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Predestinada - Capítulo 1

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Mensagem por Lolla Aryan Qui Jun 28, 2012 10:45 pm

-I was ‘cryin when I met you, now I’m ‘tryin to forget you... - Cantarolo com meu violão. Às vezes eu agradeço aos deuses por gostar de rock. Não sou boa em fazer amigos, mas as pessoas prestam atenção em mim quando começo a falar de Aerosmith, ou Guns N’ Roses.
Já perdi a conta de quantos amigos fiz assim.
-Bom dia, raio de sol - Dani me dá um beijo rápido e senta ao meu lado.
-Raio de sol? - Levanto uma sobrancelha.
-Tá, isso foi tosco - Ele bufa. - Enfim. Tem algo planejado pra hoje?
-Nada que não possa ser cancelado - Dou de ombros.
-Ótimo - Ele dá um sorriso como se tivesse um plano enorme funcionando em sua cabeça. - Vamos pra São Francisco hoje.
-’Vamos’ é tipo ‘eu e você’?
-É. E Lucy. - Ele faz uma careta.
-Por que Lucy? - Fico curiosa.
-Ela vai aproveitar para ver o primo dela.
-O que vamos fazer em São Francisco?
-Eu e o Johnny preparamos uma surpresa pra você.
Arregalo os olhos.
-Espera, volta a fita. - Respiro fundo. - Você está trabalhando com o Johnny... por opção? - Digo, pausadamente.
-Tudo por você - Ele sorri.
Depois daquela declaração, ‘o que íamos fazer em São Francisco’ deixa de ser importante. Duas pessoas incríveis prepararam algo, então só pode ser algo perfeito.
-E quando vamos? - Pergunto.
-Quando Lucy chegar. Eu disse para ela nos encontrar aqui - Ele me conta.
Como se fosse combinado, Lucy apareceu no mesmo instante.
-Ok, estou aqui - Ela acena. - Vamos?
-Vamos - Dani concorda, me ajudando a levantar.
Vamos até o estábulo pegar pégasos.
-Eu não sei pilotar essa coisa - Lucy morde o lábio.
-Oh - Lembro. - Tudo bem. Vamos juntas no Thunder, então. Se importa de ir sozinho, Dani? - Suplico.
-Não - Mas ele claramente não havia gostado muito da ideia.
-O cavalo vai voar muito alto? - Lucy pergunta, claramente desconfortável.
-Vocês são todos uns medrosos! - Provoco. - Vai ser o máximo. Confie em mim.
Eu não sei bem por que, mas Lucy realmente confia em mim. E eu confio muito nela também, considerando que a garota tem 8 anos.
Acabo convencendo a filha de Athena a subir no pégaso e alçamos voo. Depois de algum tempo, ela comenta:
-O frio na barriga passou. A sensação é legal.
Sorrio.
-Lembra quando eu disse as vantagens de ser filha de Zeus, e prometi que mostraria a 3a vantagem depois? - Indago e ela assente. - Então. Acho que agora é um bom depois. - Após dizer isso, jogo-a pra fora do pégaso.
-SUA LOOOOOOooooouca! - Ela berra enquanto cai à céu aberto.
-Lolla, o que você...? - Dani tenta começar.
-Tudo sob controle. - Sorrio. - Já volto. - E pulo do pégaso em um mergulho perfeito.
Como sou mais pesada que Lucy, caio mais rápido. Alcanço ela em alguns momentos e a seguro.
-Prontinho - Faço uma careta e começo a abanar o braço livre. - Não me solte. - Mando, quando começamos a voar.
-Você voa? - Ela levanta uma sobrancelha.
-Algo assim - Dou de ombros. - Tudo bem, tente sozinha. - Solto-a. Começo a controlar o vento de modo que Lucy flutue como quiser.
-Não gosto disso, Lolla - Ela morde o lábio. - Podemos voltar pro pégaso?
-Claro - Suspiro. - Desculpe. Esqueci que você não é...
-Johnny - Ela completa. - Tudo bem.
Porque ambas sabemos que Johnny se tacaria do pégaso ele mesmo, e teria de ser subornado para voltar para o cavalo. Jonathan Fink Wolf não perde uma oportunidade de fazer coisas loucas e estranhas. Se ele descobrir que eu posso voar, provavelmente vai ficar me enchendo o saco pra eu pular do pégaso com ele todos os dias.
Eu e Lucy voltamos para o cavalo alado.
-Nunca fez isso comigo - Dani reclama, sentimental.
-O que, quer tentar? - Sorrio.
-Não - Ele responde, rapidamente.
-Eu sei - Dou de ombros, sem mais explicações.
Eu me jogaria do pégaso pra sempre se pudesse. Mas pareço ser a única ali.
-Olha! - Lucy sorri, apontando para algo lá embaixo.
Chegamos em São Francisco. Pousamos nossos pégasos em um lugar meio afastado e eu deixo que Dani me leve para o que fosse que ele tenha planejado.
Para minha surpresa, vamos pra escola. Mas é um sábado, ela deve estar fechada.
-Não sei se quero voltar lá - Mordo o lábio.
-Vai ficar tudo bem - Dani segura minha mão e eu relaxo.
Entramos na escola deserta e vamos para o auditório. Abrimos a porta.
Há várias pessoas ali, mas apenas uma me chama a atenção.
-Oi, querida - Minha mãe sorri pra mim.
Eu a ignoro e me volto para Dani.
-O que estou fazendo aqui? - Cerro os dentes.
-Eu e Johnny achamos que só tem um jeito de você e Alexandra se entenderem: - Ele pôe um microfone em minha mão. - Cantando.
É uma ideia terrível. Em partes porque eu me sinto mal apenas respirando o mesmo ar que Alexandra Aryan, mas também porque cantar é uma das únicas partes de minha vida cuja minha mãe não faz parte.
Mas acredito que Dani fazia por bem, então acabo cedendo.
-Tá. Do meu jeito. - Bufo, posicionando o microfone do meu jeito tradicional em minha mão esquerda. - Now and then I think of when we were together... Like when you said you felt so happy you could die. - Começo. O refrão é ainda mais apropriado: - But you didn't have to cut me off! Make out like It never happened and that we were nothing. And I don't even need your love, but you treat me like a stranger, and that feels so rough.
-No, you didn't have to stoop so low - Minha mãe me acompanha. Eu odeio admitir, mas a voz dela é incrível. Bem mais aguda que a minha, porém perfeitamente afinada. Pensar que eu puxei algo dela me dá calafrios. Mas minha mãe não dá a mínima pra música, ou canto. Ela é... Como eu costumava dizer? Oh, sim. "Um talento desperdiçado". Mas há muito se foi o tempo onde eu sentia pena de Alexandra Aryan. - Have your friends collect you records and change your number. I guess that I don't need that though. Now you are just somebody that I used to know.
-Now you are just somebody that I used to know.
-I used to know...
-I used to know...
-Somebody - Finalizamos juntas.
-Não é uma música agradável - Minha mãe me censura.
-Nossa relação também não - Sorrio. - E nem você, na verdade.
-Não pode falar assim comigo - Ela me repreende.
-Eu trato as pessoas da maneira que elas merecem.
-Achava que estávamos aqui para nos desculparmos.
-Não te devo nada. Nem desculpas.
-E se eu lhe pedisse desculpas?
-Não sou muito do tipo que perdoa. - Após dizer isso, largo o microfone e saio do auditório. Sento encostada em um dos armários com as pernas dobradas.
Eu até entendo Daniel. Mas como Johnny foi suficientemente estúpido pra entrar nessa? Ele conhece minha mãe. E conhece bem o meu relacionamento com ela.
-Ei - Meu loirinho favorito senta ao meu lado. - Tudo bem?
-Uhum - Suspiro.
-Desculpe. Eu não quis...
-Tudo bem - Dou um beijo em sua bochecha. - Mas nunca mais faça algo assim.
-Pode deixar.
-E aí, loirinha! - Johnny aparece, sorrindo.
Mas eu permaneço séria.
-Jonathan Fink Wolf - Cerro os dentes. - Como assim você concordou com essa história?
-Você não gostou? - Ele levanta uma sobrancelha, confuso. Balanço a cabeça. Ele encara Daniel. - Eu lhe disse. - Seu tom de voz não expressa superioridade, ou desaprovação. Parece apenas chateado. - Eu lhe disse que ela ia se machucar. Mas você disse que ela queria fazer as pazes com a mãe dela. E que Lolla era forte.
-Eu nunca disse que queria fazer as pazes com aquela vaca. - Me defendo. - E o que 'eu ser forte' tem a ver com a história? - Fito Daniel. - Dani, o que está havendo?
-Johnny... - Ele aumenta o tom de voz, como se o mandasse calar a boca.
-Mentiu pra mim? - Ele levanta uma sobrancelha. - Dani, Lolla merece saber o que houve. E estou bem curioso pra saber também.
Se qualquer pessoa dissesse isso, pareceria que estava tentando ferrar Dani, ou sei lá. Mas não Johnny. Ele odeia qualquer coisa que não seja a pura e mais transparente verdade. Principalmente se ela doer.
-Então... - Começo. - Você - Aponto para Johnny. - Falou para ele - Aponto para Daniel. - Não fazer algo. Mas ele fez. - Concluo. Johnny assente. - 'Lolla é forte'. Você SABIA que não ia dar certo! Sabia que eu não ia perdoá-la!
-Não, Lolla - Dani me corrige. - Eu achei que pudesse dar certo.
E é aí que eu entendo.
-Claro - Uma luz se acende em minha mente. - Só queria mostrar pra Johnny que ele estava errado. Não se importava com o que aconteceria entre mim e minha mãe porque sabia que eu ia superar. - Mordo o lábio. - É tudo um jogo pra você. Apenas queria esfregar a vitória na cara de Johnny, o garoto que queria te ajudar! - Explodo.
-'Me ajudar'? - Ele repete. - Jonathan quer nos destruir! Ele quer passar o pé em mim! Por que você não vê?
-Então me diga, Daniel. Diga que algo do que eu disse é mentira.
-É mentira! Você entendeu mal! - Ele suplica. Mas seus olhos estão piscando demais e suas narinas estão abertas.
-Está mentindo - Concluo, surpresa. - Não acredito que mentiu pra mim.
-Falou a garota que fica de segredinho com o namorado da melhor amiga e que confia mais em um garoto que não conversa direito à quatro anos do que no namorado! - Ele berra.
Eu estou prestes a dizer que Zack não era exatamente o namorado de Ash naquele tempo. Mas decido que não iria fazer diferença.
-Acha que é tudo sobre você, não é? Tudo é sempre sobre você! Fez tudo isso apenas pensando em si mesmo!
-E desde quando você tem moral pra falar sobre 'se importar com os outros'? - Ele levanta uma sobrancelha.
Aquilo me acerta mais do que qualquer facada.
-Você... você era uma das únicas pessoas no mundo que nunca me havia me chamado de egoísta - Me recomponho e saio andando, sem mais explicações.
Até que vejo uma cabeleira loira na porta. Lucy está ali. Talvez à 5 segundos ou a conversa toda, eu não sei dizer. Ela não parece entender o que está acontecendo, mas vem até mim e me abraça. Ficamos em silêncio por um momento. Não há nada a ser dito.
Até que ouvimos algo meio perturbador.
-Não, cara, de boa, eu não estava tentando... - É a voz de Johnny. - Abaixa esse punho. Sério.
E aí um estrondo. Eu apostaria qualquer coisa que era um soco.
Eu e Lucy saímos correndo de volta para onde deixamos Johnny e Dani.
Johnny estava pondo a mão no rosto com uma cara perturbada. Provavelmente fora ali que Daniel acertara.
Mas eu conheço Johnny muito bem. Ele odeia brigar, mas se for necessário a coisa seria feia. Muito feia.
E Daniel também não é de desistir no primeiro soco.
-Daniel, eu não fiz nada. Sejamos racionais, podemos apenas conversar e... - Johnny tenta acalmar Dani.
-Acho que não - Ele mira outro murro em Johnny, mas dessa vez este está preparado. Ele segura o braço de Dani, impedindo-o de acertá-lo.
A coisa depois fica bem confusa. É um amontoado de socos, pontapés e xingamentos. Johnny para de tentar acalmar Daniel depois de um tempo.
-VOCÊ É UM IDIOTA! - Dani berra.
-Não - Johnny corrige. Ele consegue manter o tom surpreendentemente calmo, considerando a situação. - Você quebrou o coração dela. Enquanto devia estar pedindo desculpas, está pondo a culpa em mim por sua estupidez.
O filho de Apollo mira outro murro em Johnny.
-...Você. - Ele segura o braço de Dani. - É. - E o torce. - Um idiota. - E logo em seguida dá uma joelhada nas partes íntimas de Daniel.
Cubro os olhos de Lucy com minhas mãos quando a coisa vai ficando mais feia.
Quando Daniel finalmente acerta o murro, Johnny praticamente voa pra cima de um armário. Ele parece mancar um pouco, mas devia estar seriamente feliz por não ter tido um derrame, ou sei lá. Depois Dani ainda chuta as costelas do quase sangrando garoto. Eu não consigo nem abrir a boca. É uma cena, hm, chocante, digamos apenas.
Mas no momento em que Dani tira o cinto e começa a ameaçar Johnny com ele, acho que está na hora de interfirir.
-EI, VOCÊS DOIS! - Berro, me pondo no meio. - QUE DROGA É ESSA? PERDERAM A NOÇÃO?
-Ele me atacou - Johnny se defende.
-Não importa realmente - Retruco. Encaro Daniel. - Quem é você? Nem te reconheço mais.
-Estava com raiva - Ele bufa.
-Só tem uma pessoa aqui de quem devia estar com raiva. E essa pessoa é você mesmo. - Finalizo. - Vamos, Lucy. Eu quero ir embora.
Ela apenas assente com a cabeça, aperta minha mão e me leva pra fora do prédio. Subimos em Thunder.
-E como você e Dani ficam agora? - Ela me encara, os olhos apagados.
-Não sei, Lucy. Acho que ele precisa de um tempo pra sentar no canto e pensar sobre o que fez. - Decido.
-Mas vocês vão ficar bem, né?
-Assim espero, sweetheart. - Suspiro e o pégaso alça voo.
Não falamos durante toda a viagem. Lucy entende que eu quero um tempo sozinha.
-Olha - Ela aponta para algo atrás de nós.
Daniel está voando em seu pégaso logo atrás de nós e berrando algo. Mas eu não conseguiria ouvir nem que quisesse.
E não quero.
Apenas dou um torrão de açúcar ao cavalo e ele começa a ir mais rápido.
Eu prefiro mil vezes voar sem nada me segurando, mas Thunder geralmente é mais conveniente.
Apesar de todo o esforço, acabo na mesma sala que Daniel: A sala de Quíron.
-Bom dia, garotos - Ele se senta. Fazemos o mesmo. - Sabem que dia é hoje?
-Dezoito de Junho? - Levanto uma sobrancelha.
-Também - Ele concorda. - Daniel, o que tem no dia dezoito de Junho?
Dani parece estar se segurando pra não falar.
-Tá, que seja - Quíron revira os olhos. - Hoje é o aniversário de Bethany Houston. E alguns campistas querem fazer uma festa pra ela.
-E o que temos a ver com isso? - Cerro os dentes.
-Eu iria pedir que cantassem na festa dela hoje à noite.
-Nem pensar. - Cruzo os braços, impassível.
-Daniel? - O centauro encara o garoto. - Está me devendo. Sabe disso.
O rosto de Dani fica pálido de repente.
-Dani? - Suplico. - Você não vai, né?
Isso parece o ter trazido de volta ao mundo real.
-Não - Ele decide, mordendo o lábio. - É... é claro que não.
-Assunto encerrado - Encaro Quíron. - Mais alguma coisa?
-Podem ir - Ele declara.
Ash está com Zack, e eu não estou a fim de falar com Daniel. Então resolvo passar o dia com Lucy.
Estamos no chalé 1. Eu tento ensiná-la a tocar violão, mas não parece estar dando certo.
-Desista, Lolla - Ela dá de ombros. - Johnny já tentou muitas vezes. E se nem JOHNNY conseguiu, bem... Sem ofensas.
-Não ofendeu - Esboço um sorriso. - Johnny é...
Antes que eu pudesse completar com um adjetivo, começamos a ouvir um barulho. Não é um barulho estranho, mas nunca é ouvido no acampamento.
Um celular tocando.
-É seu? - Lucy levanta uma sobrancelha.
Fico vermelha.
-Talvez - Mas entro no chalé para atender. Quando vejo o número na bina, bufo. É Johnny. Atendo mesmo assim. - Oi, moleque.
-Bom dia - Ele responde. - Como está?
-Como EU estou? Como VOCÊ está?
-Digamos que seu namorado sabe socar alguém. - Ele decide.
-Bem, eu brava com ele, mas acho que vai ficar tudo bem.
-Que bom! - Ele se anima. - Essa culpa está me matando.
-Você não tem culpa de nada, Johnny.
-Que bom, então. Vou dormir mais feliz. Tenho de ir. Tchau, loira.
-Tchau, moleque. - E desligo.
-Entããããão... - Lucy começa. - Meu primo te liga muito?
-Na verdade, é a primeira vez. - Dou de ombros. - Você não viu nada, beleza? Isso morre aqui.
-Pode deixar - Ela concorda.
Por alguma razão, não consigo dormir naquela noite. Talvez por causa de Dani, ou sei lá. E minha garganta está seca. Muito seca.
Resolvo ir até o refeitório pegar um copo d’água. Não sou muito de beber água, e geralmente arrumo um estoque de refri no mercado negro do Chalé 11. Mas por alguma razão, resolvo dar um passeio.
Há uma grande agitação no refeitório. Oh, eu esqueci completamente da festa da vaca Bethany!
Ponho em minha cabeça que posso entrar rapidamente, pegar um copo d'água de forma discreta e cair fora. É, parece um bom plano.
Estão tocando música ao vivo. A voz me é conhecida, mas quando o cantor acerta a nota final, sinto minha comida da janta voltar. Só há uma pessoa no acampamento - com exceção de mim - cuja voz chegaria naquele agudo.
-Então, hm, vamos dar parabéns à nossa aniversariante! - Ele berra e começa a cantar alguma melodia cuja eu não reconheço.
Deixo o copo cair no chão ao ver aquele sorriso. Mas eu meio que eletrocuto o copo e o faço virar cinzas antes que chegue ao chão.
E então todos se viram para ver a reação da garota mentalmente desorientada ao pegar seu namorado na festa de aniversário da ex. Bem, ela não é exatamente uma 'ex'. Que eu saiba.
Porque atualmente a palavra de Daniel Knowles não está valendo muito.
Posso ver Bethany dar um sorriso maldoso e formar com os lábios "Melhor presente de aniversário EVER!".
Decido não dar a ela o gostinho de uma guerra. Então apenas mordo o lábio e saio dali.
-Lolla, espera... - Dani pede, ainda com o microfone. Porém ele sabe que era inútil. Então apenas me segue.
Mas eu não quero falar com ele. Eu não tenho condições, na verdade. Então toda vez que ele se aproxima eu lanço um campo de força de energia nele e o faço parar. Faço isso umas 7 vezes.
-Espere, precisamos conversar! - Ele pede.
Aquilo me surpreende. Paro de fazer campos de força.
-Jura? Descobriu isso sozinho? Ou a sua amiguinha te contou? - Levanto uma sobrancelha.
-Sério, Lolla. Eu não queria estar lá, mas fui obrigado e... - Ele começa.
-Você mentiu pra mim! - Disparo. - E eu passei algum tempo hoje pensando em motivos que compensassem suas mentiras, mas adivinha? Não achei nenhum!
-Lolla, Quíron me fez ir. Eu estava devendo a ele e...
-Não sei se percebeu - Encaro-o. - Mas eu realmente não me importo.
-Por favor, apenas deixe-me...
-Quem é você? - Mordo o lábio.
-Sou seu namorado, Lolla. O Dani. O mesmo Dani de sempre!
-É mesmo? E o Dani de sempre se mete em brigas? O Dani de sempre se importa mais com si mesmo do que com o meu estado emocional? O Dani de sempre mente pra mim e sai escondidinho à noite? - Bufo. - Então acho que não conheço o Dani de sempre tão bem quanto pensei.
-Eu não quis...
-Me mostrou um outro lado seu hoje, Daniel. - Corto-o. - E é um lado do qual não gosto.
Saio correndo depois daquilo. Não para o chalé 1. Vou exatamente 6 chalés depois.
Bato na porta do chalé de Apollo umas 20 vezes, quase me esquecendo do quão preguiçoso é o chalé 7.
Por fim, uma garota com o cabelo despenteado e uma cara de sono me atende.
-Que é? - Ela diz, irritada.
-Chama a Ash pra mim? - Suplico.
-Ela está dormindo.
-Eu sei disso. Devíamos todos estar. - Bufo. - Apenas chame-a.
Relutante, a garota o faz.
A minha morena mais preguiçosa do mundo aparece algum tempo depois, vestindo seu tradicional pijama de pinguim e pantufas.
-O que ele fez? - É a primeira coisa que ela diz.
A pergunta me faz recuar um pouco.
-Como você...?
-Bem, ele sumiu. O pijama dele está aqui. Você está de pijama, o que mostra que vocês não estavam em um daqueles encontros noturnos secretos.
O que é ridículo, claro. Não temos encontros noturnos secretos.
-...Então Daniel Knowles se meteu em alguma encrenca bem feia. - Ela dá de ombros.
-É - Suspiro. - Está certa.
-O que houve aí? Por que está acordada, Ashley? - Matt grita de dentro do chalé.
-VAI DORMIR, CAVICC! - Ela berra de volta, irritada.
-Podemos ir pro chalé 1? - Peço. - É bem mais quieto. E eu não estou realmente a fim de ficar encarando as coisas de Dani.
-Mas o seu chalé tem mais coisas de Daniel do que esse aqui! - Ela argumenta. Encaro-a. - Tá bom. Vamos.
De má vontade, ela vai para o chalé de Zeus comigo, tomando MUITO cuidado para Nick não acordar. A última coisa que eu quero nesse momento é meu irmão metendo o bedelho nas minhas coisas.
Sentamos em uma das camas e eu desembucho. Conto tudo. Desde São Francisco e a briga com Johnny, até a festa de Bethany. Ash ouve com atenção. Por fim, apenas me abraça e diz:
-Sinto muito.
-Tudo bem. Eu... eu estou bem. - Dou um sorriso fraco.
O dia seguinte é estupidamente tenso. Eu não vejo Daniel a manhã inteira.
Mas ele compensa isso quando sube em uma mesa no almoço e começa a cantar.
-Isn't she lovely? Isn't she wonderful? Isn't she precious? Less than a minute old. I never thought throught love would be, making one as lovely as she. Isn't she lovely, made of love?
Quando ele termina, as pessoas não sabem se aplaudem, cantam junto, ou simplesmente me encaram para ver minha reação.
Adivinha qual opção elas escolhem?
Tento fazer uma expressão indiferente, considerando todos os olhares em mim.
Lembro que Stevie Wonder fez essa música para a filha recém nascida dele.
Mas duvido que Dani saiba disso.
Apenas levanto e vou até a mesa do chalé 7. Não pra falar com Dani, obviamente.
Encaro Ashley.
-Ash, preciso de você.
-Que música? - Ela se anima.
-Aquela.
-Aquela... Oh, você quer dizer aquela?
-Isso mesmo.
-Esperei tanto tempo por isso! - Ela sorri, levantando.
Me parece um comentário meio insensível da parte dela. Mas não acho que tenha sido proposital.
Ash sobe na mesa e começa a cantar.
-I wake up every evening - Ela me encara, me fazendo subir também.
-With a big smile on my face, and it never seems out of place - Continuo.
-When you see my face, hope it gives you hell, hope it gives you hell! - Nos juntamos.
-True be told I miss you - Sorrio. - And true be told I'M LYIIING!
-When you see my face, hope it gives you hell, hope it gives you hell! When you walk my way, hope it gives you hell, hope it gives you hell! If you find a man that worth a damn and treats you well... Then he is a fool, you are just as well, hope it gives you hell! - Voltamos a cantar juntas.
Chego na melhor parte da música. Faço questão de encarar Daniel profundamente.
-Now you'll never see what you done to me. You can take back your memories, they're not good to me! And here's all your lies, you can look me in the eyes with the sad, sad look that you wear so well! - Berro.
Nos aproximamos do fim. Desço da mesa.
-When you hear this song I hope that it will give you hell. - Me aproximo de Daniel. - If you sing along I hope that it would suit you well.
Recado dado, saio dali. É uma atitude meio idiota da minha parte, mas não ligo.
Estou passeando um pouco quando vejo uma figura conhecida na grama cercada por duas filhas de Afrodite.
E sim, a figura é Zack.
Ignoro isso, de qualquer forma. Na hora do jantar, Dani ataca de novo. Dessa vez, com It Will Rain. Respondo com Mr. Know It All.
Estou conversando com a Ash quando começamos a falar de Zack. Me sinto culpada por não dizer nada. Então, digo. Ela apenas me encara e diz:
-Tá.
-Você... não vai tirar satisfação, bater nelas, ou sei lá? - Levanto uma sobrancelha.
-Não preciso. Ele sabe o que faz.
-'Ele sabe o que faz'? - Encaro-a. - Não, você precisa ir falar com ele, pelo menos!
Ashley apenas bufa, irritada, e explode:
-Lolla. Só porque o seu namoro não vai bem, você não precisa acabar com o meu. - Ela se levanta. - Eu te apoio em tudo. Principalmente em relação ao Dani. Posso ao menos esperar um pouco de volta? - Ela esbraveja. Não respondo. - Não ouse mais bater na porta do meu chalé por causa dos probleminhas da princesinha perfeita.
Após dizer isso, sai andando. Eu tenho um respostão preparado, mas seguro minha língua.
Estou voltando para o meu chalé quando elas chegam. Uma dúzia de garotas cujos nomes eu não faço ideia. Mas pelo menos dois terços delas são GHs, com certeza.
-Como você ousou? - Uma delas berra.
-Perdão? - Levanto uma sobrancelha.
-Você quebrou o coração dele! Como pôde? - Outra se pronuncia.
-EU quebrei o coração DELE? - Bufo. - Então é essa a história que ele anda contando por aí?
-Ele não disse nada! - Uma terceira corrige. - NÓS vimos!
Por que todas as frases delas são exclamativas no fim? Coisa de garotas frufru?
-Amiga, então, na verdade, foi ele que... - Tento corrigir.
-Não queremos saber! Estamos fartas de você! Você não merece o Dani!
Aquilo já está ficando até divertido.
-Oh, é mesmo? E quem o sr. Perfeito merece? - Levanto uma sobrancelha. - Bethany Houston? - Elas assentem. - Querem saber? Vocês estão totalmente certas. Aqueles dois se merecem, mesmo. - Bufo e saio andando.
Mas é aí que percebo. Não são apenas as GHs que falam de mim. Todo mundo que eu passo perto desvia o olhar ou começa a cochichar.
Porque, de repente, eu me tornara 'a namorada do Daniel Knowles'. E agora eu sou 'a garota que quebrou o coração do Daniel Knowles'.
E eu sempre serei. Porque não importa o quanto eu tente, nunca cativará as pessoas. Nunca. Elas amam Daniel.
E aparentemente é bem fácil me odiar. Não acho que as pessoas me odeiam apenas por causa de Dani. Qualquer coisa que eu digo, penso, faço, ou penso em fazer é vista como um ato de profunda arrogância.
Mas fazer Dani 'correr atrás de mim' foi a faísca de ódio que acendi no coração dos campistas.
Eu poderia até tentar explicar para alguns. Mas afinal, eu não devo uma explicação.
Tudo piora quando chego em meu chalé. Há uma folha sulfite grudada na porta com um escrito em letras vermelhas: "Manipuladora".
Aquilo é bem pior do que 'vaca' ou 'perdedora'. Porque, de certa forma, não é uma total mentira. Não é isso que eu faço? Eu manipulei Dani para me ajudar por um bom tempo. Manipulei Zack. Ashley. Nick. Harmony. Até mesmo os deuses, se formos pensar.
Aquela palavra não está ali por coincidência. Foi feita por alguém que sabe me atingir.
Bethany Houston.
E é então que percebo o tamanho da conspiração contra mim.
Enfio a cara nas mãos e berro com todas as minhas forças, de olhos fechados. Aquilo tudo é demais até mesmo pra mim.
Alguém me abraça. O cheiro de castanha invade meu nariz e eu não preciso nem abrir os olhos para saber quem é.
-Zackary Hudson. Me solta. Agora. - Ordeno, irritada.
-Ei, tente sentir-se pelo menos um pouco agradecida! - Ele censura, mas mesmo assim me solta. - Faz ideia do que Ashley faria caso descobrisse que eu estou aqui?
-Então por que está aqui? - Bufo.
-Para dizer que você não tem motivos para estar assim. Não fez nada de errado, princesa. - Ele dá de ombros.
-Ótimo. Onde quer chegar?
-Acredito na sua história e não estou me voltando contra você. - Ele declara. - Mas minha namorada está. Então não vou poder tomar partido publicamente. Mas se pudesse, tomaria.
-E...?
-Achei que isso ia ajudar.
-Não ajuda - Bufo. - Mas valeu.
Ele está se virando para ir embora, mas eu não vou conseguir dormir se não fizer uma pergunta:
-Ei! Espere! - Peço. - Por que está fazendo isso?
-Fazendo o quê? - Ele me encara.
-Vindo aqui. Sendo legal. Fugindo. Por que está me ajudando? - Levanto uma sobrancelha.
-Estou apenas retribuindo o que já fez por mim - Ele sorri.
-Mesmo? Porque só consigo me lembrar das partes onde berrei com você e te ignorei. - Mordo o lábio.
-Está falando sério? - Ele parece estar se divertindo. - Me ajudou na missão. Não me socou. Me ensinou coisas. Me ajudou com Ashley. E me salvou em Smooth Criminal. - Ele me lembra. - Apenas retribuindo. - Repete e sai andando.
Sento na varanda do chalé. Eu ajudei Zack? Bem, tudo o que eu lhe ensinei foi para que ele não matasse a mim e aos outros, e não porque me importo com ele. Ajudei-o com Ashley por causa dela, e não dele.
Ok. Mentira. Eu não queria Ashley com ele. Então por que ajudei?
Eu sei a resposta, apenas não quero admitir.
-Fiz isso pra ele parar de me encher. - Bufo.
E em Smooth Criminal? Eu não iria conseguir me aguentar de culpa se o largasse lá. E o que seria da minha reputação?
Oh, deuses. Eu sou uma pessoa horrível! Sou uma manipuladora! Faço isso há tanto tempo que estou fazendo com Zack sem nem perceber! Estou manipulando a única pessoa que está do meu lado!
Entro no chalé e afundo em minha cama, sem motivos aparentes para levantar. Dani me entenderia. Claro que sim.
Ameaço levantar da cama antes de lembrar que eu não posso falar disso com Daniel.
Não, eu preciso de alguém diferente. Alguém que não está envolvido na história. Alguém com um senso de humor irritantemente ácido. Alguém que diga a verdade nua e crua, e não o que eu quero ouvir. Alguém que me entenda sem que eu fale.
E é por isso que me vejo batendo na porta do Chalé 3.
O sorriso torto de James Adams ao abrir a porta me faz sentir ainda pior. Eu nem dou 'oi' direito pro garoto, mas sempre que me ferro apareço em sua porta.
-Boa tarde, arrasa-corações. - Ele faz uma careta.
-Nem me fale disso - Bufo, já sentando na varanda relativamente grande do chalé de Poseidon. Quer dizer, ela é grande comparada às outras. Se comparada a do chalé 1, se torna minúscula.
-Achei que queria falar. Por que mais estaria aqui? - Ele levanta uma sobrancelha.
Argh. Havia me esquecido do quão sagaz aquele garoto é.
-Está certo - Bufo.
-Talvez não seja uma boa hora para falar da primeira edição do novíssimo Jornal do Camp. - James comenta.
-O novo o quê?
-Veja - Ele entra no chalé e me traz um pedaço de papel reciclado amassado.
Relutante, pego a folha. Abafo outro grito ao ver a manchete da primeira página:
-"A mulher de lata ataca novamente! Apostem aqui quando Dorothy virá dar um coração a essa garota"?! - Leio, irritada.
-Pois é! Acredita que usaram 'O Mágico de Oz' para te insultar? - Ele solta um risinho.
-Por que eu não ganhei um jornal?
-Deram no treino de espada e escudo. Onde, por acaso, sua ausência foi sentida.
Não respondo.
-...Olha isso! Essa foto aqui embaixo não te favorece nem um pouco. - Ele ri.
Ele tem razão. A foto embaixo da manchete mostra eu com o cabelo photoshopmente bagunçado e estranho. Oh, sim. E minha pele está prata. Ô coisa linda.
Solto um gemido, que praticamente resume tudo o que eu sinto nesse momento.
-Todo mundo me odeia - Declaro o óbvio.
-Ah, cala a boca - Ele bufa. - Você sabe que Daniel pouco tem a ver com isso, certo?
-Eles já me odiavam tanto assim antes?
-Posso contar nos dedos das mãos os campistas que não tem nenhum ressentimento com você.
-Ótimo - Bufo.
-Está com raiva dos campistas? - Me parece uma pergunta idiota na hora, mas pensando bem não é tanto assim.
-Não - Decido, finalmente. - Estou com raiva de Daniel. É tudo tão injusto! Mesmo estando errado, ele SEMPRE está certo. - Suspiro. - Nada do que eu faça nunca vai mudar o fato de que Dani sempre vai conseguir as coisas do jeito fácil e eu vou me ferrar.
-Não é bem assim.
-Não? - Levanto uma sobrancelha. - Ele me magoou, quebrou meu coração e tacou os pedaços nos meus olhos. Mas o nome de quem está escrito na manchete de 'sem coração'? O da idiota aqui! - Explodo.
-Bem, suas escolhas de músicas para Dani não estão muito boas...
-O que está insinuando? - Encaro-o.
-Gives You Hell, Take a Bow... Está tentando fazer Daniel parecer um canalha. Mas ninguém vai entrar nessa porque, como você disse, as pessoas sempre estarão do lado de que Daniel Knowles é um ser santo, lindo e iluminado e você é uma vaca.
De tudo o que eu fiz naquele dia, conversar com James talvez tenha sido a melhor. Ele não perde nem meio milésimo medindo palavras. Apenas fala as coisas de forma direta e objetiva. Sem enrolar linguiça, e sem eufemismos. Como eu disse antes: Fala a verdade nua e crua.
-E o que sugere? - Me interesso.
-Você não tem de mostrar que Dani está errado - Ele dá um sorriso maroto. - Tem de mostrar que você está certa.
-Não saquei a diferença.
-Sabe por que as pessoas acham que você não tem coração? - Ele me encara. - Porque, bem, além de 'amar Dani profundamente', você nunca demonstrou nenhum lado vulnerável ou sentimental. Essa sua carranca e seu orgulho te fazem parecer uma pessoa racional demais e sem sentimentos.
Ai.
-Não vou sair cantando Dear John de vestido rosa e não vou começar a chorar no meio da música! - Esbravejo.
-Achei que estava querendo consertar a história.
-Não sou e nem vou ser uma coitadinha! Não vou me expor para aquelas pessoas. Não quero que elas fiquem sentindo pena de mim. Na verdade, não quero que ninguém fique sentindo pena de mim! - Finalizo.
-É mesmo? - Ele levanta uma sobrancelha. - Não é o que parece. - Ele pigarreia. - 'Ai, James, todo mundo me odeia!', 'Ai, James, o Dani consegue tudo tão facinho! Que injustiça!', 'Ai, James, eu não quero por um vestido cor de rosa, pobre eu!' - James fala com voz de falsete.
-Ai, James, cala a boca. - Começo a rir. - Desculpe. Estou sendo uma idiota, eu sei. Mas é meio difícil raciocinar quando você está sendo perseguida dia e noite por pessoas que dariam de tudo pra te ver pirar. E principalmente porque pirar é tudo o que quero fazer agora.
-Lolla - Ele bufa. - Metade desse acampamento queria ser você.
-E a outra metade?
-A outra metade queria namorar você. - Ele dá de ombros.
-Aham, tá bom - Eu rio. - E em qual você se encaixa, Sr. Adams?
-Na segunda, claro. Sou apaixonadão por você desde que tínhamos 6 anos.
-Nem me conhecia quando tínhamos 6 anos.
-Pois é, menti sobre essa parte. Quem lhe garante que não menti sobre a outra também? - Ele levanta uma sobrancelha.
Demoro um tempinho para absorver aquilo. Por fim, apenas ignoro.
-Então você quer dizer que todas essas pessoas sentem inveja de mim?
-Exato.
-E por que elas teriam inveja de uma garota tonta obcecada por poder e odiada por todos?
-Bem, você é popular, tem uma voz incrível, é inteligente level Chalé 6, pode explodir todos nós com um dedo e é bonita.
-Bethany é mais bonita do que eu. - É só o que digo.
-Eu não acho - Ele dá de ombros.
O comentário me deixa desconfortável.
-E qual é o ponto?
-Esse é o ponto. As pessoas amam Daniel. Mas você tem algo muito mais poderoso: Os campistas respeitam você, Lolla.
-Então por que elas me odeiam?
-Tenho certeza de que Bethany as convenceu. Além do mais, as pessoas odeiam o que elas invejam. Use a si mesma como exemplo. Odiava Bethany porque ela tinha Dani. Odeia Dani porque ele tem o poder de colocar as pessoas do lado dele.
-Quem me garante que não está mentindo sobre isso também?
-Você que sabe.
-Humpf. - Bufo.
-Tá bom, acabou a brincadeira - Ele me encara. - Quer mesmo que eu acredite que Lolla Aryan está preocupada com o fato de um monte de oxigenadas sem cérebro odiarem ela?
-O que quer dizer?
-Está usando essa história de 'todo mundo contra você' para despistar de seus pensamentos a coisa que está realmente te perturbando. - É uma afirmação.
Eu podia negar, mas que diferença faria?
-Temos de falar sobre isso? - Suplico.
-Temos - Ele decide.
-Quanto sabe sobre a história?
-O suficiente.
-E o que mais quer saber?
-Lolla, você acaba de ter uma briga feia com o amor da sua vida. Tem de desabafar com alguém!
-Olha, eu ainda estou tentando...
-Afinal, o que você quer?
-Como assim 'o que eu quero'?
-Quer esquecê-lo ou voltar com ele como se nada tivesse acontecido?
-Acho que a última opção não é possível.
-E a primeira é?
-Esse é o problema. - Suspiro.
Quase que imediatamente penso em Susan. Na forma como ela ficou quando falei de Apollo. A senhora nunca de fato o esqueceu.
E se eu nunca conseguir também?
-No que está pensando? - Ele pergunta.
-É uma pergunta meio idiota.
-Talvez sim - Ele dá de ombros. - Não importa o que decida fazer, tenho certeza de que vai dar certo.
-Espero que sim. Afinal, 'eu sou forte'. - Bufo.
James me encara, confuso. Lembro que isso é uma piada interna apenas minha.
-Mas a verdade é que essa coisa de conspiração aparente está me dando vontade de explodir o tempo todo e... - Paro.
-O que foi?
-É isso! - Berro. - Não tenho de ser uma coitadinha, porque não sou. Eu tenho que tentar achar as pessoas que não estão contra mim e... Conspiracy! É isso! Obrigada, James! - Dou um abraço de urso nele.
Ele parece ainda mais confuso. Não o culpo por isso.
-Que... Que bom que ajudei! De nada!
Sopro um beijo e saio correndo, animada.
Os campistas estão bem na hora do lanche quando cheguo. Perfo. Subo em uma das mesas. Todo mundo me encara, em partes porque é sempre Dani que começa os momentos cantoria. Mas não hoje.
-Please speak softly, or they will hear us. And they'll find out why we don't trust them. - Começo. - Speak up, dear, 'cause I cannot hear you! I need to know why we don't trust them. - Suspiro. - Ooooh, explain to me this conspiracy against me! And tell me how I've lost my poweeer... - Berro. - Where can I turn? Cause I need something more. Surrounded by uncertainty I feel so unsure. Tell me why I feel so alone cause I need to know to whom do I owe. - Mordo o lábio. - Explain to me this conspiracy againt mee! And tell me hoow I've lost my poweer! I've lost my power... - Finalizo.
Nenhuma reação dos campistas. O que eu esperava? Aplausos? Tomates?
-Obrigada pela consideração de vocês - Dou um sorriso amarelo e desço da mesa.
Percebo como esse tipo de frase sai fácil de minha boca. Eu com certeza não ajudo as pessoas a me amarem com essas frases.
Estou saindo do refeitório quando o vejo. Lindo como sempre em sua camiseta laranja do acampamento. Eu pessoalmente nunca uso essa camiseta, mas ele costuma estar com uma 97% dos dias.
Daniel Knowles está me encarando, sua testa franzida. Ele parece estar puramente me estudando. Esse é um dos momentos onde eu acho que aqueles olhos azuis podem ver até a minha alma.
Levanto uma sobrancelha e ele desvia o olhar.
Por um momento penso em ir falar com ele. Mas mesmo que fosse, o que eu diria? Oi. Não, eu ainda não vou te perdoar. Estou aqui apenas porque estou mentalmente desorientada e precisava falar com você porque...
Paro o devaneio porque percebo o quanto ele é ridículo. Bem, se eu ainda consigo identificar o que é ridículo, talvez não esteja tão mal.
Talvez eu esteja ficando louca e ninguém tenha coragem para me dizer.
Lolla Aryan
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