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Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 18

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Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 18 Empty Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 18

Mensagem por Lolla Aryan Seg Jun 04, 2012 5:50 pm

Estava em uma situação delicada. Dos meus 4 companheiros, 3 estavam com raiva de mim. E eu estava com raiva do 4o. Dani estava com ciúmes, Ash me acusava de tentar roubar o amor da vida dela e Nick descobrira minha pequena mentira de 4 anos atrás. E Zack é um idiota. Ponto.
Andamos pela floresta por algum tempo, até que finalmente começou a escurecer. Eu estava aturdida com as mudanças de fuso horário. Quantas horas haviam se passado desde a saída do acampamento?
Daniel não falara comigo desde que saíramos da minha casa. Ashley, por outro lado, perguntava a cada 5 minutos quando iríamos parar.
-Bom, acho que devíamos montar acampamento aqui. - Decidi, colocando minha mochila em um pequeno espaço sem árvores.
-Estou morrendo. - Ash declarou. Novidade.
Eu e Zack montamos a barraca. Ele de alguma forma era muito bom com esse tipo de coisa. Eu costumava ajudar a montar a barraca quando acampava com o ex namorado da minha mãe (antes de ele virar ex u.u). Nick gosta de pensar que era útil naquele tempo.Vamos deixá-lo ser feliz.
Peguei um pedaço de pão francês e o pus na boca. Eu nunca fora muito fã de pão, mas ele estava com um gosto exuberante. Só então eu percebi o quanto estava faminta e.e Devorei mais umas coisinhas. Me contive pelo fato de que teríamos que ter comida pra depois. E nenhum dos idiotas (me incluindo) sabia identificar o que na floresta tinha gosto bom e o que ia nos matar.
Concordamos em não testar.
Peguei uma pedra para usar como travesseiro e deitei no chão duro. Parecia bem confortável pra mim, mas Ashley ficava se mexendo toda hora e reclamando, até que finalmente caiu no sono.
Consegui dormir por no máximo uma hora e meia. Acordei com o barulho de algo se mexendo. Segurei com força a adaga em minha cintura e abri os olhos.
Encontrei somente Daniel pisando em algumas folhas sentado embaixo de uma árvore. É.
Levantei.
-Não conseguiu dormir? - Perguntei, me aproximando.
Ele olhou pra mim.
-Alguém precisava vigiar, né?
-Vai dormir logo. Eu vigio.
-Tá, eu não consigo dormir. Coisa demais na cabeça. - Ele fez uma careta.
Sentei ao seu lado.
-Vai ter que falar comigo uma hora ou outra.
Ele dobrou as pernas, me encarando.
-Eu não gosto daquele Johnny.
-Eu sei. Mas não devia odiá-lo.
-E por que não?
-Simplesmente porque você não tem bons motivos! - Disparei. - Qual é, Daniel. Ele era meu melhor amigo quatro anos atrás. Sentimentos não desaparecem assim.
-E por que nunca me falou dele?
-Você nunca me falou de nenhuma garota de Nashville. - Rebati.
Ele ficou quieto depois disso.
-Achei que estávamos falando de você. - Ele resmungou.
-Eu, você, nós. Não está tudo interligado? - Sorri.
-Você gosta dele. Eu vejo isso. - Ele declarou.
-Daniel Knowles. - Encarei-o. - Johnny é meu irmão. Você é minha vida. O que acha mais importante?
Ele não respondeu, mas eu pude ver um sorrisinho disfarçado no canto de sua boca.
-Se você não fosse pro acampamento, Johnny seria seu namorado?
-Se eu não existisse, Bethany Houston seria sua namorada? - Rebati.
-Pare de rebater a culpa pra cima de mim!
-Pelo menos eu respondo, né. - Bufei. - Onde você quer chegar?
-Lolla. Em um dia, DOIS garotos declararam estar apaixonados por você. Como acha que eu estou?
-Ah, fala sério. - Revirei os olhos. - Em um SHOW. Em apenas UM show, quantas garotas se declaram pra você? Quantas vezes a Harmony, sem contar as outras vacas, tentou te beijar? Quantas garotas me ODEIAM por sua causa? E quantas vezes eu emburro por causa disso? Com exceção daquela vez da Bethany.
-Não é a mesma coisa.
-Ah, não? Vamos ouvir como é, então. - Encarei-o.
-Ai, Lolla... - Ele revirou os olhos.
-Não é 'Ai Lolla'. - Repreendi. - Você só não quer admitir que a culpa não é minha. Sabe que não está sendo racional.
-E quem disse que o amor é racional? - Ele levantou uma sobrancelha.
Sorri.
-É por isso que eu adoro o amor. É uma das poucas coisas que eu não entendo. - Dei de ombros. - Mesmo assim, você ainda é divertidamente previsível.
-O tempo passa, e eu ainda faço a mesma pergunta: Por que eu não consigo ficar bravo com você?
-Porque você me ama. - Mostrei a língua, lembrando da 1a vez que disse isso, 2 anos atrás. Mas agora minha voz tinha um tom de certeza, o que me fazia sentir o máximo.
-Parece que você tinha razão sobre isso, né? - Ele sorriu.
-Eu sempre tenho razão. - Dei de ombros.
-Isso não mudou também. - Ele bufou.
-Ainda não entendo como você consegue me aguentar. Nem eu me aguento às vezes. - Fiz uma careta.
-Como eu poderia não te aguentar? Você é incrível, Lolla Alison Aryan.
Joguei o cabelo na cara para disfarçar meu rosto corado.
-Você soa estranho dizendo isso. - Admiti. - Provavelmente porque devia ser o contrário.
-Por quê? - Ele me encarou.
-Ah, qual é. Você não explode as coisas, não tem um treco com os outros frequentemente, consegue colocar outras coisas na frente da sensação de vencer, não tem uma família problemática, nem esse meu jeito egocêntrico e estranho, nem essa competividade infinita, e TODO MUNDO te ama. E eu odeio profundamente essa última parte. - Bufei. - Você é perfeito, Daniel Knowles. Exceto pelo fato de ser bem bobinho às vezes.
Ele riu.
-Você pisca menos vezes quando está discutindo.
Eu o encarei, perplexa.
-Quem é você e o que fez com o meu namorado? - Indaguei. Daniel não foi capaz de perceber que eu era apaixonada por ele. Ou que Bethany era filha de Afrodite. Ou que ela estava jogando o charme dela em cima dele. Que dirá perceber que eu 'pisco menos quando estou discutindo'.
Ele riu mais.
-Estou brincando, boba. Você não pisca menos vezes quando está discutindo - Ele parou. - ...Eu acho.
-Esse é o meu Dani-Encrenca. - Sorri.
-Mas enfim. - Ele me fitou com seus grandes olhos azuis. - Eu amo que você seja egocêntrica, e competitiva, e sarcástica, e também uma baita irritante sabe-tudo às vezes. - Ele fez uma careta, me imitando. - Lolla, tudo isso, todas essas coisas que você chama de 'defeito' - Ele fez aspas com as mãos. - ,eu chamo de charme. E eu nunca ia querer que você mudasse nada disso. Porque foi por essa garota, a garota que fez o próprio sátiro se demitir, a garota que com 8 anos explodiu uma floresta, a loirinha ciumenta que foi me buscar no Mundo Inferior... É por essa garota que eu me apaixono de novo e de novo toda vez que olho naqueles olhos azuis tempestuosos que diversas vezes pareceram querer me matar.
-Eu não vou tentar te matar. - Decidi. - Dá muito trabalho te trazer de volta. - Dei de ombros. - James Adams queria ir na missão de resgate no meu lugar. Eu tentei enfiar minha adaga na mão dele. - Sorri, lembrando.
Ele sorriu, revirando os olhos.
-Deuses, Lolla... Mas fico feliz que tenha sido você a ir. Eu não ia querer ver mais nenhum outro rosto sorrindo pra mim naquela hora.
-Você é um bobinho tão fofo. - Declarei. - E meu sátiro quase se demitiu. - Corrigi. - Não sou tão chata assim. E você sempre vai ser o garotinho irritante que ignorou o Luke e parou de mexer no Ipod pra ficar me encarando enquanto Ashley secav... uh. Ignore a última parte. - Tampei a boca com as mãos. - Afinal, por que você ficou me encarando naquele dia?
A cor sumiu de seu rosto e ele mordeu o lábio.
-Eu... ahnnn... achei você bonita. - A voz dele parecia tão incerta que eu não precisava ser Ashley para dizer a próxima frase:
-Essa não é toda a história, é, Daniel Knowles? - Levantei uma sobrancelha.
Ele me ignorou.
-E pare de dizer que você é chata. Você é qualquer coisa, menos chata. - Ele estipulou. - E é claro que eu ainda sou o mesmo garotinho. Você me fez prometer que eu nunca ia mudar, não é?
Sorri.
-Eu te fiz prometer isso dois meses atrás.
-Tanto faz. - Ele deu de ombros. - Mas sinceramente, o Johnny ainda é um idiota.
-Ciumento. - Mostrei a língua.
-Afinal, por que ele estava na sua casa?
-A mãe dele viaja nessa época do ano. Ele costumava ficar em casa já que...
-Você era amiguinha dele? - Ele supôs.
-Não, droga. Já que Nick era o melhor amigo dele. - Corrigi.
-Dois garotos atrás de você e eu já pirei. Como você aguenta? - Ele fez cara feia.
Aproveitei a deixa.
-So don't you worry your pretty little mind, people throw rocks at things that shine and life makes love look haard. - Cantarolei.
-The stakes are high, the water is rough - Dani me acompanhou.
-But this love i...
Parei de cantar porque um pacote de Doritos (fechado e.e) tinha voado na minha cabeça.
-PAREM COM ESSA CANTORIA! EU QUERO DORMIR, SEUS LUNÁTICOS! - Ashley berrava. Ela dormiu de novo alguns segundos depois.
Dani sorriu pra mim, exatamente como quando tínhamos 10 anos e havíamos acabado de fazer algo contra as regras.
-Mesmo assim, Daniel, eu sei que às vezes não sou exatamente quem eu devia ser, e nem faço o que devia, sou egoísta e eu também sou obceca... - Eu ia disparando.
Mas fiquei quieta, porque ele tinha me beijado. O calor de seu corpo era aparente, mesmo estando frio, e seus lábios macios se pressionavam de forma doce e leve contra os meus, sem pressa alguma. Eu poderia congelar aquele momento e viver ali para sempre, mas as coisas não eram tão simples.
-Mais um charme seu: Você não sabe quando ficar quieta. - Ele sorriu. Devo ter ficado muito vermelha, porque ele riu. - Não entendo você. Quando precisa dizer algo, não sabe o que dizer e me beija. Quando precisa ficar quieta, começa a falar sem parar e eu te beijo. Bem, pelo menos são mais duas oportunidades para eu ganhar um beijo seu. - Ele deu um sorriso tonto.
-É realmente uma excelente forma de me fazer calar a boca. - Concordei, ainda meio zonza.
-Devíamos dormir. - Ele disse, deitando.
-Concordo. - Sorri, deitando com a cabeça encostada no peito de Dani. A adaga em minha cintura estava me machucando, então a coloquei dentro da mochila. Lembrei que ainda estava com o salto alto, então o tirei também.
Ele ficou brincando com meus dedos e eu fiquei contando os batimentos cardíacos dele, até que finalmente caímos no sono.
Dormi pelo o que pareceram segundos, antes de ouvir mais barulhos. Me afastei de Dani e cuidadosamente desentrelacei nossos dedos.
Era um barulho estranho, que parecia vir de longe. Mas eu podia assegurar que não era humano, somente pela respiração estranha da criatura. Urso? Fúria? Bestante? Eu não queria realmente descobrir.
-Daniel! - Chamei.
Ele sussurrou alguma coisa ininteligível e virou para o outro lado.
-DANIEL! - Repeti, um pouco mais alto.
Nada. Balancei-o pelo ombro. Nada de novo.
Dei um tapa em seu rosto.
-AI! - Berrou, irritado.
-Acorda, Daniel. Algum bicho está vindo atrás de nós. Me ajude a acordar os outros. - Resumi.
Ainda sonolento, ele levantou e foi acordar Ashley. Ambos sabíamos que o tempo para acordar a garota era maior do que o para acordar Zack e Nick junto.
Fui acordar os garotos. Levou um tempinho, mas em alguns minutos já estávamos todos de pé. Zack desmontou a barraca e Dani pegou a comida. Ashley e Nick ficaram apenas reclamando. Eu peguei minha mochila. Podia perder qualquer item. Menos ela. Guardei a bota na mochila e resolvi ir descalça mesmo.
Saímos correndo para longe dali.
-Vamos ficar só correndo? - Dani me encarou.
-Talvez... as árvores. Pelo barulho, a criatura parece ter um grande porte. Talvez não consiga subir. Vocês sabem escalar? - Olhei para os outros.
-Sim. - Os garotos disseram, em uníssono.
-Hmmm... então, sobre isso... - Ash deu um sorriso fraco.
-Suba nas minhas costas. - Zack ofereceu.
Eu o encarei, intrigada.
-Está brincando, né? - Indaguei.
-Costumava escalar com a minha meia irmã nas costas em casa. Ashley não pode ser mais pesada do que ela. - Ele deu de ombros. - Sabe que não tem escolha, Lolla.
Ele tinha razão quanto a isso.
-Tá. Que seja.
-E agora acabou de passar de Jogos Vorazes para Crepúsculo. - Dani observou. - Estou esperando pelo momento em que Zack vai começar a brilhar. - Ele zombou.
O filho de Hermes o encarou, tentando esconder a irritação. Tentando.
Subi em uma das árvores. Eu e Nick costumávamos escalar árvores maiores. Não era difícil. Dani subiu com facilidade também. Nick ficou no chão para o caso de Zack e Ashley caírem. Mas eles surpreendentemente conseguiram subir bem rápido. Nick saiu do chão no exato momento em que a criatura apareceu.
-O que. ser. isso? - Dani fez cara feia.
O bicho andava sobre quatro patas, mas era deformado, como se fosse uma mistura de vários animais.
-Hmmm.. um bestante? - Supus.
-E como matamos?
-Assim. - Ash deu de ombros, sacando seu arco e atirando uma flecha bem na cabeça do animal. Não saiu nem sangue. O animal nem olhou para Ashley.- É, tentei.
Ele não olhou para Ashley porque tinha outro ponto fixo: A árvore minha e de Daniel. Nós.
-Tem de ser combate corpo a corpo. Com quem chamou a besta. - Deduzi.
-"Com quem chamou a besta"? - Dani me encarou, confuso.
-Não entende? Nos Jogos Vorazes, um beijo é igual a uma tigela de caldo. Aqui, um beijo é igual a um bestante. Um primeiro aviso. - Mordi o lábio.
Daniel é como Peeta. Uma tigela de caldo será sempre só uma tigela de caldo para ele. Às vezes eu penso se esse é o defeito fatal de Dani. A criatividade dele é tão avançada e seus pensamentos vão tão longe que ele não consegue perceber as coisas que estão bem em sua frente. As coisas lógicas e óbvias não fazem sentido pra ele.
O que faz de Daniel exatamente meu oposto nesse sentido.
-Oh, wait. Vocês se beijaram no território de Ártemis? - Ash levantou uma sobrancelha.
-Até EU sei que isso não foi uma boa ideia. - Meu irmão deu de ombros.
-Beleza, não precisa jogar na cara. - Dani bufou. - Bem, lá vou eu. - Ele disse, já pondo um pé para baixo afim de descer.
-Espera! - Protestei. - Por que você vai?
-Porque você já se arriscou demais.
-Nem pensar. - Decidi.
-Lolla. - Ele colocou os olhos azuis dele em mim. - Por favor. - Suplicou.
Idiota. Ele sabe que os olhos dele e aquela voz são meus pontos fracos.
-Não acredito que está me chantageando emocionalmente! - Disse, surpresa.
-Esse é o meu maninho! - Ash aprovou.
-Estou te chantageando emocionalmente para te proteger, Lolla. Esqueceu dessa parte? - Ele levantou uma sobrancelha. - Porque eu te amo muito e me preocupo demais com você, loirinha. - Ele fez a voz de novo.
-Ai, vai logo! - Cedi. - Mas para com essa voz. Pelo amor dos deuses.
Ele sorriu, satisfeito, e desceu da árvore com a espada em posição.
Eu me posicionei pra pular da árvore também, caso fosse necessário.
-POR APOLLOOOO! - Ele berrou, indo lutar com a besta.
Tudo parecia estar indo bem, até que a criatura o encurralou em uma árvore. Não conseguia ver bem a cena. Mas ouvi um berro de Daniel.
Levei a mão ao bolso, procurando a adaga, mas ela não estava lá. Estava na minha mochila. No pé da árvore, junto com a barraca e a comida. Droga.
A única coisa que eu tinha em meu bolso era... ah, ia ter que servir.
Desci da árvore tentando não fazer barulho e fiz uma coisa muito... hmmm... inesperada.
-IÁÁÁÁÁÁÁÁ! - Berrei, pulando nas costas do monstro.
E então peguei a única coisa em meu bolso - uma arma de choque.
Comecei a apertar ela tentando fazer funcionar. Quando pareceu ter dado certo, cravei-a nas costas do bestante, que se desintegrou.
-Eu sabia que isso ainda ia ser útil. - Sorri, satisfeita. Até que me virei para ver Dani. A besta o tinha mordido no braço. Droga. - Eu disse pra me deixar ir.
-Lolla, agora não é uma boa hora. - Zack pediu.
Fiquei surpresa com o argumento. Principalmente porque ele estava defendendo Daniel. Não discuti.
Até que vi de perto aquele banho de sangue no braço de Daniel.
Fechei os ohos.
-Cubram isso. Por favor. - Pedi.
Ninguém se mexeu.
-JÁ! - Ordenei, irritada.
Pude ouvir os passos apressados atrás de mim.
-Pode abrir os olhos. - Ash disse.
Obedeci. Haviam cobrido o ferimento com um pano de prato. Por que raios eles tinham um pano de prato?
-Obrigada. - Agradeci, meio tonta.
-Tem medo de sangue? - Zack me encarou, intrigado.
-Medo? Ela tem PÂNICO de sangue. - Ash riu.
-Pelo menos eu não berro a ponto de o cara que mora vinte casas acima vir reclamar. - Retruquei. - E eu não tenho medo de baratas. - Voltei a olhar para Zack. - É algo natural. Eu acabo desmaiando ou passando mal. Acho que o machucado me surpreende, ou algo assim. - Dei de ombros. - Por isso nunca ninguém me vê sangrando.
Abri minha mochila e tirei de lá um pedaço de ambrosia. Deitei Dani encostado em uma pedra.
-Coma. - Pedi, lhe dando a ambrosia. Ele atendeu meu pedido. - Vai ficar bom rapidinho. - Dei um beijo em sua testa.
-Oi, dá pra parar com isso? - Ash ordenou. - Já chega de bestantes.
-Eu beijei a testa dele! - Me defendi.
-Precaução nunca é demais. - Zack deu de ombros.
-Ótimo. - Bufei.
-Mais ambrosia? - Dani pediu.
Acabei cedendo.
-Só um pouquinho. - Disse, cortando um pedaço bem pequeno e dando pra ele. - Sabe que é perigoso.
-Por outro lado, ele precisa ficar bom logo. - Nick argumentou.
-Mas se ele morrer, não vai ser legal. - Ash lembrou. - A Lolla vai me arrastar pro Mundo Inferior de novo.
Por isso que eu amo a Ash. Ela se importa tanto com o irmão dela.
Dani comeu o pedacinho de ambrosia. Nada aconteceu.
Eu podia parecer bem confiante, mas na verdade não fazia ideia do que estava fazendo. Ashley podia até ser filha de Apollo, mas suas habilidades medicinais eram questionáveis. E sem chance de eu deixar Zack ou Nick cuidarem de Dani.
-E se colocarmos ele no sol? - Meu irmão deu a ideia.
-As árvores são muito fechadas. Não entra claridade suficiente. - Lembrei.
Fiquei passando a mão no cabelo de Daniel por algum tempo.
-Tive uma ideia! - Sorri.
Peguei a arma de choque.
-Lolla, o que você...? - Ele ia protestando.
-Vai doer só um pouquinho. Desculpe. - Mordi o lábio.
Canalizei a energia da arma de choque e senti ela vindo para meu corpo. Isso devia aumentar a potência. Então toquei Daniel, esperando que meu poder de Cura Elétrica funcionasse nos outros também.
Mas caso não funcionasse... uh. Eu havia pensado nisso tarde demais.
Os olhos de Daniel vidraram e ele apagou. Ops.
-Lolla Alison Aryan, agora eu é que lhe pergunto: O que você...? - Ash interviu.
-Shhhhh! - Pedi, colocando a cabeça no peito de Daniel. - Hm, então, alguém sabe fazer respiração boca a boca? - Dei um sorriso fraco.
Mas não foi necessário. Uma camada de eletricidade transpassou Dani, percorrendo todo o seu corpo, porém dando uma atenção especial ao ferimento. O pano voou de seu braço e eu desviei o olhar. Alguns segundos se passaram.
-Nunca... mais... faça... isso. - Daniel arfava entre as palavras.
Ele estava vivo, afinal. Considerei isso uma grande vitória.
Ignorando a aflição, virei a cabeça.
Sorri instantaneamente. Seu ferimento desaparecera, simplesmente. Uma leve cicatriz ficara em seu lugar, mas nada além disso.
-Graças aos deuses. - Suspirei, aliviada. - Matar meu namorado ia ser realmente a maior droga de todas.
-Acho melhor... deixar improvisar... só eu. - Ele deu um sorriso fraco.
Improviso: Uma das poucas coisas que eu admito que Dani seja melhor do que eu. Na verdade, acho que isso é tudo na lista. Ah, tem também arco e flecha e fazer piadas. E talvez 'ser legal com as pessoas'. Talvez.
-E agora? - Ash me encarou.
-CAFÉ DA MANHÃ!! - Nick vibrou.
Acabamos concordando. Peguei minha mochila e saí andando.
-Onde vai? - Zack levantou uma sobrancelha pra mim, me seguindo.
-Me trocar. Essa roupa de agente psicopata com toda a certeza não é a minha praia. - Fiz uma careta. - Veteranos sabem que é bom trazer sempre outra muda de roupa. - Dei um sorriso debochado.
-Parece que tenho muito a aprender. - Concluiu. - Você tem que me ensinar qualquer dia desses.
-Não vai querer aprender comigo. - Aconselhei. - Tenho tolerância zero para idiotices e erros. Infelizmente, você parece ser mestre nos dois. - Encarei-o. - Como disse antes, vou me trocar. Se puder fazer o favor de não me seguir.
Ele parou.
-Tá.
Continuei andando, até pegar alguma distância. Mas não confiava em Zack. Peguei a varinha na mochila.
-Homenum Revelium. - Disse, em voz alta. Sem resposta. Bom mesmo.
Peguei a outra muda de roupas em minha mochila. Uma blusa de manga curta branca, uma calça jeans e um All Star.
Me troquei e amarrei o cabelo em um rabo de cavalo alto. Guardei a roupa de Alejandro na mochila e voltei para o nosso pequeno acampamento.
-Bem melhor. - Sorri. - Comeram tudo ou deixaram alguma coisa pra mim?
Como eles são amigos muito legais, é claro que deixaram comida pra mim ;D Bacon, aquilo que eu tanto amo.
-Eu odeio bacon. - Bufei. - Sabem disso.
-Então pode me dar! - Dani se pronunciou.
Haha. Muito engraçado, Daniel.
-Ainda bem que eu ainda sou a melhor planejadora. - Bufei, abrindo minha mochila. Tirei de lá o Doritos que Ashley jogara em mim na noite anterior. - Até parece que eu ia deixar vocês com toda a comida. Mas sabem que eu os amo, certo? - Sorri.
-Claro. - Nick disse, com a boca meio cheia.
Os outros ficaram quietos. Era algo que eu devia tentar, essa coisa de ficar quieta.
-Por que está com esse capuz? - Fitei Ashley, que havia colocado o capuz vermelho de seu casaco na cabeça.
-Meu cabelo está uma droga. - Ela fez uma careta.
Ao fim do café da manhã, pegamos tudo de novo e voltamos à andar (para o infortúnio da Ash).
-Nossa água acabou. - Meu irmão bufou.
-Tem uma fonte alguns metros à frente. - Contei.
-Como... como sabe disso? - Dani me encarou.
-São as árvores. Estão ficando mais características de tais com água perto e o chão está com uma coloração mais escura, o que é um claramente indício de que há algum tipo de receptório de água onde poderemos desfrutar da mesma. - Inventei descaradamente.
Eu não fazia ideia do que estava falando. Era provavelmente a maior besteira do mundo, mas era só usar palavras como 'indício' que ninguém questionava. Foi o melhor que pude inventar de última hora, já que não haviam chances de eu dizer a verdade.
-As árvores não estão diferentes, e nem o chão mais escuro. - Zack corrigiu.
-Não me questione. - Bufei.
Estávamos todos morrendo. Em especial eu, que dormira 3 horas, fugira de um bestante, escalara uma árvore, quase matara meu namorado e comera de café da manhã apenas um Doritos. Maravilha.
-Suas olheiras estão tão pretas que daqui a pouco seu rosto vai apodrecer e cair. - Ash profetizou.
Realmente não era o tipo de coisa que eu precisava ouvir logo de manhã. Mas tá bom.
-Parem! - Dani ordenou. - O que é aquilo?
Eu não via nada. Aparentemente não tinha herdado a 'visão de águia', ou qualquer coisa assim. Mas a visão de Daniel sempre fora impecável. Só os deuses sabem por quê.
-O quê? - Encarei-o.
-Ali na frente, sua cega. - Nick bufou. - É... uma fogueira?
Eu ainda não via nada. But ok.
-A fonte! - Ash exclamou.
-A fonte! - Repeti, tentando não parecer uma idiota cega.
-Há pessoas lá. Crianças. - Dani completou. - Acho que são duas.
-Atacar? - Ash pediu, me fitando.
-Eles podem ser pacíficos. - Deduzi. - Só amigos acampando.
-Ou não. - Zack lembrou.
-São crianças. - Nick bufou.
-Com 8 anos, explodi uma floresta. A idade não é algo a ser considerado. Vou fazer o reconhecimento. - Decidi.
-Isso é um termo bonitinho para 'espionar'? - Zack me encarou.
-Na verdade, sim. - Dei de ombros.
-E por que você vai? - Meu irmão me encarou.
-Dani faz muito barulho quando pisa e se ele tropeçar, provavelmente morre; Ash não é o que chamamos de 'discreta'; Zack é novato e você tem problemas em seguir minhas ordens. - Expliquei. - Eu. vou.
Fim da discussão. Escondi a adaga no bolso e me escondi atrás de uma árvore.
Haviam realmente uma garota e um garoto lá. A menina era loira, com os cabelos levemente ondulados, e o garoto tinha a pele um pouquinho mais escura que a dela e grandes olhos verdes. Vestia um uniforme de escoteiro. Ela estava em pé, e parecia dar uma bronca nele. Deviam ter 7 anos, ou algo próximo disso.
-...Então você se perdeu de todo mundo? Que falta de atenção![i] - Pude ouvi-la dizendo. - [i]E não acenda fogueiras aqui. Está de dia e quente. Só está poluindo o meio ambiente.
-Achei que alguém poderia vê-la. - O garoto se defendeu.
-As árvores são muito fechadas. Ninguém vai ver.
Cheguei mais perto, segurando o riso.
-Afinal, por que estou falando com você? Não está me ajudando em nada. - Ele bufou.
-Desculpe. Estou irritada, apenas. - Ela se sentou.
-Não vai me dizer seu nome? Eu não queria pedir, mas em todo caso... - Ele deu um sorriso torto.
-Não gosto do meu nome. Minha mãe me chama por ele.
Ele fez uma cara de 'Oh, é mesmo?'.
Soltei um riso e tropecei na árvore. Não aguentei.
-Ouviu isso? - Ela levantou uma sobrancelha.
-Claro.
A menina veio olhar, porém eu obtive sucesso ao me esquivar dela. Graças aos deuses.
-Afinal, você não entendeu! - Ela revirou os olhos. - Eu brigo com ela o tempo todo. Quando digo meu nome, a imagem de ela o berrando vem em minha mente, e eu odeio isso. Odeio pensar nela. Eu a odeio. - Desabafou.
-E seu pai?
-Ele é... ausente. - Ela parecia sentir uma pontada de dor à casa sílaba ao pronunciar a última palavra.
O garoto assentiu, mostrando compreensão.
-Você não tem outro nome? Ou um sobrenome? - Ele sugeriu. - Comece a usá-lo entre seus amigos.
-Na verdade, eu tenho um outro nome sim. - Ela lembrou, feliz. - E vou entrar em uma nova escola esse semestre, já que eu.... uh. Melhor não falar sobre isso. Mas é perfeito! Obrigada. - Ela sorriu, levantando.
-Não vai me dizer seu novo nome? Mereço saber, não? - Ele pediu de novo.
-Oh. É Lolla. - Ela contou.
-É um nome bem legal. - Ele aprovou. - Seu cabelo é bonito.
A garota enrusbeceu.
-Hmmm.. obrigada. Eu devo ir. Vá por onde eu te disse. Com toda a certeza vai encontrar seus colegas. - Ela encorajou. - Tchau, moleque.
-Tchau, Lolla.
E a menina se foi.
-Isso é o que eu acho que é? - Zack disse atrás de mim. Ele podia estar lá à um segundo ou desde o começo. Eu não vira.
-Provavelmente. - Mordi o lábio.
-Mas como...?
-Eu não sei, tá? - Disparei. - Não sei.
-Você admitindo que não sabe algo? Uou, isso sim é novidade. - Ele deu um sorriso maroto.
-Ah, cala a boca. - Mandei. - Por que os outros não vieram?
-Convenci Ashley a fingir que tinha machucado o pé. Ela confia em mim, diferente de certas pessoas.
-Coitada dela. - Fingi tristeza. - Acho que Soraya queria que víssemos isso. Mas de alguma forma, está tudo interligado. Sempre esteve. Eu me lembro... lembro de ter ouvido um barulho e uma ponta de cabelo loiro, mas nunca achei sua dona. Porém ela sempre esteve aqui. A dona era na verdade, eu. Cinco anos depois. - Concluí.
-Está me confundindo.
-É como em Harry Potter 3, mas sem voltarmos no tempo. Pelo menos, não propositalmente. - Expliquei.
-Acha que voltamos no tempo?
-Já disse que não sei. - Bufei.
-É engraçado o quanto te irrita não saber algo. - Ele riu. - Sua testa franze e você não parece feliz em morder o lábio até que sangre. Odeia não ter respostas, não é?
-Nem imagina quanto. - Suspirei. - Não vamos contar pra eles sobre isso. Pelo menos não por enquanto. - Decidi.
-Pode deixar. Será... nosso segredinho. - Ele sorriu com intriga.
Dei um choque nele.
-Já estava começando a demorar pra você falar alguma merda. - Revirei os olhos e voltei para onde os outros estavam.
-E então? - Dani me encarou.
-Eram apenas duas criancinhas. Já foram embora. - Dei de ombros.
-Ótimo. Vamos. - Ash bufou.
-E a sua perna? - Nick lembrou.
-Estou melhor. E com sede. Vamos logo. - Ela revirou os olhos, tomando a dianteira.
Chegamos na tal fonte.
-Será que a água é boa pra beber? - Dani preocupou-se.
-É. - Assenti. - Quer dizer, deve ser. - Corrigi, rapidamente.
Ashley me encarou com uma cara de 'não colou, mas não vou discutir'.
-Lolla. - Zack sussurrou, chegando perto de mim. - É agora.
-O quê? - Franzi a testa.
-Eu... quer dizer, a versão menor de mim vai até o lago e...
-DEUSES! - Ashley berrou, correndo para a direita. O garoto de antes, o mini Zack, tinha caído na água. Ela o agarrou e o puxou para a superfície. - Santo Zeus, você está bem?
-Foi ela. Todo esse tempo. - Zack parecia estar tentando convencer a si mesmo. - Ela estava de capuz. Por isso não reconheci. Claro, como pude ser tão estúpido!
Eu boiava legal. Mas não podia admitir isso.
-Então... Ashley salvou sua vida? - Indaguei, cuidadosa.
-Exato. Vou dever isso a ela pra sempre.
-Vai achar um jeito de quitar a dívida, não se preocupe. - Pisquei, apesar de saber que Ashley não era de esquecer dívidas e nem perdoá-las. Mas poderia abrir uma exceção a Zack. Ou não.
-Lolla, tem algo que eu venho tentando te contar desde Smooth Criminal e... - Ele começou.
Mas como sempre, fomos interrompidos.
-Viu o que Ashley acabou de fazer? - Meu irmão me fitou. Eu não saberia descrever sua expressão. Maravilhada, confusa, surpresa, intrigada... O que era totalmenre compreensível.
-Com certeza. - Assenti. - Ashley Thompson fez uma boa ação. O que vem depois? Dani vai pular de um prédio?
-Ei! - Dani protestou, enjoado com a ideia.
-Ah, calem a boca todos vocês. - Ela ordenou, irritada. O garotinho tinha ido embora, sem ao menos ter visto o resto de nós.
-Por que a gente não pode banir o 'cala a boca' daqui? É praticamente o que vocês mais falam. - Zack sugeriu.
-Shut. up. Zackary. - Ela o encarou.
-ÔÔÔÔÔÔÔÔÔ, LEVOU UM SHUT UP! - Nick provocou.
-Não me chame de Zackary. - Ele disse, seco.
-Não me diga o que fazer. - Ela rebateu.
Seria lindo ver os dois se degladiando. Mas Ash era a minha última chance de poder me afastar de Zack. Eu não podia perder essa chance.
-Droga, parem! - Mandei. - Vamos achar essa droga de objeto, sair dessa droga de lugar, deixar a droga de Soraya feliz, dormir em uma droga decente e parar de falar droga com essa droga de bocas de vocês! - Disparei.
-Eu não hesitaria em dizer que 'droga' é sua palavra favorita. - Zack reparou.
-Ela me impede de dizer coisas bem piores. - Admiti. A proximidade recente com Zack me deixava desconfortável. Muito desconfortável. Eu estava disposta a quebrar qualquer conexão que por ventura formássemos. - Ah, dane-se. Vamos encher os cantis e sair daqui.
Mas Ashley ainda era Ashley.
Por isso, ela tacou meu irmão no lago enquanto ele tentava beber água.
-POR QUE você fez isso? - Ele a encarou, irritado.
Ela tinha um sorriso presunçoso no rosto.
-Porque eu sou muito má. E deu vontade. - Ela deu de ombros.
Se tratando de Ash, não precisávamos de mais nenhuma explicação.
Pegamos água e saímos andando. Eu fiquei na retaguarda, talvez procurando por mais cenas de 5 anos atrás. Zack resolveu que ia conversar comigo.
-Por que você sai da conversa toda vez que eu começo a falar com você? - Ele me encarou, magoado.
-Francamente, essa sua carinha de mágoa já está me enjoando. - Bufei.
-Você não consegue me odiar. - Ele decidiu.
-Ah, não? Observe. - Comecei a andar mais rápido.
-Não, não! - Ele pediu. - Por que não podemos ser amigos?
-Porque você não quer ser meu amigo! - Disparei. - Deixou isso bem claro quando tentou me beijar.
-Ah, aquilo - Ele enrusbeceu um pouco. Mas sua pele bronzeada escondia os vestígios, diferentemente da minha cara pálida. - Você não pode simplesmente me perdoar?
-Não sou muito do tipo que perdoa. - Fiz cara feia.
-Você pode até tentar esconder, e o faz muito bem, mas é bem mais vulnerável do que aparenta.
Aquilo me irritou.
-Não ouse dizer isso! Não sou vulnerável! - Me defendi. - Não sabe nada sobre mim.
-Talvez não. Ou será que sei? - Ele deu um sorriso presunçoso medonhamente parecido com o de Ashley.
-Você é um masoquista, narcisista, hipócrita, ridículo, arrogante, ignorante e estúpido! - Xinguei a plenos pulmões.
-Não faço ideia do que significa metade dessas palavras - Ele comentou. - Mas alguma delas deve ser boa!
-Por que você simplesmente não some da minha frente? - Revirei os olhos.
-Isso é um pedido, uma reclamação ou uma ameaça?
-Torça para sua versão menor não se afogar de novo, porque dessa vez vou garantir que Ashley não esteja lá.
-Não vai fazer isso. - Ele disse, convicto.
-E por que não? - Levantei uma sobrancelha.
-Porque você tem um bom coração, Lolla. Essa sua carranca não disfarça isso. Você não consegue ver as pessoas sofrerem ou se magoarem, por isso não aguenta minha cara magoada ou os olhos e a voz suplicante de Daniel. Assuma que tem uma parte sensível.
Líderes não podem demonstrar suas fraquezas assim. Eles precisam estar sempre confiantes e prontos para qualquer coisa. Por isso, estar sensível = estar vulnerável. E vulnerabilidade significa morte. Portanto, sensível = ruim.
-Pode não saber a hora de calar a boca, mas vai saber o que é um soco quando eu te der um - Resmunguei. - Me deixe em paz.
-Como quiser. - Ele apertou os dedos com força. - Não é estúpida, Lolla. Pare de ignorar os fatos. - Ele me encarou uma última vez e saiu andando.
Eu odeio aquele garoto. Não da forma que eu odeio Nick, nem da forma que eu odeio Ashley às vezes. Zack consegue tirar o pior de mim.
Mas à cada minuto me surpreende com o quão bom ator é. Há algo nele... algo que não se encaixa. Zackary Hudson consegue tirar minha confiança de um modo ensurdecedor e me colocar na defensiva com meia palavra.
-Espere! - Pedi. - O que quis dizer com isso?
Ele se virou, com um sorriso irritantemente prazeroso nos lábios.
-Lolla Alison Aryan pedindo para que eu explique algo? - Ele levantou uma sobrancelha. - Então é assim. Obrigado. - E continuou andando.
Me senti impotente e estúpida. O que eu havia acabado de fazer? O que ele tinha acabado de fazer?
O garotinho esperto estava prestes a descobrir que duas pessoas podem jogar esse jogo... Seja lá que jogo seja esse.
Lolla Aryan
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