrosa. Seu rosto ficou verde e ele parecia querer vomitar.
-Vai ter que ser na marra, mesmo. - Bufei. - Isso não vai doer. - Prometi e saquei a varinha. - Levicorpus!
O corpo de Dani começou a levitar, e eu tinha controle absoluto dele.
-Resolvido. - Anunciei, satisfeita. - Vão na frente.
Os outros três tomaram a dianteira e eu fui levitando Dani até chegarmos nas árvores que reconhecemos como as do Tennessee. - Reconhece algo, Dani? - Perguntei.
-Parece a floresta que temos à dois quarteirões de casa. - Ele comentou.
-Daniel, você tem visto... alguma sombra sua, como um mini você nesse tempo? - Zack perguntou, cauteloso.
-Não - Ele parecia confuso. - Um... mini eu?
-Ali! - Ashley berrou, determinada.
Um garotinho loiro de 8 ou 9 anos corria pela grama,como se estivesse perdido, ou fugindo de alguém. Os mesmos olhos azuis céu, o mesmo sorriso tímido... E o mesmo espaço entre os dentes. Nos escondemos atrás de árvores.
-Lolla - Dani me chamou. - Eu me lembro... lembro da última vez que usei essas roupas. - Seu tom de voz sugeria que não era uma lembrança agradável. - É uma pérola. O objeto é uma pérola. - Ele declarou. - E eu sei onde está.
Continuamos seguindo o mini Dani, até que o garotinho achou algo no chão - uma concha. Com muita dificuldade, ele a abriu, revelando uma grande e brilhante pérola. Mesmo tendo 8 anos, ele devia saber que não existem conchas nas florestas. Quando segurou a pérola nas mãos, ela começou a pegar fogo, literalmente. De reflexo, ele a soltou. Mas a joia não o ferira, e nem queimara o chão. Intrigado, ele a colocou no bolso e saiu andando. O seguimos por mais alguns metros, até que ele foi engolido por alguma barreira espaço-temporal e desapareceu.
-Lembra-se de onde ela está agora? A pérola. - Fitei Dani.
-Está no meu quarto... em Nashville. - Ele mordeu o lábio.
Suspiramos, cansados.
-E se, talvez, essa barreira que levou o garotinho nos levar para Nashville também? - Ash deu a ideia.
Não era nenhuma garantia. Mas podíamos tentar.
-Come. - Peguei mais um pedacinho de ambrosia e dei pra Daniel. Rezei para todos os deuses que pude lembrar, até mesmo aqueles que eu não gostava. Ok, quase todos. Eu não rezara para Afrodite. Esperava que eles tivessem dó da minha pobre alma e Dani não quase morresse pela terceira vez em um dia.
Felizmente, alguém lá em cima me ouviu e Daniel não explodiu.
-Me sinto melhor. - Ele comentou.
-Pode ficar em pé? - Perguntei.
Graças aos deuses, ele podia. Demos as mãos e, num gesto bem High School Musical e infantil, saímos correndo e pulamos no lugar onde era provável que o mini Dani tivesse desaparecido.
Aí eu não sei o que aconteceu depois porque eu perdi a visão e já não sentia mais o chão.
...
Me encontrava em um estado semiconsciente, mas podia ouvir uma voz me chamando. Por que não me deixavam em paz?
-Lolla. - A voz dizia. - LOLLA! Lolla, você tá bem? Ah, meus deuses, pode me ouvir?
Só havia uma pessoa no mundo que se preocuparia tanto comigo.
-Me deixa dormir... - Pedi, em uma espécie de transe.
-Me escuta! Você precisa olhar pra luz. Olha pra luz, Lolla. - Ele aconselhou.
-Olhar para a luz? - Perguntei, confusa. - Estou morta? Ai, deuses, é isso, não é?
-Ai, Daniel, para com isso. - Outra voz, mais fina e agressiva, se pronunciou. - Abre logo os olhos, droga. - Ela ordenou.
Seu tom de voz sugeria que se eu não os abrisse, ela o faria a força. Portanto, obedeci.
-Graças aos deuses você está bem. - Daniel suspirou, aliviado. - Você foi a primeira a chegar, e bateu a cabeça... Está tudo bem?
-Hm... Minha cabeça está explodindo. Fora isso, acho que sim. - Dei de ombros, levantando.
-Bem vinda à Nashville. - Ele anunciou.
Uma leve tontura me invadiu, mas consegui me por em pé. Observei o lugar com atenção. Pode parecer meio idiota da minha parte, mas Nashville definitivamente não correspondia às minhas expectativas.
-Olha, tem carros no Tennessee! - Ash disse, surpresa. - E as pessoas não usam chapéus de festa junina!
Hm, é. Era exatamente isso o que todos nós - exceto Dani, claro - estávamos pensando.
Estávamos em uma parte que com certeza não era o centro da cidade, e nem a parte mais rica. Haviam alguns carros na rua de asfalto, mas nada se comparado à grande São Francisco. Nashville era bem arborizada, e tinha uma atmosfera bem mais calma.
-A terra do country. - Sorri. - Já amo esse lugar.
-Desde que a Lolla não se junte com os moradores para cantar Janis Joplin, para mim está ótimo. - Ash bufou.
Encarei-a, surpresa.
-Você CONHECE Janis Joplin?
-Não. Mas você fala dela às vezes. - Ela deu de ombros.
-Eu ainda odeio country. - Zack comentou.
-Bate aí. - Ela bateu na mão dele.
-Parece que vocês vão conhecer minha família. - Dani deu um sorriso fraco.
-SUSAN KNOWLES, AÍ VAMOS NÓS! - Berrei, animada. Eu simplesmente AMO aquela mulher. Ela é perfa demais. Peguei o chapéu em minha mochila. - ÍRRAAA! - Completei, só para irritar Zack e Ashley.
-Vamos logo. - Ela disse, seca.
Dani disse que não estávamos longe de sua casa, então fomos a pé mesmo.
-Daniel Knowles?? Dani?? - Uma garota morena com luzes loiras no cabelo o reconheceu do outro lado da rua. Uhu.
-Oi, Tiffany. - Ele deu um sorriso fraco.
Tiffany. Bethany. Daniel tem sérios problemas.
-Tiffany! - Sorri. - Que saudades de você! Nossa, temos tanto a conversar... Espera aí que nós voltamos em cinco minutinhos. - Prometi e puxei Dani pela mão para longe dela. Os outros nos seguiram.
Quando tomamos uma distância segura, ele me encarou.
-Conhece Tiffany Preston?
-Claro que não - Revirei os olhos. - Tiffany? Sério? - Levantei uma sobrancelha.
Ele abriu a boca para defendê-la, mas mudou de ideia.
Paramos alguns metros depois, em frente à uma bonita casa amarela com portões brancos e um belo jardim bem cuidado na frente.
-É aqui. - Ele anunciou.
-Onde está a campainha? - Ash perguntou.
-Hmmm... não tem. - Ele deu de ombros.
-E agora?
Como resposta, ele se apoiou no portão e berrou à plenos pulmões:
-MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃE!
-Meus vizinhos já teriam ligado pra polícia há essa hora por causa da gritaria. - Fiz uma careta.
-Ai, é verdade! - Ash concordou. - Os vizinhos dela são uns frescos do caramba.
Esperamos alguns momentos até que uma senhora abriu a porta da casa. Ela tinha cabelos loiros curtos e ligeiramente encaracolados, olhos azuis profundos e uma expressão alegre, porém cansada. Vestia um avental de cozinha escrito "I cook for cookies". Seus olhos se arregalaram e ela berrou de volta:
-BEBÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! - Ela sorriu.
Dani abriu o portão e atravessou o jardim, dando un longo abraço em Susan.
Passamos pelo jardim também.
-Oi, Susan! - Sorri, sem graça. - Lembra de mim?
-NORIIIIIIIIIIIIINHA! - Ela berrou em resposta e me abraçou também. - Own, você está cada vez mais linda. Imagino como estará radiante no vestido que Daniel viu para o casam... Ops. Hehe. - Ela tampou a boca com as duas mãos. - Venham, vamos entrar todos vocês.
Olhei intrigada para Daniel, mas ele encarava o próprio pé, seu rosto parecendo um pimentão. Engoli um risinho.
-Eles gostam de berrar, não? - Ash sussurrou pra mim.
Ela tropeçou no degrau, mas Zack segurou sua mão para que ela não caísse.
-Obrigada. - Agradeceu, sem graça.
-Sem problemas. - Ele deu de ombros.
A sala de estar dos Knowles em nada parecia com a minha. Era meio bagunçada e bastante colorida, e fotos de Dani criança cobriam todas as estantes e paredes. Era bem aconchegante e harmoniosa. Eu podia quase imaginar Daniel pequenininho deitado no sofá branco assistindo TV enquanto Susan preparava um delicioso lanche da tarde para ele.
Foi aí que percebi o quanto a realidade dele com 8 anos era diferente da minha.
A Sra. Knowles me conhecia somente pelo o que Dani falava de mim e pela pequena visita que eu, ele e Harmony fizéramos a ela poucos meses atrás, mas mesmo assim me tratava como se eu fosse da família.
-Oh! - Deixei escapar, enquanto olhava uma prateleira em especial.
Ela era totalmente dedicada à Lani. Fotos de mim e Dani, tanto atuais quanto de 4 anos atrás invadiam a grande prateleira.
Me senti honrada por estar na prateleira da sala de estar de Susan Knowles, de verdade.
-Isso é tão lindo. Obrigada. - Sorri para a senhorinha. - É a primeira vez que tenho fotos minhas emolduradas. Se não contarmos a que Dani tem em seu criado-mudo. - Admiti.
-Ah, não fique tão lisonjeada! - Ela deu de ombros, mas parecia feliz pelo elogio. - Afinal, vocês dois vão me apresentar seus amigos ou eu vou ter que pedir? Onde estão os bons modos, Sr. Daniel? - Ela censurou.
-Ah. Claro. - Ele ficou vermelho. - Essa é...
-Ashley Thompson, senhora. - Ash sorriu. - Tenho certeza de que seu filho falou de mim.
-Oh, certamente que sim! - Ela sorriu. - Mas por que você está vestida de astronauta?
Ash ficou vermelha.
-É uma... longa história.
-Imagino que sim. - Ela parecia compreensiva. - Dani diz que você é uma pestinha.
-Ele diz, é? - A garota fulminou Daniel com o olhar. - Depois vou ter uma conversinha a sós com o seu bebê.
A Sra. Knowles a ignorou.
-Você é tão bonita! - Sorriu. - Eu totalmente adoro seus olhos. - Ela olhou para Zack. - É um garoto de sorte, sabia?
Apertei a mão de Dani com mais força. Como a mãe dele... sabia?
Ela viu pela cara de Zack que havia falado mais do que devia.
-Opa. Me ignorem. Hehe. Eu sempre falo demais. Entãão... Qual é seu nome, querido?
-Ahnnn... Zack Hudson, Sra. Knowles. - Ele apertou sua mão, sem graça.
-Eu não dou apertos de mãos. Dou abraços. - Ela sorriu e o abraçou também. Ela se virou para Nick. - E você é o maninho da Lolla.
-Maninho nada. Eu sou o mais velho. - Ele corrigiu, levemente irritado. - Nicolas Aryan.
-Então você é o garoto que ameaça meu filho? - Ela o encarou, cênica.
-Ah. Não. Digo, é. Digo...
-Bem, não importa realmente. - Ela decidiu. - Que tal vocês irem até a cozinha comer biscoitos enquanto eu vejo se tenho alguma roupa antiga que sirva na Ashley? - Ofereceu.
O estômago de Nick roncou em resposta.
-Claro - Sorri. - Seria ótimo, sra. Knowles.
Ela subiu com Ash enquanto eu e os garotos fomos para a cozinha, que era na sala ao lado.
Era um cômodo pequeno, porém bem cuidado e aconchegante. Assim como toda a casa dos Knowles.
Sentamos à mesa e pegamos alguns biscoitos. Ash e Susan voltaram depois de poucos minutos.
A garota parecia meio desconfortável na camisa xadrez e calça jeans skinny que a senhora lhe tinha arrumado.
-Ei, essa calça é minha! - Daniel protestou.
-Ela é muito confortável, se quer saber. - Ash sorriu.
Sufoquei um riso.
-Não parece uma calça masculina. - Zack comentou.
Ele tinha razão quanto a isso. Mas fiquei calada.
-Ficou melhor em mim do que em você, admita. - Ela mostrou a língua.
-Você tem razão. - Dani não parecia muito feliz com a descoberta.
-Entãão... - Susan disse, totalmente focada em mudar de assunto. - Os biscoitos estão gostosos?
-Esplêndidos, Sra. Knowles. - Sorri.
-Afinal, Lolla, você disse que nunca teve uma prateleira com fotos suas. Sua mãe não tem fotos suas? - Ela fez o que considerava ser uma pergunta inocente.
-Ah - Foi o que consegui dizer à princípio. Vendo aquele lugar incrível, doía ainda mais falar dela. - Minha mãe... Bem, nós não nos gostamos muito.
-Oh - Um surto de entendimento transpareceu em seus olhos. - Me desculpe. Eu não quis... eu não devia ter falado disso.
-Não, tudo bem. - Esbocei um sorriso.
-Sabe que pode contar comigo, certo? - Ela tinha um sorriso compreensivo no rosto. - Somos sua família também.
-Obrigada - A abracei de novo. - Isso significa muito pra mim. Você nem imagina quanto.
-Ah, querida, não fale como se fosse grande coisa. É o mínimo que posso fazer. Tem um coração muito bom, Lolla. Eu posso ver.
As pessoas ficam repetindo que tenho um coração muito bom. Por que eu não consigo ver isso?
-Definitivamente. - Dani beijou minha bochecha. - Eu te amo.
-Own, Susan, seu filho é um príncipe! - Elogiei. - Ele foi claramente educado por uma rainha.
A Sra. Knowles quase deixou o copo que tinha nas mãos cair.
-Oh - Ela parecia um pouco perturbada. - Obrigada, docinho. A última vez que alguém me chamou de rainha... Bem, a última vez foi...
Apollo, deduzi em minha mente.
-Entendi. Desculpe por a fazer pensar nisso.
-Ah, está tudo bem. Eu penso toda vez que vejo Daniel, não é mesmo? - Ela sorriu. - Afinal, qual a razão da visita de vocês?
-Ah! - Dani lembrou. Ele pegou minha mão e me ajudou a levantar. - Nós já voltamos. - Após dizer isso, me puxou escada acima. Paramos em frente à uma porta escrito "NO MUGGLES". E entramos no quarto de Dani.
-Bem vinda ao meu quarto. - Ele sorriu. - Ele não tem senhas fodásticas nem closets secretos, mas...
O quarto era laranja, obviamente. Tinha alguns posters na parede, principalmente da Selena Gomez. Tudo estava em seu devido lugar, perfeitamente arrumado. Algo me dizia que não havia sido Daniel a arrumar tudo. Haviam fotos de Luke, Matt e alguns outros amigos num mural.
-É exatamente como imaginei. - Sorri.
-Bem, a pérola está em alguma dessas gavetas. - Ele apontou para a escrivaninha. - Me ajuda?
-Claro - Disse, já começando a remexer na parte esquerda da mesa. Até que algo chamou minha atenção. - O que é isso? - Perguntei, pegando um punhado de cartas. Sentei em sua cama e comecei a ler uma delas. - "Bom dia, mãe! Então, o baile do chalé da Lolla foi ontem. Lembra que eu te falei? Então. Ela estava linda, como sempre, em um vestido roxo com um pouco de dourado e preto. Eu comecei a gaguejar quando ia elogiá-la, e Nick atrapalhou, então eu acabei amarelando. Enfim. Mas acho que compensei isso com a história dos fogos. Funcionou tudo perfeitamente. Mas a reação dela foi a melhor. Sem dizer nenhuma palavra, ela apenas chegou mais perto e me beijou. Senti um arrepio percorrendo toda a minha espinha quando percebi o que ela tinha feito. 'Perfeito' não é suficiente para descrever aquele momento. E depois ainda voltamos e cantamos mais. A voz dela é tão linda, mãe. Você tem que ouvir! Ela praticamente me apresentou para o acampamento inteiro como namorado dela. Senti uma pontinha de orgulho. Ok. Talvez um pouco mais do que uma pontinha. Dá pra acreditar em tudo isso?? Com amor, Dani." - Sorri. - Você é tão fofo.
-E eu disse alguma mentira? - Ele levantou uma sobrancelha.
-Muitas e muitas. - Fiz uma careta.
-Você não faz ideia do efeito que causa, não é mesmo? - Ele sorriu.
-Frases do Peeta? - Comentei. - Dani Mellark.
-Lolla Everdeen. - Ele riu. - Você me ama. Verdadeiro ou falso? - Ele sentou na cama ao meu lado.
-Verdadeiríssimo. - Fitei seus olhos azuis e o beijei.
A porta se escancarou no mesmo momento.
-Eu disse, viram só? Mas ninguém me ouve nessa droga. “Procurar objetos mágicos”, sei... - Ash revirou os olhos, berrando para os garotos que provavelmente estavam lá embaixo. - ME DEVE 20 PRATAS, ZACKARY HUDSON!
Eu e Dani nos separamos e levantamos da cama.
-Espera. Você apostou com o Zack que eu e Dani estaríamos nos beijando quando você entrasse? - Encarei-a, irritada.
-É, e aí? - Ela levantou uma sobrancelha. - 20 pratas grátis. Como recusar?
Não respondi. Dani foi até as gavetas e rapidamente procurou a pérola.
-Aqui está. - Sorriu, mostrando a pérola. Era com toda a certeza a mesma que o mini Dani carregava. - Vamos?
-Vamos. - Concordei. Passamos por Ashley sem dizer uma palavra e descemos as escadas.
Nos reunimos todos no sofá.
-Nós já vamos? - Zack perguntou.
-Ai, deuses, olhem só isso! - Levantei, indo até o móvel da TV. É chamado de rack, não? Enfim. - Isso são... todos os CDs da Janis Joplin? - Disse, admirada.
-São, na verdade são, sim. Você gosta de Joplin? - Susan levantou uma sobrancelha.
-Certamente! - Sorri.
-Por que vocês não cantam uma música dessa Jane aí juntas? - Dani sugeriu.
-Janis - Corrigi. - Não, não, quer dizer, já estamos de saída e...
-É uma EXCELENTE ideia! - A sra. Knowles sorriu. - Eu sei que você canta, Lolla. Dani me conta as coisas.
Droga. Ele deve ter provavelmente dito que eu deixo a Whitney Houston no chinelo, ou algo assim. Afinal, é Daniel.
-Tá. Uma música. - Cedi.
-Eu devo ter um violão em algum lugar aqui perto... - Ela disse, pensativa. Até que achou um num pequeno armário ali na sala. - Aqui está. Quer tocar?
-Claro! - Concordei. - Piece Of My Heart? - Sugeri.
-Ah, um tremendo sucesso essa música! - Ela assentiu, como se isso lhe trouxesse boas lembranças.
Nos acomodamos no sofá e comecei a tocar.
-Oh, come on, come on, come on, come on... - Cantarolei.
-Didn't I make you feel like you were the only man, yeah - Ela me acompanhou. Sua voz era potente, porém doce. Dava pra ver que a voz de Daniel teve certa influência materna também. Será que fora isso o que atraíra Apollo?
-Didn't I give you nearly everything that a woman possibly can?
-I want you to come on, come on, come on, come on and take it, take it! Take another little piece of my heart now, baby! Oh, oh, break it! Break another little bit of my heart now, darling, yeah, yeah,yeah...
-Oh, oh, have a! Have another little piece of my heart now, baby, you know you got it if it makes you feel good, oh, yes indeed.
Quando nos aproximamos do fim, Ash já parecia estar quase dormindo.
-Oh, oh, have a, have another little piece of my heart now, baby, hey, you know you got it, child, if it makes you feel good. - Finalizamos.
-Isso foi lindo, querida! - Susan elogiou. - Dani não exagerou nem um pouquinho quando falou de sua voz.
Ou isso ou a senhora é exagerada também, pensei.
-O-obrigada. - Esbocei um sorriso.
-Não ligue, mãe. Ela fica feliz e orgulhosa pra caramba quando recebe um elogio, mas nunca vai demonstrar isso. - Dani deu de ombros.
Fiquei vermelha. Pensando bem, ele até que tinha razão.
-Foi muito divertido cantar com você, coração. - A Sra. Knowles sorriu.
-O mesmo - Sorri de volta.
-Foi muito bom ver a senhora, mãe. Mas meio que estamos com pressa, então... - Dani deu um sorriso cotrangido.
-Ah, tudo bem - Ela deu de ombros. - Mas eu vou ficar extremamente chateada se vocês pelo menos não levarem alguns biscoitos.
Simples assim. Ela não falou para nos explodirmos, nem para Daniel não me explodir, e ainda ofereceu biscoitos. Eu absolutamente amo Susan Knowles.
Ela embalou alguns biscoitos e eu os guardei em minha mochila.
Paramos no portão, onde a mãe de Dani insistiu em fazer uma despedida final.
-Tchau, bebê - Ela deu um abraço tão apertado em Daniel que ele parecia quase sufocado. - Boa sorte na missão. Volte pra casa logo! Eu morro de saudades das suas trapalhadas. - Ela deu um sorriso sincero, enquanto se afastava de Dani e olhava para mim. - Boa sorte pra você também, Lolla. Sinta-se bem vinda para vir à Nashville quando bem entender. Eu estarei aqui. - Ela riu.
-Pode deixar - Sorri, abraçando-a.
-Tchau, Nicolas. Vê se larga de ser irmão coruja e deixa meu filho em paz. - Ela censurou.
-Uh. Claro, sra. Knowles. - Meu irmão parecia meio atordoado.
-Tchau pra você também, Zack. - Ela acenou. - É um rapaz muito bonito, mas não acho que seja apenas isso. Aprenda a ver o que valhe a pena. - Ela aconselhou, solidária. - E por último, mas não menos importante - Ela abriu um largo sorriso para a Ash. - ,acabei de conhecê-la, mas sinto como se nos conhecêssemos a anos. - Ela fez uma careta. - Venha aqui! - A senhora abriu os braços e Ash a abraçou. Ela parecia estar sussurrando algo no ouvido da garota, mas eu não pude ouvir. - Então é isso. Adeus, queridos.
Nos despedimos uma última vez e voltamos para a rua.
-Conhecer a mãe de todo mundo já está ficando entediante. - Zack comentou.
-Para de reclamar - Mandei.
-Você prometeu que não ia ficar cantando Janis Joplin com os moradores, Lolla! - Ash reclamou.
-Pelo menos não foram moradores desconhecidos - Zack deu de ombros. - E ninguém nos viu.
Eles riram, com uma sintonia incrível.
Puxei Daniel de canto.
-Você contou à sua mãe sobre a paixonite de Ashley? - Indaguei, acusadora.
-Não - Ele deu de ombros.
-Como ela sabia?
-Sei lá. Minha mãe é muito observadora. Ela percebe coisas que todo mundo deixa passar. Talvez tenha visto o jeito que Ash o olha, ou algo assim.
Eu gostaria de saber fazer essa coisa de observar. Deve ser muito legal. Mas sou uma pessoa lógica demais. Trabalho com provas, e não com suposições.
-Vamos pelo outro lado - Pedi. - Não quero ver aquela Tiffany Pretzel.
Dani não pareceu ter gostado muito do apelido, mas não comentou nada sobre ele.
-Claro - Ele disse, finalmente. - Você que sabe. Mas afinal, para onde estamos indo?
-Hmmm... Boa pergunta. - Lembrei.
-E então, guia, para onde vamos? - Ash apareceu.
-Podemos passar na casa da Taylor?? - Pedi, animada.
-E toda aquela coisa de 'estamos com pressa', blá blá blá? - Ela levantou uma sobrancelha.
Discutimos um pouco mas acabei cedendo, ainda que de má vontade.
-Tá. Que seja. - Abri o mapa. - Estamos indo para o Empire State.
-Mas os deuses estão todos pirados. Não devíamos dar os objetos para Quíron? - Dani sugeriu.
-Athena está nos mandando para o Olimpo. - Retruquei.
-Mas Quíron...
-Ao inferno com Quíron - Bufei. - Temos de ir para onde o mapa manda.
-Votação - Zack sugeriu. - Quem é a favor de irmos pro Olimpo levante a mão.
Eu, Zack e Nick levantamos a mão.
-Ash! - Censurei.
-Hm, se formos pensar, ir pro Acampamento é bem mais fácil e rápido do que irmos pro Olimpo. - Ela deu de ombros.
-Ela tem razão! - Meu irmão comentou. - Eu mudo meu voto. Vamos pro acampamento.
-Traidor - Cerrei os dentes.
Mas Zack era mais esperto.
-Tá bom. Vocês voltam e eu e a Lolla vamos sozinhos pro Olimpo. - Ele decidiu.
O moleque era um gênio. De boa.
-Não! De jeito nenhum! - Dani protestou.
Pronto. Encrenca feita.
-Então você vem com a gente? - Dei um sorriso satisfeito.
-Vou - Ele disse, claramente contrariado.
-Então vamos todos! - Ash estipulou. - Não quero voltar com Nick.
Ashley é a pessoa mais discreta do mundo. Se virarmos a lista de cabeça pra baixo, claro.
-Então vamos todos - Concordei. Zack me fitou e eu formei um 'obrigada' discreto com os lábios. Ele acenou com a cabeça em resposta.
Chamamos nossos pégasos e alçamos voo em direção a Manhattan.
-Nova York, aí vamos nós. De novo. - Ash bufou.
Eu e Dani não conversamos muito durante a viagem. Ele devia estar achando que o que acontecera na votação fora um complô meu e de Zack contra ele ou algo assim.
O que não era verdade. Apenas nos juntamos por um objetivo em comum. Contra a ideia de Dani, e não Dani. Se bem que me parece a mesma coisa. Enfim. Não foi intencional.
-Olha ali - Dani apontou com a cabeça para o pégaso. de Zack e Ashley.
Eles conversavam animadamente, de uma forma que eu nunca vira.
-Uou. Eu nunca os vi realmente conversando. - Comentei.
-Eles estavam conversando na noite que passamos na floresta. Antes de você acordar. Eu fingi estar dormindo, mas não consegui ouvir a conversa. - Ele contou.
Ash ria de forma estonteante. Seu sorriso verdadeiro era raramente visto. Geralmente ela só sorria quando aprontava algo com alguém.
Se você conseguir me mostrar uma foto em que Ash esteja, para todos os efeitos, realmente sorrindo, você realmente merece um prêmio.
-Afasta um pouco o pégaso - Pedi. Dani entendeu o recado e fez o nosso pégaso voar para um pouco mais longe do de Zack e Ash.
Nick tentava ouvir a conversa. Eu sempre achei que ele tinha uma leve quedinha pela Ash. Mas ele nunca de fato admitiu.
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