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Mini Fic - He Is The Reason For The Teardrops On My Guitar *-*

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Mensagem por Lolla Aryan Sex Abr 27, 2012 7:27 pm

-Feliz aniversário! - Apareci atrás de Daniel, sorrindo.
-Hoje não é meu aniversário. - Foi o que ele disse, apenas. Como se eu não soubesse o dia do aniversário dele. ¬¬’ ...Além do fato de ser 4 dias depois do meu. É.
-Claro que não, seu desmiolado. - Encarei-o, como fazia com frequência. - Hoje faz dois anos que eu aguento suas doideiras! - Expliquei, por mais que eu achasse totalmente desnecessário. Isso era algo que ele tinha que lembrar. Pelo menos na minha cabeça, era.
Ele parou por alguns minutos, avaliando a data e fazendo algumas contas nos dedos. Até que se virou para mim e sorriu:
-Feliz aniversário de dois anos de bestfriendzice! - E me abraçou. Eu poderia ficar abraçando-o pra sempre, mas o resto do mundo tinha outros planos.
-Ela chegou, mano. - Ashley apareceu atrás de nós, dando um tapa na cabeça de Dani. Eu o afastei rapidamente.
-Quem chegou? - Perguntei, curiosa.
-Uma nova campista. Quíron encarregou Dani de mostrar o acampamento pra ela. - Ash explicou, calmamente.
-E por que o sátiro dela não faz isso? - Perguntei, com um tom irritado e prepotente na voz. Mas não foi por querer. Afinal... Por mais egoísta que fosse, aquele era um dia MEU e de DANIEL. Era um dia NOSSO. E eu não queria ele passando aquele dia com mais ninguém u-u Principalmente com uma campista, no feminino. Nada mais a acrescentar.
-Ela... não tem um sátiro. Algo muito ruim aconteceu, e ela teve de ser escoltada de emergência. Mandaram apenas um pégaso, e o pai da semideusa entendeu o porquê. Então nesse momento ela está voando pra cá. - Ela continuou.
-E como você sabe de tanta coisa?
-Tenho meus contatos. - Ela piscou pra mim, deixando a coisa no ar. E com isso ela quis dizer: ‘Eu subornei alguém do Chalé 11 pra colocarem uma escuta e grampear a sala de Quíron.’. Por fim, ela encarou Daniel: - Quíron mandou que estivesse na porteira à pelo menos 15 minutos atrás. Se esqueceu? - Ash levantou uma sobrancelha, antes de começar a puxar Dani pra porteira.
-Não! - Protestei, sem conseguir me calar. - Íamos passar o dia juntos. Você prometeu. - Disse, irritada.
-Desculpe. - Dani começou. - Eu... já volto. Prometo. - Ele me encarou com seus olhos mais azuis que o mar. - Desculpe. - Ele repetiu, antes de se soltar de Ashley. - Você não precisa ir comigo. - Ele falou, encarando a irmã. Ela não insistiu e ele saiu andando em direção à porteira, até que saiu de meu campo de vista.
-Está bem? - Ashley me encarou.
-Estou ótima! - Berrei, fugindo de uma conversa com Ash. Fui até a beira da praia, onde um dia eu beijaria Dani, e fiquei tacando pedras no mar e vendo-as quicar algumas vezes antes de afundar. James Adams me ensinara a fazer isso uma vez. Não era como se nos odiássemos. Conseguíamos conviver um pouco, e ele costumava se importar em me fazer rir quando estava naquela situação, de odiar o mundo e querer explodir coisas. Talvez ele se sentisse culpado por me ter feito explodir metade da floresta por causa de suas provocações. Mas o fato é que sua companhia era boa, às vezes. Ele nunca pedia detalhes das coisas, ao contrário de Dani, que iria querer entender a situação detalhe por detalhe. Não culpo Daniel por isso, é o jeito dele. Assim como eu devo ser assim também. E falar com Ashley era fora de questão. Ela aproveitaria o momento para me zoar. E a última coisa que eu precisava era ser zoada. Mas James não estava lá. Ele havia saído pra viajar por 3 dias com a família. Por isso fiquei lá pelo que pareceram horas. Mas ao olhar no meu Ipod, contestei que só haviam se passado 7 minutos. Minha hiperatividade atacou e eu comecei a andar pelo acampamento, sem rumo.
Andar por aí desse jeito se revelou extremamente relaxante. Até que vi Daniel correndo em direção à arena. Fiquei curiosa e fui falar com ele.
-E aí, Dani-Encrenca? - Apareci atrás dele.
Ele me encarou com os olhos arregalados e ficou parado por alguns momentos, recuperando o fôlego por causa da corrida.
-Ela... Ela não desceu aqui, né? - Ele perguntou, com um tom preocupado. Tentei me lembrar da última vez que vira Dani preocupado. Nenhuma lembrança me ocorreu.
-Acho que n... - Eu ia dizendo, mas a visão atrás de mim me fez ficar quieta e focar em algo mais importante: - ABAIXE-SE! - Berrei para Daniel. Mas como ele sempre demorou um pouquinho pra atender à ordens, empurrei seus ombros pra baixo, caindo junto com ele. No exato momento em que um pégaso branco quase acerta nossas cabeças. - Como se diz...? - Cobrei.
-Obrigado. - Ele mordeu o lábio, sem se importar muito. Seus olhos cravavam na silhueta montada no pégaso. A garota de madeixas perfeitas louro escuras e rosto em forma de coração descia do pégaso de uma forma tão leve e graciosa que me lembrava uma fada. Eu provavelmente já teria tropeçado em algo se o mundo tivesse parado pra me ver, como acontecia com ela. Havia um sorriso estonteante em seu rosto. Ela se levantou, colocou as mãos na cintura e deu uma fungada, parecendo satisfeita com o cheiro.
Daniel não tirava os olhos dela. Dei um tapa em seu ombro.
-Para de secar a garota, Daniel! - Repreendi.
-Eu não estou... - Ele começou a retrucar, mas percebeu que era inútil. Porque era exatamente isso que ele estava fazendo e eu o conhecia muito bem.
-Tá bom. - Disse, de má vontade. - Vai logo. É seu trabalho, Romeu. - Tentava não transparecer o quanto eu queria que aquela garota levasse um coice do pégaso e fosse tacada pra longe daqui. Aí veríamos se a linda fadinha sabe voar. Afastei o pensamento ciumento e entrei no modo 'eu não dou a mínima, isso não é da minha conta ;D' (que foi exatamente o que fiz durante algum tempo. Em tese uns 8 meses, não sei ao certo.) Por mais idiota e grande que fosse a probabilidade de eu me machucar, resolvi sentar em um banquinho à alguns metros do Dani e da garota para ver o desenrolar da história.
-Olá. - Ele acenou para a novata, sorrindo. - Sou Dani...el Knowles. Serei seu guia hoje.
Ela riu. Sua risada era doce e graciosa, assim como sua voz. Exatamente o oposto da minha risada, que é rouca e alta. Mas por algum motivo que só pessoas apaixonadas entendem, Dani a adora.
-Bom saber. Sou Bethany Houston. - Ela estendeu a mão e Dani a apertou. - O cheiro do acampamento é bom. Tem cheiro de...
-Lar. - Dani completou. - Porque é exatamente o que o acampamento é. Para todos nós. - Ele sorria para ela, sem parecer se importar com o fato de que o primeiro comentário que ela fizera fora para elogiar o cheiro do lugar. Bem, gosto é gosto u-u
-Isso. - Bethany concordou e ficou o encarando por alguns minutos, antes de pegar seu pulso (bom mesmo, sua dissimulada -’-) e começar a puxá-lo. - Vem! - Ela disse, sorrindo para ele.
-Onde vamos? - Ele levantou uma sobrancelha.
-Você não ia me mostrar o acampamento? - Ela cobrou.
-Ah, claro. - Ele disse, sem jeito. Mas foi com ela andar pelo acampamento. Os encarei até não poder mais vê-los. Ignorei com todas as forças a vontade compulsiva de segui-los. 'Ele nem é seu namorado, Lolla Aryan.', lembrei a mim mesma. Por isso voltei para o chalé 1 e passei tortuosas horas olhando para o teto, imaginando o momento em que Daniel acabaria o tour e viria me ver. Mas eu esquecera um pequeno detalhe.
-...E esses são os chalés, Beth. - Era a voz de Daniel. Uma parte pequena do meu cérebro lembrava que Dani ia mostrar os chalés pra ela também. Mas a outra parte, a maior, estava indignada com o fato de ele a ter chamado de 'Beth'. - Começando pelo Chalé 1, de Zeus... Ah, oi Lolla. - Ele acenou, como se tivesse acabado de se dar conta de que eu estava ali.
Olhei para mim mesma. Estava deitada na varanda do chalé vazio, com os joelhos dobrados apontando pra cima, além de meu olhar demente encarando o teto. Levantei de sopetão.
-AH! Oi, Daniel. - Acenei de volta. - Fez uma amiga? - Levantei uma sobrancelha.
Ele abriu a boca para falar, mas Bethany respondeu por ele:
-Parece que sim, né? - Ela soltou um risinho. - Você é filha de Zeus?
-Esse seria o único motivo para eu estar deitada aqui, não acha? - Disse, num tom amigável. Dani me repreendeu com o olhar. Não que eu ligasse.
-Que sorte a sua ter a maior varanda, já que está nessa situação. - Ela passou o olhar de minha cabeça aos pés. Sua voz não sugeria amizade nem compreensão. Ela estava zombando de mim.
Dani percebeu que eu tinha um respostão lindo preparado, então teve a decência de interromper a conversa:
-Acho que você até podia ser irmã dela, Bethany! Vocês são muito parecidas.
Matei Daniel mentalmente vinte vezes naquele momento. Em que mundo éramos parecidas? Era simples: Ela era idiota e eu não. Fim de papo. Bethany ignorou o comentário, assim como eu.
-Espero que melhore de sua depressão. - Ela sorriu pra mim. 'Espero que consiga remover essa bosta de cavalo da sua cara. Ah, esquece. Não tem bosta na sua cara. Ela é assim mesmo.', pensei.
-Obrigada, querida. - Dei um sorriso mais falso que o couro das botas de cano alto dela. - Mas não se preocupe. Mesmo nessa situação, ainda tenho muita energia para explodir coisas. - Encarei-a. - Boom! - Imitei. - É Lolla Aryan, falando nisso. A melhor amiga desse cara aí do seu lado. Boa estadia no acampamento. Tenho certeza que vai adoraar aqui. - Zombei.
-Ah, certamente que sim. - Ela sorriu e se virou para Daniel. - Vamos?
-Ah...tá. - Ele concordou. - Tchau, Lolla. - Ele acenou uma última vez e saiu andando com Bethany. Deixei escapar um risinho. Daniel me mataria por aquilo. Melhor aniversário de best friends de todos --’
Algum tempo se passou antes que ele voltasse para o chalé 1 - dessa vez sem Bethany - e me encontrasse deitada exatamente na mesma posição.
-Oi, sua desmiolada. - Ele sorriu ao repetir o termo que eu usara mais cedo.
-Olá, melhor amigo desalmado e bem-acompanhado.
Ele tremeu ao ouvir 'desalmado', mas foi esperto o bastante para não questionar.
-Senta aqui com a sua amiga depressiva e conte-me absolutamente tudo. - Sorri.
Ele riu e sentou ao meu lado sem hesitar.
-Bom... Ela começou a fazer perguntas, parecendo interessada em tudo o que eu dizia. - Dani contou. Algo em seu tom de voz sugeria que ele estava literalmente me atacando com o fato de eu estar mexendo na minha unha enquanto ele falava. Soltei a unha e o encarei.
-Prossiga. - Fiz um gesto para que ele continuasse.
-Aí começamos a conversar, e...
-Isso foi antes ou depois de você ficar vermelho, suas pernas pararem de funcionar e ela rir quando te ajuda a levantar? - Interrompi, levantando uma sobrancelha. Porque, como eu disse antes, conhecia Daniel bem demais.
-Antes. - Ele concluiu. - Bem, não conversamos sobre muitas coisas úteis. Mas a companhia dela é boa independentemente do assunto. - Ele deu de ombros. Fiquei quieta. - Que foi?
-Nada, não. - Contive um risinho. Talvez risse pra não chorar. Ou pra mostrar que não me importava. Ou porque o fato de Daniel Knowles estar apaixonado por uma fadinha sem asas era tosco demais.
-Ela me disse que gostou de você. - Dani contou. - Por mais que você não se esforçasse nem um pouco para gostar dela. - Observou.
-Ela disse que eu era depressiva! - Me defendi. - Não sou depressiva, seu desmiolado-apaixonado-e-desalmado!
-Ela queria ajudar! - Ele disse.
-Ah, agora vai defendê-la? - Disse, brava.
-Ela... só não te entende como eu. Ninguém te entende como eu. - Ele sorriu. ‘O inverso é válido também, imbecil.’, pensei. Droga. Ele estava fazendo aquilo de novo.
-Não vem com essa carinha pra cima de mim não, Daniel Knowles. - Repreendi. - Pode até funcionar com a desmiolada, mas comigo não. - Zombei.
-Retiro exatamente tudo o que disse. Vocês não são parecidas. - Ele decidiu. Ele provavelmente estava tentando me ofender, mas eu encarei como um elogio.
-Obrigada. - Foi só o que eu disse.
-Vou terminar de contar, você querendo ou não. - Ele decidiu, me encarando. - Continuamos andando pelo acampamento, até finalmente chegar na Casa Grande. Ela agradeceu e perguntou de onde eu era. Aí eu respondi e ela me encarou com descrença, dizendo algo como ‘Eu não sabia que existiam garotos bonitos em Nashville.’.
-Aí veio a parte que você ficou vermelho e suas pernas pifaram. - Afirmei.
-Isso. - Ele concordou, ficando ligeiramente vermelho de novo. Tentei me manter séria ao perceber como as bochechas dele ficavam fofas coradas. - Aí ela riu, me beijou e...
Havia uma expressão muito estranha no meu rosto naquele momento. Uma mistura de raiva, descrença, ciúmes, angústia e demência que foi resumida em 4 palavras, mesmo que eu tenha falado tão rápido que pareciam bem menos:
-ELAFEZOQUÊ? - Berrei, com os olhos arregalados.
-Na bochecha, Lolla. - Ele me encarou, levantando uma sobrancelha. - Por que você se importa?
-Você é meu melhor amigo. É meu dever saber bem onde você bota sua boca. - Disse, rindo.
-Ai, Lolla. - Ele revirou os olhos, rindo. - Aí ela me abraçou e foi como se eu pudesse abraçá-la o dia todo. - Havia um olhar sonhador em seu rosto. Estremeci. Por acaso não fora isso que eu dissera hoje de manhã?
-Hm. - Foi o que consegui dizer. Não havia nada que eu quisesse mais naquele momento do que um sol, uma nota musical, ou qualquer droga laranja brilhando na cabeça da loira desmiolada. Nada. - É O AMOOOOOOOOR, QUE MEXE COM A MINHA CABEÇA E ME DEIXA ASSIIM! - Comecei a berrar.
Ele me deu um tapa de leve no ombro.
-Cala a boca, sua desmiolada. - Ele disse, rindo.
-Epa! Não me chama de Bethany Houston, não. - Zombei.
-Por que eu não consigo ficar bravo com você? - Ele me encarou, irritado.
-Porque você me ama. - Mostrei a língua.
-Não se preocupe, vou achar um jeito de me irritar com você. - Ele disse, colocando o braço no meu ombro. Não como ele faz hoje em dia. Na verdade, parecia mais que ele estava descansando o braço ‘-’
-Não canse sua cabecinha... - Adverti.
-Pode deixar. - Ele riu mais. Fazê-lo rir era algo que eu fazia sem esforço e podia ficar fazendo o dia todo. Mas ele parou subitamente e me encarou. - Eu devia ter dito que ela era bonita também, não devia? Quando ela disse sobre Nashville.
‘Não, você devia ter fugido de lá.’, pensei. Mas ainda tinha minhas obrigações de boa amiga a cumprir.
-Sei lá. - Foi o que eu disse. - Às vezes o fato de estar sob o charme de uma filha de Afrodite pode ter atrapalhado.
-Afrodite O.o? - Ele fez uma cara estranha. - Ela não foi reclamada.
-De quem mais ela poderia ser filha? - De alguma forma, eu simplesmente sabia. Era algo que de algum jeito não necessitou nenhum tempo de raciocínio, nem nada assim.
-Então acha que... ela está jogando o charme dela em mim? - Ele disse, cuidadoso.
-Sei lá. - Repeti. - Como você disse, eu nem conheço ela. - Dei de ombros.
-Bem, charmosa ou não, eu gosto dela. - Ele mordeu o lábio. - Tenho de vê-la. - Ele ia levantando, mas eu o impedi.
-Dani. - Supliquei, levantando uma sobrancelha.
-O que foi?
-Você esqueceu. - Decidi. - Esqueceu total e debilmente. Esqueceu de novo. - Eu repetia.
-Esqueci do quê? - Ele parecia confuso.
Encarei-o, sem acreditar.
-Ah, vá logo. - Mandei.
-Lolla... - Ele começou, parecendo arrependido.
-VAI. - Aumentei o tom de voz. Ele hesitou, mas foi. Maravilha. Quando ele saiu do meu campo de vista, sussurrei: - Quando eu mando ir é pra você ficar, animal. - Revirei os olhos. Maravilha. Sentada alone de novo. - Cansei de ficar sozinha. - Concluí. Droga, estava falando sozinha ‘-’ Passei o resto do dia com Ashley, sem mencionar Bethany. Porque, na real, eu não devia estar daquele jeito. ‘Ele nem é seu namorado, Lolla.’, repeti pra mim mesma de novo.
Dois dias se passaram. Daniel passava metade do tempo que costumava passar comigo conversando com Bethany. E a outra metade ele passava falando dela pra mim ;D Por algum motivo de depressão momentânea, eu só ouvia. Até a fogueira daquela noite.
-Lolla. - Dani me encarava. - Lollaaa? - Ele aumentou o tom de voz. - LOLLA ALISON ARYAN. - Ele praticamente berrou.
Isso fez com que eu tentasse prestar um pouco de atenção no que ele dizia.
-Presente. - Disse, como se nada tivesse acontecido.
-Não sou idiota, Lolla. - Ele me encarou, ligeiramente irritado.
-Não? - Zombei. Era o máximo que eu podia fazer, dadas as lindas circunstâncias.
-Eu sei que tem algo errado com você. - Ele decidiu. - Só não entendo por que.
-Não? - Repeti. - Bom, como a sua namorada disse, eu sou depressiva, então deve ser só o jeito das pessoas ‘nessa situação’. - Retruquei.
-Isso não é tudo, é, Lolla? - Ele disse, desconfiado. - E ela não é minha namorada.
-Que bom. Porque eu quero ser a primeira a saber quando você arranjar uma namorada.
-Pra que? - Ele levantou uma sobrancelha.
-Você sabe bem pra que. - Eu ri.
Sua expressão confusa dizia que não. Ótimo, deu certo u-u
-Assim como você não cai nos meus truques, eu não caio nos seus. - Ele estipulou. - Apesar de você talvez ser um pouco melhor nisso.
-Obrigada. - Sorri.
-...Então pare de escapar das minhas perguntas. Antes que eu mande ela vir aqui e te faça falar com ela. - Ele ameaçou.
-Não, tio Dani! Não chama a rainha má! Eu prometo que vou me comportar, tio Dani. - Disse, com voz de falsete.
-Então fica quietinha, menina. - Ele advertiu. - Se bem que se a gente for pensar, você é minha tia.
Pensei por um minuto. Ele tinha razão nesse ponto.
-Issaê. Eu sou sua tia. Você tem que me obedecer, moleque. - Zombei. - E eu estou mandando largar a desmiolada ser feliz sozinha.
-Lolla. Se você a chamar de desmiolada mais uma vez, vou mandar ela vir aqui. - Ele ameaçou.
-Se você a chamar, eu vou fechar a cara e deixar escapar alguma idiotice constrangedora que você fez nos últimos dois anos. - Encarei-o. - E não vai ser difícil achar uma.
Eu continuei falando, até que vi que os olhos de Daniel não estavam em mim. O cheiro de shampoo de morango confirmou pra mim.
-Posso me sentar? - Bethany Houston pediu, sem graça. Dani jura até hoje que não a chamou, mas eu tenho minhas dúvidas.
-Claro! - Dani respondeu, sem hesitar. Ela se sentou entre mim e ele. Eu desviei no último segundo antes que ela acabasse com as nádegas em cima de mim.
-Entãão... - Ela começou. - Eu interrompi alguma coisa?
-Você nunca interrompe. - Disse, esboçando um sorriso falso.
-Que bom! - Ela sorriu, feliz. - Afinal, acho que eu nem me apresentei pra você, Lolla! Meu nome é Bethany Houston. - Ela estendeu a mão macia pra mim. Daniel me encarou como se dissesse ‘viu só, ela não te odeia.’. Ignorei-o.
-É, acho que sim. Prazer. - Fiz um grande esforço mental e físico, mas apertei sua mão. Tinha creme nela u-u
Um silêncio mortal invadiu o espaço naquele momento. Ninguém sabia o que dizer, e não podia dizer o que queria. Até que Bethany o quebrou de novo:
-Afinal, Sr. Knowles, você não ia dizer de qual chalé eu podia ser? - Ela o encarou. Isso me fez lembrar que a fadinha estava muvucada no Chalé 11. A visão me fez sorrir.
-Não faço ideia. - Ele deu de ombros. Eu o cutuquei. - ...Mas a Lolla tem as suposições dela. - Ele completou.
-É mesmo? - Ela ficou de repente interessada em mim. - E quais são?
Aquilo me dera uma ideia para provar a Daniel que minhas suposições eram perfeitas. Sem precisar esperar ela ser reclamada.
-Cottage dix. - Joguei a isca.
-Vérité? - Ela levantou uma sobrancelha.
-Et pourquoi pas? - Disse, esperando a reação de Daniel. Eu sabia pouco de Francês na época, mas era suficiente.
-Je ne sais pas, il n'a jamais eu à l'être. Mais peut-être vous avez raison, car vous devezavoir une certaine expérience avec elle, mais... - Ela falava sem parar. Até que viu o olhar no rosto de Dani e parou. - O que foi? - Ela parecia confusa.
-Você... fala francês? - Ele disse, cautelosamente.
-Francês? Claro que não. Por quê? - Agora ela parecia bem mais assustada.
-Não duvide mais da minha mente brilhante, filho do deus das profecias.. - Foi só o que disse, mostrando-me satisfeita. Era só isso que eu precisava para Daniel resolver discutir.
-Lolla, não acha isso meio precipitado? Podem ter inúmeros motivos pra ela falar francês sem consentimento, como...
-Dani, vem aqui. - Pedi, e ele se sentou entre mim e Bethany.
-Para de discutir. - E dei um tapa em seu ombro. Eu era uma pirralha muito, muito chata naquele tempo. Não que eu não seja ainda. Pelo menos com Dani eu tenho um pouco mais de paciência u-u - Ambos sabemos que a única explicação alternativa pra isso é Bethany estar mentindo sobre o francês. - Retruquei. O fato de minha afirmação fazer com que ele perca um pouco a influência para com a Bethany fez com que ele recuasse um pouco.
-Ela não está mentindo, Lolla. - Foi só o que ele disse.
-Então me dê outra explicação. Vá em frente, em vez de criticar tudo o que faço, como tem feito a 3 dias. Faça algo decente.
-Lolla, você sabe que não é bem assim. - Ele começou.
-Ah, não? - Levantei uma sobrancelha. - Maravilha! Vamos ouvir como é, então! Prossiga. - Cruzei as pernas e encarei-o.
-Vocês querem um espaço reservado pra conversar? - Um campista de Ares perguntou.
-Não, aqui tá bom. - Sorri para o campista. Ele continuou me encarando. - Tá, vamos logo. - Puxei Dani pelo braço e fomos berrar longe dali.
-Eu... Já volto. - Ele deu um sorriso fraco para Bethany. Quando saímos do campo de visão do povão, ele me atacou: - O que está havendo, Lolla? Achei que contássemos tudo um pro outro.
-Então agora eu sou a vilã? - Me irritei diante da acusação. - Quer saber o que foi? De repente você esquece de tudo, discorda de tudo, reclama de tudo e o problema sou eu? Bem, disso eu não sabia.
-Lolla. Especifique. - Ele suplicou.
-Por obséquio, até um campista de Ares entenderia o que quero dizer. Dois anos, Dani. Dois anos de promessas. Falsas? Disso eu também nunca soube. - Explodi de vez.
Um surto de entendimento transpareceu seu rosto.
-Lolla, eu... - Ele começou.
-...E aí você... - Ignorei-o.
-LOLLA ARYAN. Você vai me ouvir. Agora. - Ele berrou. Ver ele berrando assim comigo era como ver a Luna berrando com o Harry. Estranho e surreal. - Ótimo. Desculpe por aquilo. Eu não devia... Não devia ter te deixado lá. Ah, sei lá. - Seus olhos azuis me fitavam, e eu ficava dando ordens mentais para minhas pernas continuarem funcionando. Por mais idiota que ele fosse às vezes, eu ainda o amava. Amava o jeito como ele me encarava, o jeito que pedia desculpas todas as vezes que fazia besteira, o cheiro que ficava em minha roupa após o abraçar firmemente, a forma como ele afastava o cabelo do rosto, suas travessuras e idiotices que me punham louca, suas ideias sem noção, seu sorriso lindo... Espera. Por que estou escrevendo no passado? Esses sentimentos aparecem bem nítidos em minha mente. Porque eu ainda os sinto todos os dias, em todo o tempo, no consciente e em meus sonhos. - O que mais posso dizer? - Ele suplicou.
'Um cala a boca e me beija cairia bem...', pensei. Mas é claro que não aconteceu nada disso u-u
-Não precisa dizer nada. Só cumpra as promessas. - Rebati. - Por que eu não consigo ficar brava com você? - Sorri.
-Pra mim, você parecia bem brava. - Ele observou.
-Por 5 minutos. E agora, aqui estou eu. Com você conseguindo me fazer sorrir. - Dei de ombros.
-Eu sempre vou conseguir te fazer sorrir. - Dani prometeu. - E você não consegue ficar brava comigo porque me ama. - Ele mostrou a língua. Eu não sei porque, mas aquela frase soava muito melhor saindo da boca dele.
Antes que eu pudesse responder, ouço uma voz:
-Lolla...
-Eu? - Olhei em volta. Irritada, pois reconheci a voz.
-Dani... - A voz disse de novo.
-Sai daí. Já. - Encarei uma árvore. Bethany Houston saiu dela alguns momentos depois. - Por que nos seguiu?
-Eu não segui vocês. - Ela se defendeu. Eu levantei uma sobrancelha e ela explicou melhor: - Pelo menos não de imediato. Eu fui até o banheiro. Mas quando me olhei no espelho, achei que devia procurar vocês.
E a razão disso estava bem óbvia. Havia uma pomba holograma rosa com corações brilhando acima de sua cabeça. Tudo o que consegui dizer foi:
-Eu sempre estou certa. - Declarei.
-E isso é muito, muito irritante. - Daniel concluiu. Mas ele não olhava pra mim. E nem pra Bethany, na verdade. Ele encarava o céu. Num primeiro momento, não vi nada. Mas alguns minutos depois uma pequena forma tomou lugar no céu: Uma pomba branca. Ela desceu até Bethany e explodiu ao tocar sua cabeça. Mas a explosão não nos machucou. Apenas nos cegou momentaneamente. Quando pudemos nos ver, percebemos uma coisa: Não fora só Bethany que ganhara um banho de loja. Nós três parecíamos ter saído de Beverly Hills. Olhei para Dani e não contive uma risada. Havia gel em seu cabelo, e seu visual geral o deixava igual um daqueles cantores de boy bands. Do tipo que filhas de Afrodite amam. Podres, ao certo. Relutante, tomei coragem e olhei para mim mesma (Não me dei o trabalho de verificar Bethany. Ela estaria linda até vestindo um saco enorme de papel.). Eu vestia uma blusa escrito 'I s2 puppies' e uma saia um pouco curta demais para o meu padrão. Havia um salto baixo que eu tinha certeza que ia fazer bolhas em 5 minutos em meus pés. E foi naquele momento em que eu tive certeza absoluta que Afrodite me odiava.
-Essa é você, mesmo? - Dani me encarou, rindo sem dó.
-Pelo menos não tem gel no meu cabelo. - Provoquei.
-Não. - Ele concordou. - Mas tem chapinha.
-TEMOQUE?- Berrei, recorrendo aos meus cachos inexistentes. Puf. Eles haviam ido embora tão rápido quanto a minha dignidade.
-O que fazemos agora? - Dani mordeu o lábio.
-Tacamos água?? - Sugeri.
Ele riu, por mais que seu rosto indicasse que era exatamente o que ele queria fazer.
-Não adianta, Lolla. Essas maldições da Afrô duram pelo menos uma semana. Vamos ter que ficar assim. - Ele apontou para si mesmo.
-Ah, é? - Encarei o céu. - ME. OBRIGUE. - Berrei, irritada.
-Eu gosto mais dos seus cachos. - Dani admitiu. E às vezes eu penso que esse foi o principal motivo para Afrodite ter acabado com eles.
-Eu também. - Bethany concordou, numa tentativa educada de nos lembrar que ela ainda estava lá. O olhar que Daniel fez ao vê-la fez com que eu me virasse também. Haviam leves cachos nas pontas de seus cabelos, e ela usava uma roupa do tipo que você veria num editorial da Capricho. A ideia de Afrodite de beleza parecia variar muito, avaliando o que ela fez em mim e o que fez na filhinha dela.
-Você está... - Ele fazia uma cara tonta demais naquele momento.
Dei um tapa em seu ombro.
-Acho que Quíron precisa ser avisado sobre isso. - Interrompi, apontando para Bethany.
Ela me encarou com uma expressão decepcionada em sua face. Não que eu ligasse.
-É. - Dani concordou. - Acho que sim. - Ele pegou o pulso de Bethany e a puxou em direção à fogueira. - Vem, Lolla. - Ele se lembrou de mim alguns momentos depois.
Se eu seguro vela? Seguro vela, lâmpada, tocha olímpica, pão queimado, e mais tudo o que se possa imaginar u-u Com uma expressão irritada no rosto, os segui até a fogueira. Até que lembrei de uma coisa.
-Daniel. - Encarei-o.
-Que foi?
-Me dá seu casaco. Nem ferrando que vou entrar lá com uma blusa ‘Eu amo cachorrinhos.’. - Ordenei, séria.
Ele relutou, mas me deu seu casaco. O que era bom, já que estava com frio. A blusa dele tinha cheiro de... Baunilha O.o Afrodite era estranha. Deixei escapar um risinho.
-Obrigada. - Agradeci. - E agora o toque final... - Peguei meu sapato, duro e desconfortável, e o joguei no lago. - ISSO é o que eu penso de suas roupas, maninha. Exatamente isso. - Berrei aos céus.
-Lolla. Não acho que ter Afrodite como inimiga vai ajudar. - Dani aconselhou.
-E o que ela vai fazer? Tacar purpurina no meu olho? - Zombei. A raiva tomava conta de mim. Mais tarde eu descobrira a vingança dela: Afrodite invade meus sonhos e os atormenta até hoje. Mas valeu a pena u-u
-Percebe que está falando de minha mãe? - Bethany me censurou.
-Oh, claro. Desculpe por isso. - Dei um sorriso tão falso, mas tão falso, que devia ter um certificado de ‘Made In China’ nele.
-Lolla. - Daniel censurou também.
-Vocês falam isso porque conseguem se mexer com suas roupas. - Retruquei. - Vão indo. - Falei.
Dani me encarou por um minuto, mas cedeu. Ele colocou o braço em volta do ombro de Bethany e eles se dirigiram à fogueira.
-E você está linda. - Pude ouvir ele falando para Bethany, ao longe.
A ideia de ‘sobrei’ veio seguida de uma sensação estranha que me fez desabar. Não havia nada a ser dito ou feito. E eu precisava sair dali antes que mais lembranças invadissem minha mente e eu piorasse. Corri para o Chalé 1 e abri meu armário. Minhas roupas estavam lá, por incrível que pareça. Cercadas por um campo de força. Com um visor no campo com dias, horas, minutos e segundos, dizendo quanto tempo faltava para o campo ser liberado. Simplesmente 5 dias, 23 horas, 42 minutos e 3 segundos. Maravilha. A única parte do armário que não tinha um campo de força continha roupas um pouco melhores do que as que eu estava vestindo. Achei uma calça jeans meio brilhante e fiz uns buracos no joelho dela. Fui olhar as blusas. Todas elas estavam escritas coisas como ‘Eu amo quem me ama’, ou tão toscas quanto.
-Ah, me poupe. - Berrei pro céu.
Até que tive uma pequena ideia maligna. Peguei meu mini raio e atirei no campo de força. Uma, duas, três vezes. BOOM! Fiz um protego elétrico em mim mesma por puro reflexo, mas nada havia me acertado. Meu armário explodiu, junto com as roupas de Afrodite. Mas o campo de força usou as últimas ondas de eletricidade para manter minhas roupas seguras. Não contive um sorriso. De certa forma, agradeci por Afrodite ter posto eletricidade para conter uma filha de Zeus. Lembrei que teria de explicar pra Quíron porque meu armário explodira. Mas eu inventava alguma coisa. Peguei meu pijama, mas continuei com a jaqueta de Dani. Havia um fraco cheiro dele nela, e eu não queria perdê-lo. Desabei na cama e peguei algo dentro de meu travesseiro. Uma foto dele mostrando a língua e tampando o rosto. Lindo. Uma lembrança de Daniel colocando o braço em volta de Bethany invadiu meus pensamentos e eu soube que a vingança da deusa do amor começara. Aquela fora uma das piores noites de sono da minha vida. Acordava a cada meia hora de algum pesadelo idiota. Me mexi tanto na cama que caí dela duas vezes. Depois daquilo, achei melhor acordar. Olhei para meu Ipod. Eram 8:00 da matina. Obriguei-me a sair da cama e sentei na varanda com meu violão. Talvez Bethany tivesse razão quanto a eu estar meio depressiva. E só uma música podia dizer exatamente o que eu sentia. Comecei a tocar uma melodia já conhecida para mim, mas pela primeira vez eu a entendia perfeitamente.
-Drew looks at me, I fake a smile so he won’t see that I want and I’m needing everything that we should be. - Comecei. - I’ll bet she’s beautiful, that girl he talks about. - Bem, que ela era linda nenhum idiota podia discordar. Mordi o lábio. - And she’s got everything that I have to live without.
Meu mundo rodou. A risada dela invadiu minha mente, juntamente com seus cabelos e seu sorriso. Afastei a ideia de bater a cabeça na parede pra sempre e continuei.
-Drew talks to me, I laugh cause it's just so funny. That I can't even see anyone when he's with me.
‘Eu sempre vou conseguir te fazer rir’, a lembrança invadiu minha mente. Bem, cadê você agora? Sonhando com ela, aposto.
-He says he's so in love, he's finally got it right, I wonder if he knows he's all I think about at night. - Não, com certeza não sabia. O refrão me fez fechar os olhos. - He's the reason for the teardrops on my guitar. The only thing that keeps me wishing on a wishing star. He's the song in the car I keep singing, don't know why I do. Drew walks by me, can he tell that I can't breathe? And there he goes, so perfectly, the kind of flawless I wish I could be.
O tipo de perfeição que eu gostaria de ser. Isso era tudo.
-She'd better hold him tight. Give him all her love. Look in those beautiful eyes and know she's lucky cause he is... - Quando o refrão ia recomeçar, minha garganta fechou e eu percebi que não dava mais pra aguentar aquilo. Deitei o violão em meu colo e comecei a esfregar meus olhos. De repente a conjuntivite não era algo com o que se preocupar. Mas, mesmo esfregando muito, não alcancei meu objetivo. Uma lágrima idiota escorreu de meus olhos. Mordi o lábio, irritada por me sentir vulnerável. Fiquei passando a mão na jaqueta de Dani, sentindo o tecido. Só havia uma pessoa que podia me alegrar naquele momento. E não era Daniel Knowles.
-Eu te deixo aqui por TRÊS DIAS e quando volto já está assim?
Ao ouvir aquela voz irritante, sorri. James Adams me encarava, com um desapontamento falso. Meu estado devia estar ridículo. Eu lá com um violão, meu pijama, uma jaqueta dois números maior que a minha e lágrimas nos olhos logo de manhã.
-Oi... - Foi só o que consegui dizer. Pude sentir meu rosto ficando vermelho por ele me ver naquela situação.
Eu não precisei nem pedir. James se sentou ao meu lado e fez algo que eu nunca achei possível que ele fizesse: Ele me abraçou.
-Daniel já está acordado. - Foi só o que ele disse.
-Está me zoando. - Acusei. - Daniel Knowles nunca, nunca acorda antes das 11.
James hesitou antes de contar a segunda parte da história.
-E ele... está com uma garota. - Ele decidiu dizer. - Muito bonita, por sinal.
Ah, é claro. ‘Vamos nos encontrar de manhãzinha pra aquela loira idiota não nos atrapalhar, amor.’, podia ouvi-los dizendo. Senti um ódio enorme crescendo dentro de mim e a ideia de bater a cabeça na parede voltou. Mas me contive.
-Claro que está. - Resmunguei. - Ele sempre está. E aqui estou eu. Parecendo uma idiota.
-Todo mundo chora, Lolla. - Ele disse.
-...Daniel fica me dizendo que a garota não me odeia. Mas ela tem bons motivos pra isso. - Contei.
-E você acha que ela te odeia?
-Tanto faz se ela me odeia. Eu odeio ela. Isso é suficiente. - Retruquei.
Ele riu, como se esperasse essa resposta. Eu continuei falando:
-...E Bethany não o merece, James! Ela pode viver 100 vezes e mesmo assim nunca o merecer. - Concluí.
-Mas afinal. - James hesitava de novo antes de perguntar. - Você está irritada porque ele está com Bethany, ou porque ele está com outra garota que não você? - Ele me encarou.
Uou. Talvez ele fosse menos tonto do que eu pensava. Eu não respondi.
-...E essa jaqueta é dele, suponho? - Ele levantou uma sobrancelha.
Eu agarrei a jaqueta com mais força, de modo protetor.
-Talvez. - Confessei. - Como você...? - Encarei-o, confusa.
Ele entendeu o que eu quis dizer.
-Lolla. Você nunca percebeu que sempre me conta detalhes simplesmente pelo fato de eu não os pedir? - Ele riu - Além do mais, o jeito que você olha para Daniel já te entrega. E não estaríamos tendo essa conversa se você não o amasse, certo?
Eu me senti uma idiota naquele momento. Porque, afinal, ele tinha razão. Bem, algum tempo depois descobri que todo mundo achava que eu tinha uma quedona pelo Dani. Menos o Dani u.u. Percebi que mentir para James não adiantaria nada. Ele sabia o que dizia.
-Certo. - Confessei.
-O que estava tocando? - Ele apontou para o violão.
-Teardrops On My Guitar. - Dei um sorriso fraco.
-Não estou surpreso. - Ele admitiu. - Mas se você realmente ama Daniel, devia confiar no julgamento dele de que Bethany é uma boa pessoa.
-E quem disse que eu a odeio por ela ser uma má pessoa? - Me ouvi dizendo.
-Então por que ela não o merece? - Ele indagou.
-Não é óbvio? - Resmunguei. - Ela é perfeitinha demais. Se ela aprender a usar o charme das filhas de Afrodite direito... - Não suportei a ideia.
-Posso fazer uma pergunta? - Ele disse, cuidadoso. Eu assenti. - Por que tem chapinha no seu cabelo?
Eu ri.
-Isso é culpa de Bethany também u.u Se ela não tivesse nos seguido, não teria sido reclamada perto de nós, e estaria tudo muito melhor. Na realidade, tudo estaria muito melhor se ela ainda estivesse escorregando em Arco Íris, brincando de Barbie, ou seja lá o que ela fazia antes de vir pra cá. - Declarei.
-Você tem inveja dela, Lolla. - James concluiu.
Eu não podia acreditar no que ouvia.
-Eu não tenho inveja dela! - Me defendi.
-Que seja. Então você tem inveja do que ela tem. - Ele consertou.
-Só de uma coisa que ela tem. - Mordi o lábio. - Eu não quero ser ela. Só quero...
-Que Dani te veja como a vê. - Ele sorriu. - Sabe o que eu vejo?
Balancei a cabeça.
-...Eu vejo alguém que vem sendo forte a tempo demais. Alguém que mesmo sabendo que perdeu uma batalha, ainda sabe que a guerra não acabou. Vejo alguém que tenta fazer o que pode com o que tem, e que não faz questão nenhuma de agradar os outros fazendo algo que não quer, ou sendo quem não é. Se você conseguiu todo esse tempo, vai desistir agora? - Ele me encarou, esperando minha reação.
Fiquei feliz por ter James naquele momento.
-Eu nunca imaginei que fosse ouvir isso do garoto irritante que tacou água em mim e me fez explodir metade de uma floresta. - Eu ri. - Parece que pessoas podem mudar.
-Mas você ainda é a pirralha irritante que explode coisas e toca violão às 8:00 da manhã, acordando metade do acampamento. - Ele observou. - Falando em explodir, pode ir me dando a lista do que você explodiu na minha ausência. - Ele me encarou, acusador.
-Hmmm... Um armário, um campo de força e roupas bregas. - Confessei. - E isso tudo foi culpa da Bethany também. - Resmunguei. - Eu devia ficar feliz por Daniel, não devia?
Ele ficou quieto por um minuto, antes de tornar a abrir a boca:
-Olha, Lolla... Dani sabe que você está infeliz e irritada, não sabe? - Ele perguntou. Eu assenti. - Então agora deixe-o fazer o que acha certo e ele que se vire com o peso na consciência. - A cara séria sumiu de seu rosto e ele abriu um pequeno sorriso maroto no canto de sua boca. - Mas... não incentive Dathany, hein?
Eu não aguentei e comecei a rir.
-Com certeza não. Ultimamente, até cutucar minha unha está mais divertido do que falar com Dani. - Bufei. - Obrigada por perder seu tempo comigo. - Dei um sorriso fraco.
-Disponha. - Ele deu de ombros. - Mas ainda não acabamos.
Ele pegou o violão de meu colo e começou a tocar uma melodia não muito conhecida pra mim, mas que eu sabia um pouco. Eu nem sabia que ele tocava violão ‘-’
-James... - Adverti. Mas ele não parou. - Não acredito que conhece essa música.
-Pois é, né... - Ele riu e começou a cantar. Sua voz não era bonita como a de Dani, mas ele também não era desafinado. - What do you say, when you just know that he's the one, and you wanna go fast but he's taking it slow. And what do you do, when he's next to you but he's a little bit shy... Well here's something you can try.
Aquilo parecia tão estranho saindo da boca dele que eu até ri.
-Hey, hey what do you say, we go walking down the river all together. It's a warm may beautiful day and i feel like i could talk to you forever. With the sun shining bright it feels just like a day when everything's gonna go just right. I know it will be a sweet memory for you and me someday... What do you say? - Me juntei a ele, um pouco mais animada. Limpei as últimas lágrimas de meu rosto.
Ao fim da música, mostrei a língua pra ele.
-E você fica aí me dando esperanças? Que feio, Sr. James Adams. - Zombei.
-Achei que seria a única coisa que faria você parar de chorar. Ia acabar ficando desidratada u.u E de desidratação eu entendo. - Ele riu.
-Imagino O.o... - Fiz uma careta. Não suporto perdê-lo, James. Simplesmente não consigo. - Desabei. E eu me enganara. As lágrimas não haviam ido embora.
-Tudo bem, tudo bem... Shhhh. - Ele me abraçou de novo, paciente.
-Mas isso tudo só faz com que eu queira que a Bethany suma. - Resmunguei mais uma vez.
-Lolla. Sério, você não devia se importar tanto. Afinal, ele nem é seu namorado. - James deu de ombros.
Mas pela primeira vez, eu sabia o que tinha de errado naquela frase, e sabia exatamente o que responder:
-Dane-se. Ele é meu. - Disse, convicta. Por isso ele não podia ficar com a Bethany. Por isso ele não podia ficar com ninguém. Ele pertence a mim. E não era eu que tinha que sobrar nessa história. - Ele só não sabe disso ainda...
Lolla Aryan
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