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Mini-fic - O começo (Parte 1 de 2)

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Mensagem por Daniel Knowles Qui maio 31, 2012 10:07 pm

Minha cabeça ardia. Não conseguia suportar a pressão de todos olhando para mim... Bem. Pelo menos não negativamente.
Era o único que não havia terminado a prova na classe do 4º ano.
Tinha 9 anos. Era um garoto hiperativo e que odiava matemática
Ainda odeio mas isso não vem ao caso... Luke e Matt sentavam do outro lado da classe, conversando sobre algo que não vinha ao caso. Spencer Clark estava sentada ao meu lado, mandando indiretas e brincadeiras idiotas com o fato de não saber matemática.
Não sabia eu, na época, que havia um motivo pela qual não conseguia me concentrar. Mas quando ia por o resultado em um dos exercícios, o sinal tocou e a professora recolheu a prova.
- É nisso que dá ficar desenhando durante a aula – Ela me encarou com o olhar ameaçador e diário que estava acostumado a receber.
- É nisso que da ser uma velha caduca e sem esperanças – Resmunguei um pouco baixo, para ver se ela ouvia – Vira professora de matemática.
- Sr. Knowles. Poderia repetir o que acabou de dizer? – Ela sorriu maliciosamente
- Disse que você é uma velha caduca e sem esperanças – Repeti
Do outro lado da sala Matt começou a rir e todos olharam para ele.
- Para a diretoria – Ela urrou de raiva – Os dois! – Ela encarou Matt
A turma ia se dispersando aos poucos depois do pequeno barraco na aula
Guardei minhas coisas na mochila, e esperei Matt para irmos juntos a diretoria.
Luke, terminando de guardar os materiais chegou em mim.
- Boa sorte lá no inferno.
Desde sempre Luke tinha sido inteligente. Fora um dos primeiros a terminar a prova e um dos únicos que realmente terminou por saber as coisas.
- Valeu – Eu disse – Você já foi pra lá?
- Só pra dar um recado da professora... No momento não tinha nenhuma pessoa lá além.... Dela – Ele se referiu a diretora como se fosse uma ameba sem conhecimento das coisas... O que ela realmente era u.u
- Vamos? – Matt perguntou
- Vamos... Tchau Luke – Me despedi – Até depois.
- Até – Ele respondeu
Eu e Matt saímos da sala e descemos o grande e medonho corredor. Um extenso Hall cheio de armários de metal com pintura gasta de azul latão.
No final do corredor, virando à direita, encontramos uma porta dupla de carvalho americano. Havia uma mancha marrom escura em um dos cantos da porta (Uma mancha de café enorme que foi só mais um dos motivos para a diretora me odiar com todo o coração)
Bati na porta, e fui abrindo devagar... Matt frequentemente ia pra lá comigo. Mas a diretora só estava acostumada a ouvir meu nome (Muito obrigado professora de Matemática ).
- Daniel! Você aqui de novo! – Ela fingiu estar surpresa
Ela estava tão acostumada comigo, como eu estava acostumado com aquela sala horrenda.
O carpete marrom claro e a parede vermelho cereja eram só mais motivos para eu odiar ficar lá. Dirigi-me para um canto da sala e puxei um pufe laranja. Me sentava naquele pufe praticamente todas as vezes que ia lá.
- EI! – Matt protestou – É minha vez de sentar no pufe laranja u.u
- Mas você sentou da última vez! – O encarei
- Mas você já sentou nele mais vezes que eu, portanto eu tenho que sentar pra ficarmos quites!
- Mas tem outro pufe rosa ali! – Apontei para um dos lados da sala onde havia um pufe rosa novinho em folha e um pufe azul todo estragado e rasgado.
A diretora Sparks ria da situação... Não era todo dia que se via 2 garotos de 9 anos brigando pra decidir quem vai sentar no pufe laranja.
- PAREM COM ISSO! – Ela levantou, batendo os punhos na mesa de mogno, que também contribuía para a feiura do lugar - Decidam-se – Ela começou tentando parecer calma.
Realmente era difícil, Uma senhora de 40 anos, que mais parecia uma vareta. Com cabelo na altura da orelha, cor de miojo estragado, com olhar de assassina... Parecer calma
- Vamos ao par ou ímpar – Disse – PAR
- ÍMPAR – Ele berrou e mostrou 3 dedos
Eu havia colocado só dois. Então ele acabou por sentar no pufe laranja
- Então da próxima vez sou eu que sento – Reclamei enquanto ia buscar o pufe rosa no canto da sala.
- Por que você não pega o azul? – Matt perguntou
- Eu não... Ninguem sabe que tipo de bicho pode ter escondido ali dentro
Nós rimos.
- Então, o que fizeram dessa vez? – Sparks bebeu um gole da xícara de café que surgiu de sei-lá-aonde.
- Eu chamei a professora de velha caduca, e Matt riu.
- Ele chamou a professora de velha caduca e eu ri
Dissemos ao mesmo tempo
- Então... Um ofendeu a professora e o outro riu?
- Sim – respondemos em uníssono
- Umas 2 horas na detenção deve resolver

5 minutos depois abria a porta daquela selva que chamavam de detenção.
- Tem certeza que é seguro entrar? – Matt estava intrigado... Ele sempre se encrencava comigo, mas quem ia pra detenção era eu :X
Eu estava acostumado com o pessoal de lá, mas não falava com muitos deles.
- Oi – Susan Oxford, de 11 anos veio nos cumprimentar.
- Oi Susan \o/ - Matt respondeu como se a conhecesse à anos... Sendo que a vira pela primeira vez, eu fiquei procurando uma cadeira vazia pra sentar.
Na mesa do professor estava Martin Michael. Um estagiário de 18 anos meio desligado.
- Sentem-se – Ele disse em tom amigável pra mim e pra Matt.
Normalmente era a senhora Trhuman que cuidava da detenção, mas ela estava doente.
Matt e Susan conversavam enquanto nos sentávamos. Alguns garotos mais velhos ficavam conversando no fundo da classe e mexendo nos celulares, enquanto as garotas ficavam no canto oposto da classe conversando e dando risadinhas frequentes.
- JAAAAAAAAAANE – Susan berrou e uma garota baixinha saiu do bolo de garotas
Ela era ruiva e era manchada de sardas no rosto.
- O que é? – Ela resmungou enquanto mastigava seu chiclete
- Chegou a parada?
- Que parada? – Matt estava intrigado – Vocês contrabandeiam drogas aqui?
- Contrabandeamos... Mas drogas não... Só coca-cola – Jane concluiu
- Só coca-cola – Matt imitou-a fingindo estar mascando um chiclete - ... Gostei de você – Ele sorriu
- Enstão Suzy, chegar, chegou, mas precisamos distrair o Martin pra poder pegar as latinhas
- Deixem comigo – Disse levantando da cadeira
Minha cara revelava um entusiasmo contagiante... Ironicamente falando. O que melhor pra se livrar do tédio do que um teatro improvisado?
- Martin, Posso ir no banheiro? – Perguntei indiferentemente
- Fazer o que?
Não estava com muita paciência pra mongóis naquele dia então respondi na cara dura
- Ajudar a Alice a sair do país das maravilhas junto do Steve Wonder usando apenas uma calcinha de ursos panda
- Só isso? – Ele perguntou assustado, quase que me desafiando estampando um sorriso torto no canto da boca
- Ah, e matar alguns zumbis também – Eu sorri... Achando que tudo não passava de uma brincadeira... Pobre eu...
- Vai lá... E trás a cabeça de um dos zumbis pra mim
Martin dava raiva as vezes mas era um cara legal... Era uma pena enganar ele do jeito que estava prestes a fazer. Sai pela porta, andei até a metade do corredor e comecei o show.
Dei um chute na minha própria canela e fingi cair no chão.
- AAAAI – Choraminguei alto o suficiente
Martin foi ver o que aconteceu, dando tempo de Jane pegar a “encomenda” onde quer que estivesse.
- O que aconteceu? – Ele ajoelhou ao meu lado, com um certo tom de culpa e preocupação na voz
- Eu torci o pé – Disse com certo sofrimento na voz, massageando o tornozelo
Martin olhou para ambos os lados do corredor onde estávamos e olhou pra mim em um tom de censura
- Você não me engana Daniel
Me assustei. Raramente minhas interpretações de dor de cabeça, enjoo, tontura, e tombos eram infalíveis... Mas pelo visto Martin não era tão idiota assim.
- Mas... Mas eu... – Tentei continuar convicto na torção
Ele riu
- Não precisa fingir. Você e o Matt sabem que não são normais.
- ... Eu sei que não – Completei mas Martin me cortava
- Eu não sou normal também – Ele levantou diante de mim
- AAAH!
Berrei e tampei os olhos antes dele abaixar as calças bem na minha frente
- PÕE ESSA BIROSCA DE VOLTA! – Berrei com a visão ausente
- Pode olhar! – Ele encorajou
- SEU PEDÓFILO!
- Eu estou usando uma coisa por baixo – Ele contou
Eu, muito contra minha vontade, olhei e o que vi era muito pior do que esperava. Uma cueca de patinhos amarelos ou uma calça de mulher até estariam dentro dos padrões... Mas... Mas ele não tinha pernas! Onde deviam estar suas pernas havia uma camada de pelos grossos e marrons, que cobriam tudo.
- AAAAAAAAAH – Levantei em um susto e sai correndo de volta pra sala de detenção
Dei umas derrapadas no caminho mas consegui deixar Martin pra trás e o tranquei do lado de fora
- Gente! – Alertei – Martin é um jegue!
- Nós sabemos disso, Dani – Jane jogou uma lata de coca para mim
- Não! Não! Não esse tipo de jegue – O desespero estava nítido em minha voz – Ele é um animal! Olhem!
Me aproximei da pequena parte de vidro que havia na porta e apontei para um Martin desesperado que tentava abrir a porta com suas pernas de animal.
- Ai meu Deus! – Matt recuou assustado
- Viu?!
- O que? – Susan aparentava-se calma. Assim como todo o resto da classe.
- Só eu e o Matt estamos vendo isso? – Estendi a mão na fresta da porta, em direção ao Martin
- Não... – Jane estava com uma mão no peito, em um sinal de medo. Estava parada, encostada em uma cadeira com os olhos verdes arregalados – Eu também estou vendo
Martin arrombou a porta não sei como e a última coisa que lembrava era de um casco vindo em minha cabeça. Então desmaiei.


- Suco de pudim? – Foram as minhas primeiras palavras após o nocaute
Havia um canudo enorme que ia do canto da minha boca até um copo posicionado em uma pequena cômoda com gavetas ao meu lado. Um copo grande e cheio de um líquido que não pude distinguir. Possuia um gosto doce e apimentado ao mesmo tempo. Deixava a boca açucarada mas vibrava o corpo. Espalhava energia pelo meu corpo como se fosse um energético muito forte... Um gostinho de quero mais me assombrava, mas algo me dizia que em excesso poderia me fazer mal.
- Suco de pudim – Conclui
Uma solução besta porém racional
- Resolveu acordar hein? – Matt surgiu detrás de um pilar de madeira que sustentava...
Parei para observar o lugar pela primeira vez.
A inconsciência limitava meus pensamentos então tomei noção do espaço.
Estava deitado em uma maca confortável, que lembrava uma cama. Fronhas brancas cobriam alguns travesseiros que sustentavam minha cabeça que antes bebericava inconscientemente o suco de pudim.
O simples cômodo de madeira continha várias outras macas enfileiradas de ambos lados e haviam algumas ocupadas com adolescentes dormindo.
- Onde estamos? – Perguntei – Isso é um hospital?
- Não... É uma enfermaria na verdade – Ele disse
Só então senti um puxão em minha testa
- Ai! – Praguejei levando a mão até o foco da dor – Foi aqui que ele me chutou né? O Martin?
- Foi... Sobre ele... Ele é um sátiro
- Um sátiro?
- É, aqueles homens bode da mitologia grega, que vimos na aula de história.
- Ta, eu levei uma batida forte na cabeça – Conclui – Mas isso não significa que eu vou cair nas suas pegadinhas – Eu disse, tentando levantar, Porém a dor impedia
- Na verdade não, Tome mais um pouco de néctar...
- O suco de pudim?
- É... Chame como quiser. Tome mais um pouco e vou te mostrar o acampamento.
Antes que pudesse fazer qualquer pergunta, Matt foi-se embora e catei o copo com... Néctar?
A bebida, como anteriormente me regenerou rapidamente com poucos goles e pude sentir a dor em minha testa se dissipar.
Por um momento consegui me levantar e parti para fora do estabelecimento
- UOU! – Exclamei quando um raio de sol bem forte me atingiu – Onde estamos? Em Nashville não faz tanto sol assim...
- Bem vindo ao Acampamento! – Luke surgiu detrás de uma árvore
- Luke?!
- É uma longa história... – Ele disse – Vamos, Selene está nos esperando na frente do pavilhão.
De uma prova de matemática para um acampamento problemático...
Um adolescente maluco e diferente como eu não pode ter dias normais...Mas esse dia... Esse dia superou todos os outros.
O dia em que cheguei ao acampamento

CONTINUA...
Daniel Knowles
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