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Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 17

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Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 17 Empty Os Objetos Poderosos (demais) de Zeus - Capítulo 17

Mensagem por Lolla Aryan Dom maio 27, 2012 2:26 pm

-Bem vindos de volta! - Alejandro sorriu.
-Isso cansa. - Reclamei.
-ESSA era a ideia!
Ignorei-o.
-Bom... agora é a vez do Nick? - Perguntei.
-Hmmm... não. Na verdade, sim. Mas ele vai ter uma tarefa muito, muito especial. - Alê sorriu de forma marota, como se fosse fazer algo nada legal em seguida. Ele estalou os dedos e aparecemos em frente à Estátua da Liberdade. - Pegue o objeto.
-Está zoando com a minha cara? - Meu irmão o encarou, irritado.
-Só subir. Muito simples. Sem poderes, claro. Se cair, uma cama elástica mágica vai te segurar aqui embaixo.
Eu ri com a ideia. Mesmo irritado, Nick acabou subindo na estátua. Ele caiu diversas vezes, o que foi incrível. Mas conseguiu chegar.
-ACHEI! É... é um espelho! - Ele declarou.
-Pente, espelho... Zeus tem objetos mágicos ultra poderosos bem estranhos. - Dani riu.
Um raio retumbou no céu, que estava totalmente sem nuvens à alguns segundos atrás.
-Acho melhor deixar só EU zombar meu pai. - Aconselhei. Ele assentiu.
Nick desceu da estátua, ainda meio abalado.
-Peguei. - Ele bufou.
-Ótimo, ótimo! Agora podem ver em seu mapa para onde vão! E também vão gostar de saber que não é longe daqui. - Eu podia jurar que vi Alejandro sorrindo pra mim.
Peguei o mapa e o encarei. Um novo ponto tinha surgido. Era... a Golden Gate.
-Casa, aí vamos nós. - Disse, sem muita animação.
-O que é muito, muito bom pra Lolla. Eu sei que ela tem... assuntos inacabados em São Francisco. - Alê me encarou.
Fiquei vermelha quando percebi do que ele falava. Estava dentro de minha mochila. Eu não sabia porque, mas havia colocado. Podia ser que eu meio que... soubesse que alguma hora teria de ir pra casa. E então devolveria o que tinha de ser devolvido e cumpriria minha última promessa. E aquela hora parecia ser agora.
-Do que ele está falando, Lolla? - Dani levantou uma sobrancelha.
-Eu... - Parei. - Eu não faço ideia. Vamos.
-Esperem! - Alê sorriu. - Eu levo vocês!
Antes que eu pudesse recusar, ele estalou os dedos e tudo ficou preto.
Aparecemos em uma pequena, mas bonita, rua de asfalto. Mansões brancas luxuosas cobriam toda a avenida, deixando apenas uma grande floresta atrás das casas. E a pior parte era que eu reconhecera o lugar.
Encarei Nick. Seu olhar parecia tão distante e desesperado quanto o meu. Ele se aproximou de mim e me abraçou. Ficamos um tempo encarando a grande mansão branca com um ‘A’ em dourado nos largos portões bem em nossa frente.
-O que foi? - Zack encarou Ashley.
-Essa é... - Ela parou. - Bem, era a casa deles.
-Haha’, muito engraçado. - Ele riu.
Mas Dani entendeu que não era uma brincadeira. Ele apenas veio e me abraçou também. Ashley fez o mesmo.
-Podemos sair daqui, se quiserem. - Dani ofereceu.
Um papel voou na cara de Nick, pra variar.
-Hmmm... ‘Expedição caçadoras e moleques catarrentos na floresta! Tragam todos os suprimentos.’ - Ele leu.
-Ártemis. - Ash supôs. - Podemos comprar os suprimentos em uma loja, ou...
-Ou entrar na minha casa e pegar. - Bufei. - Vamos, não vou gastar nosso dinheiro com isso.
-Não, Lolla. - Daniel pediu. - Tudo bem. Vamos até uma loja de conveniência e...
-Não estou exatamente pedindo permissão. Já disse. Vamos. - Ordenei. Todos perceberam que não ia adiantar discutir comigo. Nunca adianta. - Tem uma entrada nos fundos. E a chave fica embaixo do tapete. - Contei.
-Lolla! - Ashley repreendeu. - Vamos entrar pela porta da frente e pedir. Não vamos roubar nada.
Bem, se Ashley estava falando algo tão fofo e legalizado, o mínimo que podíamos fazer era concordar.
Paramos em frente ao portão. Apertei o botão do interfone.
-Residência da Sra. Alexandra Aryan, advocacia criminal. Em que posso ajudar? - Nosso porteiro, Phill, disse, em sua voz grave.
-Phil?? - Sorri. - Sou eu, Lolla! Lolla Aryan! Lembra de mim?
-LOOOOOLLA! - Ele berrou, animado. - Eu nem te reconheci! Entre logo, menina.
Os grandes portões se abriram e nós adentramos no grande gramado. Os garotos foram indo, mas Ashley me segurou.
-Posso até te ajudar, mas ainda não lhe desculpei. - Ela me encarou.
-Perdão?
-Ah, qual é! Quer que eu acredite que do nada o moleque foi lá e te beijou? - Ela revirou os olhos.
-Bem... é '-' É a verdade, Ash. E ele tentou me beijar. - Corrigi.
-Oh, claro. Isso faz uma graaande diferença. Apenas fique. longe. dele. - Ela mandou.
-Acredite, é o meu sonho. - Bufei.
Paramos em frente à casa.
-Tocamos a campainha? - Dani perguntou.
-Dane-se. - E girei a maçaneta. A sala de visitas era exatamente como eu me lembrava. As paredes eram brancas e bem pintadas e havia um tapete roxo fofo no chão. Milhões de prêmios de minha mãe estavam emoldurados na parede.
-Se for o cara da pizza, e alguém perguntar, eu não pedi pizza. Vou falar pra dona que ganhamos por causa de alguma droga que eu ainda vou inventar. Então, entra na minha. E é melhor ter trazido troco pra $50! - Aquela voz brincalhona e irritante que eu não ouvia há quatro anos berrou de algum lugar da cozinha, cada vez mais perto. Apesar de eu achar que ele não estava brincando sobre a pizza.
Ele continuava do mesmo jeito. Sua franja castanha caía nos olhos, e ele tinha que colocá-la pro lado à cada minuto. Seu rosto tinha um sorriso torto, como o de Zack, mas sem nenhum respingo de maldade. Quando seus olhos castanho esverdeados encontraram os meus, se arregalaram e ele deixou cair o dinheiro.
Minha reação foi um pouco mais contragedora.
-JOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHNNY! - Corri e abracei-o, feliz. Podia sentir os 4 olhares na sala me encarando, mas eu não estava de fato preocupada.
-Lolla? Deus, é você! Como você está enorme, menina! - Ele sorriu.
Ele dizer que eu estava enorme era pura zoação. Eu estava me sentindo uma criancinha abraçando-o. E olha que eu já estou acostumada a abraçar o Dani. Parecia que eu estava abraçando uma árvore.
Uma árvore macia u.u
-...E o seu irmão dorgado e a sua amiga louca tão aqui! - Ele observou.
-Louca é a tua vó. - Ashley disse, enfezada.
-Faaaala, arrombado! - Nick correu para abraçá-lo também.
-Oi... Johnny. - Dani acenou, sem jeito. Ele me encarou. - Você nunca me falou de nenhum ‘Johnny’.
-Ah, ele é... - Eu comecei a pensar em como descrever Johnny.
-O primo da Lucy. - Ash me ajudou.
-Ah, é! - Lembrei. Me virei para Johnny de novo. - Eu AMO a sua prima! Ela é tão perfa!
-Diz isso porque ela é igual a você. - Ele levantou uma sobrancelha. - Mas sim, ela é demais. Você... trouxe alguma coisa pra mim? - Ele piscou, como se aquilo fosse uma piada interna nossa.
Abri minha mochila e tirei cuidadosamente o embrulho vermelho que Lucy me dera, e peguei a palheta da sorte de Johnny.
-Acho que isso é seu. - Dei de ombros e lhe dei a palheta.
Ele sorriu quando a viu.
-Deus, eu estava com saudade dela! - Ele a pegou de minha mão. - Obrigada. E obrigada por vir. Eu sinto sua... - Ele parou. - Sinto falta de vocês. - Corrigiu.
Eu poderia explicar que eu meio que não tive escolha senão vir, mas fiquei calada.
-Afinal. Você arrumou outro par para aquele concurso da Fnac de 4 anos atrás? - Perguntei, curiosa.
-Par? - Ele levantou uma sobrancelha. - Ah, é. Ahnnn... é que eu meio que... menti. - Ele deu um sorriso torto. - Não precisava de um par pra competir.
Ele percebeu que eu não sabia o que dizer, então continuou:
-Entããão... você não vai me apresentar seus amigos? - Ele olhou para Zack e Dani.
-Oh. Claro. - Mordi o lábio. - Esse é Zack, meu... ahnnn... amigo. - Apontei para Zack, fazendo uma careta. Johnny apertou a mão dele. - E ele é o Daniel, meu namorado. - Apontei para Dani, que parecia estar querendo sair dali mais do que todos os outros juntos. - Meninos, esse é o Johnny. Um... velho amigo.
-Ah, sim. Prazer. - Johnny não parecia saber bem qual expressão fazer. Beleza, momento tenso.
-Igualmente. - Dani apertou a mão dele, depois de um tempo.
Silêncio constrangedor.
-JOOOOOONATHAN FINK WOLF! DEMORA TANTO ASSIM PRA ATENDER UMA PORTA? - A voz de minha mãe ecoou pela casa.
-É. Ela ainda é uma escrota. Vamos. - Bufei e saí andando. Parei. - Vocês... não precisam vir, se não quiserem. Exceto Nick u.u - Sugeri. - E fica aqui você também, Johnny. Eu distraio minha mãe. - Dei de ombros.
-Tá. - Zack disse, já se jogando no sofá. Os outros três ficaram quietos. Johnny assentiu e sentou no sofá.
Puxei Nick para a 2a sala à esquerda: a cozinha.
Minha mãe encarava o jornal com seus óculos de leitura, que às vezes ela usava pra parecer mais inteligente. Como eu disse antes: Ela é uma escrota.
-Quem era na porta, Johnny? - Ela disse, sem desviar os olhos do papel.
-Nós. - Dei um sorriso fraco.
Ela nos encarou e arregalou os olhos.
-O QUE... O QUE FAZEM AQUI? - Eu não saberia dizer se ela parecia surpresa, irritada, espantada, traumatizada, feliz, ou todas as opções acima. - E POR QUE a Lolla está com essa roupa de agente secreta psicopata?
-Estamos... em uma missão. - Nick disse, cuidadoso.
-Tá, dane-se. E a missão era vir na minha casa e me deixar perplexa assim? - Ela disse, seca.
-Oh, não. Fique tranquila. Era algo bem mais útil. E você é apenas um pequeno peão de toda essa grande operação. - Sorri.
Às vezes eu tenho vontade de desistir de missões e deixar o mundo explodir só pra ter certeza de que Alexandra Aryan vai explodir junto.
-E cadê o Jonathan? - Ela me encarou.
-Na sala. Junto com o Daniel, a Ashley e um outro amigo nosso. - Nick disse, calmo.
-E POR QUE ele não veio quando eu mandei? - Ela resmungou.
-Porque eu disse pra ele não vir. Você não é a mãe dele. - Lembrei. - Para a sorte de Johnny.
-Então vai logo se explodir nessa droga de missão. E me manda outra foto do Dani. - Ela ordenou.
-Não vai dar, vou estar me explodindo. - Sorri. - Você finge bem. Daniel gosta de você.
-Bom pra ele. Porque, você gostando ou não, eu sou sua mãe. - Ela sorriu, satisfeita.
-Com licença - Daniel apareceu na porta, sem jeito. - ,vim ver se estava tudo bem. Vocês estão demorando.
-Ah, é que nos entretemos aqui em nossa animada conversa! - Ela sorriu para Dani. - Estávamos falando de você, na verdade.
-Mesmo? - Ele levantou uma sobrancelha.
-Claro, seu bobo! Lolla me disse que você gostou de mim. Isso me deixou muito feliz, sabia? - Ela contou.
-Ah. Claro. É. - Ele concordou, sem graça.
-...Porque eu também gosto MUITO de você! A Lolla me manda umas fotos tão lindas suas!
-Isso tudo é realmente muito lindo. Vamos, Daniel. - Bufei e levantei da cadeira. Mas Dani não se mexeu.
-Ah, obrigado, Sra. Aryan! - Ele agradeceu. - Sua casa é muito bonita.
-Imagina! Lolla tem sorte de ter alguém como você.
-E eu com certeza também tenho sorte de ter alguém como a Lolla. - Ele completou.
-Posso fazer uma pergunta meio indelicada? - Ela pediu. Dani assentiu. Idiota. - Vocês já se... beijaram? - Ela perguntou, cautelosa. - Porque eu nunca vi!
Aquilo fora o gran finale. Levantei da cadeira.
-Ah, faça-me o favor! - Me virei para minha mãe. - Quer saber? CANSEI de você me xingar e depois ficar toda legal com os outros pra me fazer de mentirosa. Cansei de você fingir que se importa com qualquer droga que eu faço. Cansei de você gostando de Dani somente pelo fato de ele ser lindo. Cansei de você fingir que se importa com Nick, quando na realidade só quer motivos pra discutir comigo. CANSEI DE VOCÊ. Não sei como Zeus te aguentou DUAS vezes, mas pra mim já deu. Faça o que quiser da sua droga de vida que eu faço o que quiser da minha. E não se preocupe: Se eu explodir, vou me certificar de que você vá junto. - Berrei, quase tendo um treco. - VAMOS, Daniel. - Encarei-o. Ele entendeu que não era uma discussão. Nick levantou também.
Abri a geladeira e peguei o máximo de coisas que consegui. Pão, queijo, Coca, água, e coisas assim. E saímos da cozinha.
-Lolla, está tudo bem? - Dani me fitou, preocupado.
-Essa briguinha? - Nick levantou uma sobrancelha. - Isso é o dia a dia delas. Nas brigas FEIAS, a Lolla quebrava as coisas e depois fugia pra floresta. Ou só fugia. Só os deuses sabem pra onde ela ia u.u - Ele contou.
Pra onde eu ia? Bem, esse era um assunto meio delicado.
-Lolla, sua mãe... só gosta de mim porque ela me acha bonito? - Dani me encarou.
-O que aquela recalcada acha não é relevante nem útil. - Resmunguei.
Quando chegamos na sala, os dois já estavam sentados, nos encarando.
-Elas brigaram de novo? - Ash encarou Nick.
Ele assentiu.
-Imaginávamos. - Johnny bufou. - E agora? O que vocês vão fazer?
-Barraca. - Lembrei, já subindo as longas escadas em espiral.
Parei em frente à segunda porta à esquerda do 2o andar.
-O que Athena criou para ser coroada a deusa patrona de Atenas? - Uma voz robô vindo da porta perguntou.
-A oliveira. - Respondi, calmamente.
-Don't tell me not live just sit and putter. - A voz continuou.
-Life's candy and the sun's a ball of butter. - Cantei.
-Últimas palavras de Alvo Dumbledore para Kingsley e Lupin.
-"Harry é a melhor esperança que temos. Confie nele."
-23.
-Shakespeare.
-Lolla Aryan, confirmado. Bem vinda, querida. - E a porta do quarto se abriu.
-O que. Foi. Isso? - Zack me encarou.
-Uma espécie de 'Sala Comunal da Ravenclaw'. - Dei de ombros. - Tem vários níveis de segurança. Estava num dos maiores porque já faz tempo que ninguém entra e muita gente já tentou.
-Culpado. - Johnny bufou. - 23. Shakespeare. Sério?
-Claro. Isso é totalmente óbvio. - Revirei os olhos e entrei no quarto. Ele estava exatamente como eu o deixara.
As paredes azuis estavam desbotadas por causa do tempo, minha cama king size estava bagunçada, um poster da Taylor Swift estava pendurado por apenas uma das pontas na parede, e haviam milhões de papéis no chão. Lar doce lar.
-Fiquem na porta. - Ordenei, encarando os outros.
Eles hesitaram, mas fizeram o que eu mandei.
Apertei um botão que a parede possuía. Ela abriu (literalmente u.u) e um mundo apareceu dentro dela.
-É o closet da London Tipton! - Zack observou.
Eu o encarei com o melhor olhar ameaçador que consegui.
-NUNCA me chame de London Tipton, seu desmiolado. - Adverti. - Agora vocês podem entrar.
Entramos no closet. Haviam vários sofás e pufes de diversas cores bem no meio. As paredes eram simplesmente milhões de armários embutidos de vidro, um para cada tipo de roupa.
-Era aqui que eu me escondia. Quando brigávamos. - Contei.
-Esse lugar EXISTE? - Nick me encarou. - Por que eu nunca vim aqui?
-Porque esse era um lugar SÓ. MEU - Bufei. - ...E de Ashley, depois que ela acidentalmente achou o botão e ficou presa aqui por algum tempo.
Ash riu, lembrando da história.
-Essas eram suas roupas? - Dani me encarou. - É tudo tão... frufru.
-Claro que não. - Eu ri.
Me aproximei de um pequeno espaço na parede e dei um murro numa parte específica.
-Isopor. - Zack disse, como se tentasse absorver o que via.
Coloquei o braço dentro do pequeno buraco que se formara e apertei mais um botão. A parede falsa abriu.
Nos deparamos com o meu familiar esconderijo. A sala era do tamanho de uma recepção de hotel. Um armário embutido se encontrava no canto direito. Dentro dele haviam apenas blusas com estampas como 'Granger rock that bitches' e calças jeans.
-ESSAS eram minhas roupas. - Sorri.
A parede em nossa frente era de imã. Estava lotada de fotos, bilhetes, lembretes, e tudo o mais que se possa imaginar.
Ashley veio comigo encará-la.
-Eu me lembro disso - Ela sorriu, apontando para uma foto em especial.
-Como se fosse ontem. - Reforcei, sorrindo também.
A foto era de um dia onde tínhamos decidido fazer um dia da troca. Então nós duas estávamos com perucas toscas, eu com uma marrom e Ash com uma loira. Ela vestia uma blusa escrita 'When Google don't know something, it asks Ravenclaw.' e eu com uma 'Love sucks. But I try it anyway.'. Ashley estava com um L no rosto e fazendo careta (que ela dizia simbolizar Glee) e eu com uma mecha de meu cabelo no rosto, como um bigode (pose que ela adorava/adora fazer).
-Aquele dia foi o máximo. Mas você não conseguiu fazer uma história de amor sem melosidades. - Ela me lembrou.
-Ah, qual é! História de amor sem a palavra 'apaixonar' não é história de amor. - Decidi.
-Se você diz... - Ela fez uma careta.
Mas a foto não era o que me intrigava mais. No canto da parede, uma folha de caderno arrancada e rabiscada consumia toda a minha atenção.
-Ei, Johnny! - Chamei, pegando a folha. - Lembra disso?
-"Alguns dizem que o Sol ilumina a Terra. Eu acho o seu sorriso muito mais poderoso." - Ele recitou. - Ah, Deus! Nossas cantadas 'astronômicas'... Literalmente. - Riu. - Como conquistar uma garota com cantadas sobre o espaço: Essa eu NÃO domino.
-Concordo plenamente. - Fiz uma careta.
-Eu lembro de quando escrevi isso. - Johnny sorriu, apontando para outra folha de caderno bem no canto da parede.
Se eu tivesse alguma comida no estômago, provavelmente já a teria vomitado.
-VOCÊ escreveu aquilo? - Encarei-o, perplexa.
-Escreveu o quê? - Nick se intrometeu.
-Nada. - Retruquei, guardando o papel.
Silêncio mortal.
-Lolla, mostra os sapatos! - Ash lembrou.
-Oh, sim! - Me animei e apertei outro botão. Do armário da direita saiu uma expansão dos lados, com muitas e muitas prateleiras... de All Stares. - Voilà! - Mostrei.
-Geeente, que paraíso! - Nick arregalou os olhos. - Quantos tem aí? 30?
-39. - Corrigi.
-Por que estamos aqui, mesmo? - Zack levantou uma sobrancelha.
-É, apressadinho? Ok, então. Ahnnn... saindo desse quarto, terceiro armário à direita. Pegue a barraca. - Ordenei. Zack saiu do quarto.
-Ainda não acredito que nunca vim aqui. - Nick bufou.
-Pois é. Pode sentar ali no canto e chorar, se quiser. - Dei de ombros.
Meu irmão não pareceu ter gostado muito da ideia.
-Tá, vamos embora logo. - Bufou.
-Vão chamar Zack. Vou pegando repelente e tals. - Sorri.
Os cinco saíram da sala.
Fui direto para a parede e peguei um papel dela. Algo que diversas vezes me dera vontade de voltar para São Francisco para pegar. Algo tão problemático quanto minha adaga.
Algo tão problemático quanto... uh. Eu.
Guardei o desenho em minha mochila e fui encontrar meus amigos.
Saímos do closet.
-Eu costumava ficar dentro do armário quando brincava de esconde-esconde. Mas você deu um conceito bem diferente à 'esconder-se no closet'. - Zack fez uma careta.
-Ser rica tem lá suas vantagens. - Dei de ombros. - Eu aceitei o closet pra minha mãe parar de me encher.
-Ô coisa linda. - Ash bufou. - Podemos sair daqui?
-Claro. Vamos.
Ashley ia descer a escada quando eu a segurei. Os meninos desceram.
-O que houve com Daniel? - Mordi o lábio.
Ela riu.
-Não percebe? Johnny está fazendo com ele o mesmo que Bethany fez com você. - Ela deu de ombros.
-Não é bem assim. Eu não ficava falando pro Dani de como o Johnny era gato nem nada assim. - Revirei os olhos.
-Por isso mesmo. Ele não sabe nada sobre Johnny. Johnny pode ser qualquer coisa. Fora que o garoto te escreveu uma carta de amor e... - Ela ia dizendo.
Eu havia me esquecido de que Ashley sabia de tudo.
-CartaS, na verdade. - Fiz uma careta. - Bem, vamos lá com os meninos. - Encarei-a. - E eu ODEIO o Zack. Só pra constar.
-Você dizia que odiava o Dani também. - Ela me encarou de volta.
Não respondi. Ela empinou o nariz e desceu a escada. Desci atrás dela.
-Bom, acho que seria prudente nos comunicarmos com o acampamento. Vocês três, me ajudem. - Ela apontou para Zack, Dani e Nick.
-Precisa de 3 ajudantes pra fazer um arco íris? - Meu irmão levantou uma sobrancelha.
-Vamos, seus recalcados. - Ela xingou.
A expressão de Dani dizia claramente 'eu não vou deixar a minha namorada com esse cara', mas ele acabou indo depois de Ashley ameaçar pegar um salto em sua bolsa. Enfim.
Sentei à alguns metros de Johnny no sofá. Ele percebeu minha falta de jeito, mas não a comentou.
Peguei a carta que ele escrevera.
-Por que nunca me contou? - Indaguei.
-Eu ia contar depois da Fnac. - Ele mordeu o lábio. - Mas o destino tende a nunca me deixar cumprir meus planos. Às vezes eu acho que foi melhor assim. - Ele me encarou. - Tipo, você ia ter que ir para aquele acampamento e a coisa ia acabar terminando pior. Era o melhor pra você. Qualquer outro pensamento meu é egoísmo.
Tentei falar, mas minha voz não saía.
-...Além do mais, você poderia acabar querendo ficar por minha causa. - Completou. - E aí você nunca conheceria Daniel. Nem se livraria de sua mãe. Nem nada. Seja lá o que você faz, deve ser bem mais legal do que tomar frozen yogurt comigo. - Ele fez uma careta. - Sei lá, você tem um cavalo que voa! - Sorriu, admirado.
-O nome dele é Thunder. - Contei. - O pégaso.
-Então eu não estava louco quando vi o cavalo?
-Não. - Admiti.
Eu tentava me conter. Mas não ia conseguir deixar Johnny igual da última vez: Perdido.
-...Se eu te contar algo, você tem que ouvir atento. Promete não dizer que sou louca? - Pedi.
-Pensar pode? - Ele sorriu.
Eu ri, dando um tapa em seu ombro.
-Não, idiota! Só ouve.
E então eu contei. Sobre os deuses, os monstros, o acampamento... Contei tudo.
-E meu pai é Zeus. - Terminei.
-O senhor dos céus? - Johnny levantou uma sobrancelha.
-É. Ele mesmo. - Mordi o lábio. - É isso.
-Isso é a coisa mais foda que eu já ouvi. - Ele declarou. - Lista completa das coisas que você explodiu quando tava com raiva, já!
-Como você sabe que eu explodo as coisas? - Levantei uma sobrancelha.
-É que na verdade eu leio mentes e... - Quando ele viu minha expressão, caiu na risada. - É brincadeira, sua tonta. Eu sei disso porque conheço você. - Ele deu de ombros.
-Bem, a lista é grande demais. - Dei um sorriso torto. - Mas os principais são uma floresta, um armário, roupas, e tals. - Fiz uma careta. - Mas eu geralmente só faço isso.
E eu dei um choque nele.
-Droga, Lolla! - Ele reclamou.
-Você acredita em tudo isso que eu falei? - Perguntei, cautelosa.
-Dããã, claro que acredito. Você nunca foi boa em mentir.
-Eu minto muito bem. - Me defendi. - Só VOCÊ descobria minhas lorotas. - Lembrei.
-Então elas não eram tão boas assim. - Ele deu de ombros.
Ficamos em silêncio por um minuto antes de Johnny finalmente me encarar, mordendo o lábio como se não tivesse certeza do que ia fazer a seguir.
-Você me amava, Lolla? - Ele perguntou.
A pergunta me pegou desprevenida. Fiquei quieta por mais um minuto.
-Eu sempre te amei, Johnny. - Decidi. - Mas não do jeito que eu amo Dani, e nem do jeito que eu amo Ashley. É algo estranho. Você é como um irmão. Sempre foi. - Dei um sorriso torto. - E eu vou te amar pra sempre. Não quero te perder de novo. - Mordi o lábio.
-Você nunca me perdeu. - Ele riu. - E ainda estou fingindo que gostei da sua resposta. Mas eu a compreendo. - Ele fez uma careta. - Irmãzinha.
Silêncio.
-O que você sente? Quando olha para Daniel? - Ele não olhou em meus olhos quando fez essa pergunta.
Essa resposta era um pouco mais fácil.
-Eu sinto borboletas no estômago. Nós na cabeça. Minha garganta fecha. Minhas pernas tremem. E eu vejo faíscas voarem toda vez que ele sorri. - Disse, sonhadora. - O sorriso dele é tão lindo que poderia curar um câncer. A preocupação dele é tão fofa que me deixa sem graça. E toda vez que ele olha pra mim parece que nada mais importa. O abraço dele é tão macio e seguro que parece mais eficaz do que um colete à prova de balas. E acho que eu fico com mais ar embaixo d'água do que na presença dele.
Ele assentiu.
-É.
Não entendi realmente o que ele quis dizer com aquele 'é'.
-...Daniel é um cara legal. - Ele deu um sorriso torto. - Apesar de eu achar que ele me odeia. O fato de que ele disse isso ajudou na dedução u.u Mas ele é um cara de sorte. Por ter você.
Fiquei vermelha. Eu sempre me considerei sortuda por ter Daniel, mas nunca pensei realmente no inverso.
-Obrigada. - Dei um sorriso fraco.
-Acho que você tinha razão.
-Sobre o quê?
-Aquilo que você costumava dizer. Como era, mesmo? Oh, sim. 'Eu sou a única que já pensei na possibilidade de...
-De não ser a pessoa certa para a pessoa que é certa para mim. - Lembrei. - Não acredito mais nisso realmente.
-Mas eu estou começando a acreditar.
-Não faça isso. - Aconselhei. - Eu sei que tem alguma garota por aí muito bonita e doce, que não explode coisas e não tem uma vida problemática. E essa garota é caidinha por você, ela só não sabe disso ainda. - Sorri.
Ficamos em silêncio por um minuto.
-...Eu te amo, Johnny. - E dei um beijo em sua bochecha. Algo carinhoso, porém sem segundas intenções. Como uma reverência a um amigo.
-Isso é um adeus? - Ele levantou uma sobrancelha.
Fiz uma careta.
-É um 'até logo'. - Decidi. Encarei a porta ao lado. - Pode parar de espiar e vir aqui logo, Nicolas. - Mandei.
Pude ouvir meu irmão xingando e chamando os outros. Alguns segundos depois todos estavam na sala de visitas.
-Podemos ir agora? - Zack bufou.
-Onde vocês vão? - Johnny levantou uma sobrancelha.
-Achar Ártemis. - Fiz uma careta. - E sim, podemos ir. - Olhei para a porta da cozinha. - TCHAU, TÔ INDO ME EXPLODIR. TALVEZ EU MANDE UM CARTÃO DE NATAL. - Berrei, irritada.
-Se eu falar isso pra minha mãe, apanho mais do que sei lá o quê. - Zack contou.
-Se ela me bater, eu explodo ela. - Resmunguei.
-MAS NÃO EXPLODE O DANIEL. - Ela berrou de volta.
-PODE DEIXAR. - Bufei. - Vamos logo.
E então demos tchau pro Johnny e saímos da casa (com os suprimentos e a barraca u.u)
-Próxima parada: Floresta. - Anunciei.
-Desde que vocês não tenham mais amigos na floresta, por mim tudo bem. - Zack bufou.
Dani parecia querer concordar, mas ficou quieto.
Chegamos na floresta atrás das mansões e nos deparamos com uma grande entrada. Havia apenas uma mulher morena que parecia ter uns 25 anos lá. Pude sentir a baba de meu irmão escorrendo do meu lado. Da hora a vida.
-Olha, parece que temos muitos concorrentes hoje! - A mulher sorriu. Ela falava como se houvesse uma grande multidão a escutando, e não apenas cinco adolescentes. - Meu nome é Soraya. - Ela se apresentou. - Não, isso não está certo. Há mais catarrentos do que donzelas aqui. Isso não é legal.
Ashley escondeu um risinho.
-Tudo bem, eles são apenas ajudantes. Nós duas mandamos aqui. - Ela disse.
Meu irmão ia abrir a boca para retrucar, mas eu pisei com força em seu pé e ele ficou quieto.
-É. - Concordei. - Isso mesmo. Agora você pode me dizer o que...
-Fique quieta. - Ela me cortou. - Sua alma fede.
Que lindo.
-Que legal. Sempre quis ter uma alma fedida. Almas que brilham já estão fora de moda, não é? - Zombei.
-Não devia ficar tão feliz. Ela fede a... argh. Amor. - Ela recuou, como se eu tivesse algum tipo de doença mortífera e contagiosa. - Garotas impuras e garotos estão no mesmo patamar da lista da Sra. Ártemis.
Garota impura. Essa era nova.
-Ah, mas Ártemis gosta de mim. - Sorri. - E ela também não odeia Daniel.
-Pouco importa. Sou eu que mando nessa coisa. - Ela retrucou.
Ashley apertou meu braço, como se advertisse para que eu ficasse quieta.
-Ok... então. O que temos de fazer? - Ash perguntou, cautelosa.
Fiquei imaginando o porquê de a alma de Ashley não feder. Ela sempre gostou muito mais de garotos do que eu.
-Oras, vocês vão entrar na floresta e achar o que querem. Simples assim. - Soraya deu de ombros.
Mas nada podia ser tão simples. Eu queria perguntar muitas coisas, mas não estava a fim de descobrir mais coisas sobre mim e a minha alma.
-Tá. Vamos. - Bufei.
-Já disse pra você ficar... - A mulher ia dizendo.
-Ashley, fala pra essa recalcada que eu não estou falando com ela? - Pedi.
A filha de Apollo nada disse.
-Você não pode falar assim comigo. - A mulher me encarou.
-Ash, manda ela ligar pra minha preocupação e ver se ela atende?
-Eu NÃO SOU uma coruja! - Ash berrou, irritada, e saiu correndo pra dentro da floresta.
Daniel bufou, como se já esperasse por isso. Ele entrou na floresta atrás dela.
Eu, Nick e Zack nos encaramos e acabamos seguindo-os.
-Parece que sempre dá pra ficar pior, né? - Mordi o lábio.
-E eu que não gostava do Alejandro... - Nick fez uma careta, sem parecer se importar com o fato de que Soraya ainda podia nos ouvir.
Ficamos em silêncio por um minuto. Até que não aguentei mais.
-Ah, qual é, Nicolas. Fale logo sobre Johnny. Eu sei que você está se corroendo pra ficar quieto. - Bufei.
Ele me encarou.
-Eu sempre soube que tinha algo entre vocês.
O que era ridículo, claro. Nunca houve nada entre a gente. Eu sabia disso, Johnny sabia disso e Ashley sabia disso. Mas Dani não parecia saber disso.
Daniel não tem o direito de ficar bravo comigo. Tudo bem que dois garotos se declararam pra namorada dele em um dia, e um tentou beijá-la, mas mesmo assim. Quantas garotas já não se declararam pro Dani? Quantas já não tentaram beijá-lo?
Eu consigo contar nos dedos das mãos as garotas que nunca sentiram nada por Daniel. E eu não armo brigas por causa disso.
Bethany Houston é exceção u.u
Lolla Aryan
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