Demigods Camp
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Predestinada - Capítulo 2

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Mensagem por Lolla Aryan Qua Jul 11, 2012 4:05 pm

Eu achei que o dia anterior tinha sido ruim? Claramente era porque eu não tinha vivido o dia de hoje.
-Lolla? - Ouço a voz de meu irmão em meio à névoa e sons estranhos do meu sono. - Mana, você tá bem?
Ownt. Meu irmão está preocupado comigo. Espera. Meu irmão está preocupado comigo? É, minha situação deve estar realmente ruim.
-...Lolla Alison Aryan, já são duas da tarde!
O horário me faz dar um pulo.
-São quanto? - Arregalo os olhos.
-Duas da tarde - Ele repete, de mau humor.
Duas... Da tarde? Eu não consigo nem me lembrar da última vez que dormi até tal hora.
-Oh, deuses - Me dou conta. - Eu perdi o treino de novo!
-De novo? - Ele levanta uma sobrancelha. - Você tá legal?
-Eu pareço legal, seu debiloide?
-Calma. Só estou tentando ajudar. - Ele recua.
-Tem razão - Mordo o lábio. - Desculpe.
-'Desculpe'? - Agora ele parece quase assustado. - O que houve? É a TPM?
-Não - É só o que digo - Só tive uma noite ruim.
-Quem é você e o que fez com a minha irmã? Esse cabelo é de verdade ou é uma peruca? Quanto você quer pra deixar a Lolla no planeta que ela tá?
Nicolas Aryan: De preocupado a irritante em apenas dois segundos.
-Cala a boca, desmiolado - Mando, a cólera subindo para minha cabeça.
Apenas ponho uma roupa qualquer e sento em frente ao grande espelho que até Nick usa mais do que eu. Contemplo que meu cabelo está um lixo e, francamente, eu não quero nem sair da cama, que dirá ficar arrumando minhas madeixas bagunçadas. Então decido fazer um rabo de cavalo e saio do chalé.
Na porta do chalé há um papel reciclado dobrado de forma perfeita. Ótimo. O Jornal do Camp é diário.
Eu estou na capa de novo, para minha alegria. Mas dessa vez sorrindo e abraçada a James. Me obrigo a ler a manchete, apesar de já saber o que diz: "A filha do Zé do Raio tem outro pretendente. Será que papai aprova esse?"
-Ah, poupe-me! - Berro. O que falo depois são palavras muito impróprias às quais não posso repetir. - Olha, pai, eles estão te zoando. Manda um raio bem na cabeça daqueles abusados, please? - Peço, encarando o céu. Sem resposta. - Então só um raiozinho no chalé 10? - Conserto. Ainda no vácuo. - Também te amo, Zé do Raio. - Bufo e resolvo caminhar pelo acampamento.
Para onde eu estou indo? Não posso passar pelo chalé 10, e muito menos pelo 7. E os outros chalés não são muito legais também.
Por um momento penso em falar com Lucy. Mas, afinal, ela tem 8 anos. No que poderia me ajudar? Além do mais, não acho que seria muito saudável pra ela passar algum tempo comigo.
Decido ir até o mar. Longe do ponto meu e de Dani, claro. É uma lembrança muito dolorosa.
A única pessoa que me parece realmente útil é James. Mas agora que ele é meu novo 'amante', as pessoas nos perseguiriam o tempo todo.
Aparentemente elas já perseguem. Caso contrário, onde teriam conseguido aquela foto?
-Bom dia, amor - Ouço aquela voz sarcástica e irritante à minha esquerda.
-Cala a boca, James - Ordeno, irritada. - Bem, problema seu. Você que namora uma louca odiada por todos.
-Tá brincando? - Agora ele está sorrindo. - Estou na capa do jornal! Na capa! - Ele berra, me mostrando o jornal e apontando para a sua foto.
-Diz isso porque ninguém te odeia.
-Bem, Daniel provavelmente vai, quando ler o jornal de hoje. - Ele dá de ombros.
Decido que aquilo tem um fundo de razão.
-Bem, enfim, eu estava apenas de passagem mesmo.
-Então tchau. - Ele acena.
-Tchau - Aceno de volta e continuo a caminhada.
Vejo Ashley e Zack sentados na grama e por costume dou um passo em direção a eles.
Até que lembro que minha melhor amiga me odeia.
Resolvo voltar para o meu chalé. Não pareço ser útil em nenhum lugar.
Por que as pessoas se sentem no direito de dizer que minha vida é perfeita?
E por que isso lhes dá o direito de fazer essas coisas comigo? É uma hipocrisia! Uma conspiração! Um complô! Uma calúnia, como diria a Ashley.
Como diria a Ashley...
Afinal, eu não dei razões para ela fazer isso comigo. Dei?
Ela apenas decidiu que o meu lado negro é tudo o que eu sou.
O que não é nem um pouco verdade. Todos temos um lado negro. Eu sou ligeiramente arrogante. Dani age sem pensar, o que faz com que acabe prejudicando os outros ao seu redor.
Devemos perdoar essas coisas.
Assim como eu perdoo o fato de os campistas serem um bando de hipócritas.
Assim como eu não estou pronta para perdoar Daniel.
Assim como Ash não está pronta para me perdoar, seja lá o que eu tenha feito.
Mesmo assim, me vejo cantando Kelly Clarkson no refeitório.
-And remind me who I really am - Mordo o lábio. - Please remind me who I really aaaaam... Everybody's got a dark side. Do you love me? Can you love mine? Nobody's a picture perfect , but we're worth it. You know that we're worth it! Will you love me? Even with my dark side?
Ashley é minha melhor amiga desde que eu lembro de ter uma melhor amiga. Sempre fui uma criança meio solitária, envolvida em meus próprios planos e ambições. Mas Ash, com seu jeito alegre tão diferente do meu, me mudou pra sempre. Me ajudou em tudo e me ensinou o quanto uma amizade vale a pena.
Perdê-la me parece insuportável.
-Don't run away, don't run away. Promise you' ll sta-ay... - Termino, minhas pernas já não querendo mais funcionar.
Silêncio mortal. Ashley está me encarando profundamente. Será que ela entendeu que a música era pra ela?
Bem, se ela não entendeu, não é a única:
-Eu amo todos os seus lados - Daniel se levanta, me encarando com seus profundos olhos azuis.
Enrusbeço por costume. Minhas pernas, aquelas que já não estavam funcionando direito, ficam piores e eu resolvo sentar no banquinho.
O refeitório todo se junta para fazer o típico 'Owwwwwwwwwwwn'.
Tem como ficar pior?
O que eu falo? Sair dali seria falta de educação. Dizer que não estava falando com ele seria grosseria e uma puta sacanagem. Ignorá-lo e falar algo pro público seria idiotice.
E, afinal, como posso ser grossa com aquela criatura fofa e apaixonada parada diante de mim? Ele é tão...
Não. Foco, Lolla Aryan. Foco.
-Cala a boca, Daniel - A última pessoa que eu esperaria me ajudar abre a boca. Ashley está empurrando Dani e fazendo-o sentar. - Senta aí e fica bonitinho.
Eu não posso ser grossa com Dani. Mas Ash pode. E é.
Ela me encara por um momento e faz um pequeno aceno de cabeça. Não é um aceno amigável. Está mais pra um 'Me deve uma, sua inútil'.
Amo, amo, amo Ashley Thompson.
Todo mundo se dissipa e eu saio do refeitório.
Passo em frente à uma mesa de piquenique, onde algumas garotas falam sobre mim animadamente.
-Viram o jornal de hoje? Ela tá com aquele garoto estranho de Poseidon. - Ouço uma delas dizer.
-Eu disse que não ia durar aquela coisa de Lani. Ela nem devia amar ele tanto assim, já que foi pra outro tão rápido. - Outra, essa de Afrodite com certeza, comenta.
-Eu acho o James até bonitinho... - Uma campista de Deméter defende.
Abafo um riso. Não que James não fosse bonito. Ele é. Cabelo castanho escuro, olhos verdes...
Mas a simples ideia de uma... hm... aproximação com James me dá azia.
Eu pretendia ignorar as garotas e sair andando, mas é claro que não iria dar certo.
-Ei, você! - A que chamou James de 'garoto estranho de Poseidon' me chama.
Uma parte de mim pensa em simplesmente sair andando, mas por alguma razão mongol decido me virar e dar o sorriso mais amarelo que consigo.
-Oi - Digo, seca.
-Como você consegue dormir à noite? - Ela me encara.
-Perdão?
-Como você consegue ficar bem sabendo que engana todo mundo que conhece, e não dá valor ao garoto muito gato que te ama demais? Você não fica tipo 'OMG, eu sou uma vaca', e tals?
Aquilo foi a gota d'água.
-Sem querer ofender - Começo. - Mas eu gostaria de saber como você consegue dormir à noite sabendo que passa todo o seu tempo falando mal de alguém que você nunca nem olhou nos olhos, e lendo um jornal manipulado e ridículo, com um papel tão fino que dá até pra... - Pego o Jornal do Camp na mesa delas e o parto em dois. - Ops. Rasgar. E usando apenas os meus dedos mindinhos. - Sorrio. - Você não fica tipo 'OMG, a minha vida é tão ferrada - Eu falo algo pior do que 'ferrada' na hora, mas vamos manter a classe aqui. - que eu sinto necessidade de ficar falando da vida dos outros porque é bem mais legal que a minha, mas eu nem sei fazer três com a mão esquerda, muito menos pesquisar pra ver se o que estão falando sobre aquela mina lá é verdade. Vou sair berrando uma opinião bem fútil, porque quem sabe assim me notam, né?' Meu, pôe uma melancia na cabeça, sei lá. Mas me deixa em paz. - Explodo. - De novo: Sem querer ofender, claro.
Ela me encara por um longo minuto antes de responder:
-Pelo menos eu sei demonstrar meus sentimentos e não fico dando lições de moral que nem eu mesma sigo. E é verdade, você conseguiu seu holofote. Como é a sensação? - Ela dá um sorriso maldoso. - Quer saber? Eu não dou a mínima para o quão coitadinha você acha que é. Porque nada disso vai mudar. Acha que as pessoas vão simplesmente começar a te amar? Elas não vão. E sabe por quê? Porque elas não querem uma sabe-tudo egocêntrica dizendo a elas o que fazer.
Recuei um pouco, me sentindo atingida.
-Eu só não te mando pro inferno por dó - Digo. - do capeta, claro. - Após dizer isso, saio andando.
Porque a maldita campista tem razão. Eu nunca havia sido aceita antes de vir para o acampamento e me enganei se achei que sou aceita aqui.
E se ninguém me quer aqui, que razão tenho pra ficar?
Tomo minha decisão dois segundos depois. Vou para o chalé 1 e pego uma mochila. Enfio lá dentro tudo o que consigo.
Quando termino de colocar meu All Star número 5 na mala, ouço meu celular tocar. Johnny.
-Que é? - Cerro os dentes. - Não é uma boa hora.
-É mesmo? E por que não? - Ele indaga.
-Estou arrumando uma mala, licença.
-Mala... Oh God, está saindo do acampamento? Dani está com você?
-Hmmm... sim e não. Na verdade, ele meio que não sabe. E eu... hm... meio que cortei relações com ele. Por um tempo. - Faço uma careta.
-Não está fugindo, está, Lolla Aryan? - Sua voz desestabiliza um pouco.
-Talvez - Bufo.
-E para onde exatamente pretende ir?
Estúpida! Idiota! Mongol! Desmiolada! Como eu pude esquecer desse detalhe? Bem, voltar pra casa nem pensar. Não vou conviver com minha mãe. Especialmente sem Nick.
-Eu vou... hm... Ficar com a minha avó na Carolina do Norte - Decido.
-Ah, claro! Aquela avó que odeia a sua mãe e nem sabe que você existe?
Droga.
-Viu? Já temos algo em comum! - Digo, seca.
-Então seu plano é pegar o primeiro avião que tiver para a Carolina do Norte com um dinheiro que você nem tem; bater na porta de uma mulher e dizer "Oi, eu sou a Lolla. Sou sua neta" e implorar pra ela te deixar ficar e não ligar pra polícia?
-Basicamente - Dou de ombros.
-Parece um grande plano - Ele ri de forma sarcástica.
-Ótimo. Se me dá licença, tenho um avião pra pegar.
-Espera. Tá falando sério? Você vai mesmo? - Agora ele parece de fato preocupado.
-E você duvida disso?
-Esse é o problema. Eu não duvido. - Ele suspira. - Não vou te deixar fazer isso.
-E como exatamente pretende me impedir?
Qualquer pessoa em sã consciência teria ficado horas tentando me fazer mudar de ideia.
Mas Johnny sabe que se eu tomei uma decisão, nada me fará voltar atrás.
-Não vou impedir - Ele decide. - Mas não posso te deixar por conta de um avião e uma velha caduca que você nem sabe se está viva. - Ele para. - Quero lhe fazer uma proposta.
-Boa sorte - Digo, de forma superior.
-Vou estar na chácara dos meus pais amanhã. Eles me deixam levar um amigo. Por favor, vá comigo. Fique o tempo que quiser e, se as coisas não melhorarem, prometa que vai me deixar ajudá-la a ver o que vai fazer. - Ele suplica, desesperado.
Aquilo soa definitivamente estranho pra mim. Não consigo aguentar e acabo perguntando:
-Quer que eu, hm, vá viajar com você? - Repito, vermelha.
-É! - Ele diz. Mas aí para, como se tivesse acabado de perceber a forma como eu havia interpretado aquilo. - Digo, não. Digo... Não exatamente comigo. Comigo, meus pais, meus avós... E podemos chamar Lucy, se você não se sentir à vontade pensando que está numa viagem, hm, comigo, exatamente. Aí você pode pensar nisso como "a chácara dos tios da Lucy". - Ele se apressa em dizer.
Involuntariamente, me sinto mal por Johnny. Eu havia esquecido o quão puro e sincero ele é.
E do quanto faria por mim, sem nem ligar se eu era apaixonada por ele ou não.
Percebo que sinto mais falta dele do que pensei.
-Tudo bem. Sério. Obrigada. - Amenizo a voz, realmente me sentindo gratificada.
Mas ele ainda não acabou o discurso.
-... E, tipo, eu sei que acabou de terminar com um garoto que é tipo... Muito lindo MESMO - Johnny é provavelmente uma das únicas pessoas no mundo que pode falar isso sem parecer gay. - Falo mesmo. E que qualquer pessoa pensaria, tipo, que só pelo fato de eu ser estupidamente apaixonado por você, ficaria fazendo todas essas coisas legais só pra me, hm, aproximar e tals. Mas você sabe que esse não sou eu. Se você quer sair daí, eu apoio totalmente. Não vou perguntar seus motivos, mas estou aqui se quiser falar sobre isso. E não vou nem falar o nome de Daniel, se você não quiser. - Ele para. - Ah, acabei de fazer isso. Desculpe. E prometo não te elogiar nem uma vez, mesmo que em minha cabeça eu esteja pensando em como seus olhos são bonitos..
A forma como ele diz as coisas, tão sincera e indiferente, sempre foi a coisa que mais gostei nele. Não existem tabus nem eufemismos para Johnny. Se ele quer dizer algo, ele vai dizer. E de forma bem clara e direta. Mas havia algo que eu podia afirmar com toda a certeza do mundo:
A simples ideia de que eu pensasse que ele tinha segundas intenções o estava matando por dentro.
-Tudo bem. Você venceu - Cedo.
Ele apenas me ignora e continua:
-...E nem precisamos conversar, na verdade. A chácara é grande, e eu posso fazer um horário alternativo pra mim para que nunca nos encontremos. Ou eu posso ficar trancado no quarto o dia todo, por mim tudo bem. - Ok. Agora ele está perdendo a noção. Mas algo me diz que o garoto não está realmente brincando.
-Jonathan Fink. Já deu. - Ordeno. - Você não vai passar o dia trancado no quarto por minha causa. Aí sou EU que não vou deixar.
-Desculpe - Ele repete, ainda perturbado. - É que eu preciso dormir sabendo que está à salvo e segura. E tem monstros também! Eles podem te perseguir, não podem? Bem, eu luto esgrima, né? Posso... ajudar! Ou não! Sei lá. Mas por favor, fique na chácara. Por mim.
-Johnny - Suspiro. - Cala a boca, por favor. Onde eu encontro você e que horas?
Nem mesmo o telefone consegue esconder o alívio em sua voz. Combinamos de nos encontrar daqui a três horas em frente à casa dele. Eu teria de roubar Thunder e dar vários torrões de açúcar para que ele fosse rápido. Ou talvez eu pudesse convencer James à falar com o cavalo e lhe explicar a situação. Mas eu não estava a fim de um discurso sobre como eu não podia ir embora.
Pensando bem, Thunder é o MEU cavalo. Eu estaria apenas pegando-o, certo? Não que importasse.
Dou uma última revirada no chalé. Deixo a foto minha com Dani. Talvez ele a queira e...
Dani! Eu não posso sair assim. Tenho de falar com ele. Dizer que não é sua culpa, senão isso vai marcá-lo pra sempre.
E também há o fato de que eu o amo demais e que ele não merece isso.
Pego meu violão, sabendo exatamente o que fazer. Vou até a praia, onde encontro Dani, Ash e Zack sentados na areia, conversando.
Suspiro uma última vez e me aproximo. Os três se calam e, sem dizer uma palavra, começo a tocar uma melodia conhecida.
-The smell of your skin linders on me now. You’re probably on your flight back to your hometown. I need some shelter of my own protection, baby - Respiro. - Be with myself in center. Clarity, peace, serenity - Mordo o lábio. - I hope you know, I hope you knoow, that this has nothing to do with you. It's personal, myself and I. We got some straightening out to do. And I gonna miss you like a child misses their blanket, but I’ve gotta to get a move on with my life. It's time to be a big girl now - Estou olhando bem nos olhos dele agora, vendo toda a confusão neles. - And big girls don't cry.
Uma parte na música me chama a atenção:
-Fairy tales don't always have a happy ending, do they? And I foresee the dark ahead if I stay - Suspiro e canto o refrão novamente. - Yes, you can hold my hand if you want to. 'Cause I wanna hold yours too. We'll be playmates and lovers, and share our secret worlds. But it's time for me to go home. It's getting late and dark outside. I need to be with myself in center...Clarity, peace, serenity.
Quando acabo, simplesmente viro as costas e vou embora, sentindo a garganta fechar e sabendo que não conseguirei dizer mais nada sem desabar.
-O que ela quer dizer com aquilo? - Ouço Dani perguntar.
-Ela está dizendo adeus - Zack suspira e diz mais alguma coisa que não consigo ouvir.
Lembro que esqueci meu Ipod no chalé, portanto acabo voltando pra lá. Para meu azar, meu irmão está parado na porta.
-Não ia nem me dar tchau? - Ele está me encarando, parecendo bem magoado.
-Também não me deu quando foi embora - Retruco. - E ainda me enganou, na verdade.
-Foi para o seu bem.
-Não foi para o meu bem. Eu não iria de qualquer forma. Só queria impedir que você fosse. Não me ajudou em nada.
-Eu tinha 9 anos. Não pensava direito. Mas você já está bem grandinha para não tomar decisões idiotas.
-E bem grandinha para tomar minhas próprias decisões - Rebato.
-Não vou te convencer a ficar, vou?
-Não.
-Posso pelo menos saber para onde vai?
-Não - Decido. - Mas estarei segura. Prometo.
-Vou sentir sua falta - Ele faz uma cara estranha, e percebo o quão difícil foi para ele dizer isso.
-Eu te amo, maninho - Dou um longo abraço nele, ciente do quanto vou sentir falta de ser jogada pra fora da cama. - Mas isso é o melhor a ser feito.
-O melhor pra quem? Pra você? Pro Dani?
-Não espero que compreenda - Balanço a cabeça. - Apenas que respeite.
-Não posso te deixar ir.
-Você não tem escolha - Lembro. - Feche os olhos.
-Não vou cair nessa - Ele ri. - Conheço essa história.
-Desculpe - Mordo o lábio e estico a mão em sua direção. Após fazer isso, junto a mochila e o violão e chamo Thunder. O cavalo aparece alguns segundos depois. Quando subo, meu irmão tenta histericamente se aproximar, mas o campo de força que criei em volta dele não permite.
Ele consegue quebrar a mágica alguns momentos depois, mas é tarde demais. O cavalo já alçou voo.
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